Pesquisa
mostra que 78,5% das famílias brasileiras têm algum tipo de dívida; quitação
dos débitos alivia pressão financeira Especialistas recomendam usar o 13º salário para quitar dúvidas;
pesquisa mostra que 78,5% das famílias brasileiras
têm algum tipo de débito
O pagamento do 13º salário deve injetar R$ 321,4 bilhões na economia brasileira, segundo estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O benefício irá favorecer 92,2 milhões de trabalhadores formais, com um incremento médio na renda de R$ 3.096,78.
O dinheiro extra na conta pode representar uma ótima
oportunidade para as famílias organizarem suas finanças e investirem no futuro.
Essa é a sugestão do professor de Ciências Contábeis do Centro Universitário
Integrado de Campo Mourão (PR), Tiago Carrera de Andrade. “O 13° salário pode
ser uma ferramenta poderosa para proporcionar um fim de ano e início de 2025
mais tranquilo financeiramente, desde que seja usado de forma planejada e
racional”, pondera.
Para quem tem dívidas - especialmente aquelas com juros
altos, como cartão de crédito e o cheque especial - a orientação de Andrade é
usar o dinheiro para quitá-las. “As dívidas crescem diariamente. Portanto, a
recomendação é pagar esses valores atrasados o quanto antes. Isso pode aliviar
a carga financeira e contribuir para abrir o ano seguinte com o orçamento
equilibrado”.
Negocie os pagamentos
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 78,5% das famílias brasileiras têm algum tipo de dívida.
O levantamento foi feito com 18 mil famílias de todo o país. São levadas em conta dívidas com cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.
Ainda que o índice esteja em queda nos últimos meses, o percentual é considerado alto. O coordenador de área e professor dos cursos de Gestão do Centro Universitário Integrado, Marcelo Alexandre Cordeiro, lembra também que é preciso ter cautela na hora de pagar essas pendências.
“Com dinheiro na mão, o consumidor deve ficar atento aos juros e buscar negociar os valores. Minha dica é tentar fazer o pagamento à vista, pois nesses casos, há mais abertura para conseguir melhores descontos.”
Cordeiro reforça que o 13° salário é um recurso pontual,
findável e que deve ser utilizado com consciência e planejamento. “Mesmo que
você não tenha dívidas, é importante se lembrar que na virada do ano vêm novas
despesas como impostos, material escolar, gastos com férias. Recomendo calcular
antecipadamente quanto irá gastar e aproveite o benefício também para quitar
essas contas”.
6 dicas de como usar o 13º salário
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1) Quite as dívidas
Utilize parte do 13º salário para quitar as dívidas, principalmente as que têm altas taxas de juros, como cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos pessoais. Ao pagar esses débitos, você alivia o orçamento mensal e economiza nos juros.
2) Planeje o que irá utilizar nas festas de fim de ano
O 13º salário é um ótimo recurso para ajudar com os gastos
típicos dessa época, como presentes, ceia de Natal, férias, viagens. Fazer um
orçamento prévio evita gastos impulsivos e ajuda a manter o controle
financeiro.
3) Antecipe pagamentos
As contas fixas anuais – como IPTU, IPVA, material escolar -
podem ser cobertas com parte do 13º salário. Essas contas, em sua maioria, têm
opções de parcelamento, mas se forem pagas à vista, aumentam as chances de descontos.
Quem evita o parcelamento, reduz as despesas recorrentes no início do ano e
diminui a pressão financeira.
4) Faça uma reserva de emergência
Reserve uma quantia do salário extra para criar ou aumentar
seu fundo de emergência. Esse ‘caixa’ é essencial para cobrir gastos
inesperados como problemas com o carro, despesas médicas ou reparos no imóvel.
5) Comece um investimento
Para quem está começando e ainda não entende com
profundidade o mercado financeiro, a dica é escolher investimentos simples e seguros,
no início. Tesouro Selic, CDBs em bancos confiáveis, fundos de investimentos
conservadores, títulos de renda fixa como LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e
LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são boas opções para começar.
6) Invista em você
Aproveite esse recurso para investir em você, em seus
interesses e para desenvolver suas competências. Faça cursos e capacitações,
adquira livros, participe de eventos que promovam troca de ideias e networking.
Esse é um excelente investimento para o seu 13º salário e para sua vida,
especialmente porque pode gerar novas oportunidades.
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