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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Setembro Amarelo: Cresce o uso de medicamentos para ansiedade e depressão em crianças; especialista alerta para cuidados

 Angelita Traldi, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, explica os riscos e efeitos colaterais dos antidepressivos na infância

 

Nos últimos anos, tem aumentado significativamente o número de crianças e adolescentes medicados para tratar problemas como ansiedade e depressão. De acordo com a Secretaria da Educação de São Paulo, dois em cada três estudantes do quinto e nono ano do ensino fundamental, além do ensino médio, relatam sintomas de saúde mental. 

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) também destaca que a venda de antidepressivos e estabilizadores de humor cresceu cerca de 58% entre 2017 e 2021. Embora o tratamento seja essencial, especialistas estão preocupados com a crescente medicalização, especialmente entre as crianças, e os riscos associados a essa prática. 

De acordo com a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Angelita Traldi, ainda é difícil mapear as causas que levam a esse aumento de problemas mentais nas crianças. “Alguns casos podem ser por alterações hormonais ou estruturas cerebrais, mas fatores externos como bullying, maus tratos, violência psicológica, mudanças de escola e divórcio dos pais também podem desencadear problemas psíquicos”.

Angelita aponta que os principais comportamentos que os pais, cuidadores ou professores, devem se atentar nas crianças em processo de desenvolvimento ou estar com uma instabilidade emocional são: quadros de tristeza excessivamente prolongados, desanimo em qualquer atividade da rotina todos os dias, diferenças claras no comportamento com outras crianças, isolamento social, alteração no sono e apetite, déficit de atenção, dificuldades de aprendizagem e em se concentrar.



Cuidados com o uso de antidepressivos em crianças
 

A medicalização infantil envolve o uso de medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos para tratar problemas de saúde mental. Esses medicamentos atuam no sistema nervoso central, alterando a percepção, consciência e comportamento. Embora o uso de medicamentos possa ser necessário em alguns casos, especialmente para prevenir o suicídio, Angelita alerta que seu uso em crianças deve ser feito com cautela. "Eles podem causar efeitos colaterais, como ganho de peso, problemas de sono, irritabilidade e, em alguns casos, até pensamentos suicidas", explica. 

Angelita enfatiza que a medicação muitas vezes é escolhida como a primeira opção de tratamento, enquanto outras abordagens, como a psicoterapia, são subutilizadas. "O ideal seria explorar mais opções não medicamentosas, que têm menos riscos e podem ser eficazes a longo prazo, especialmente para crianças em desenvolvimento", conclui a especialista.


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