Maior preocupação é com os casos de alergia respiratória, como bronquite e asma, que crescem exponencialmente nesta época do ano; especialista elenca os principais cuidados a serem adotados
A baixa umidade relativa do ar e as queimadas registradas na Amazônia, Cerrado e Pantanal têm reduzido drasticamente a qualidade do ar em várias cidades do país. Conforme monitoramento da IQAir, empresa de tecnologia da qualidade do ar, São Paulo, Porto Velho e Rio Branco registraram o maior nível de poluição do mundo, neste último domingo (8). E a projeção é que o problema continue nas próximas semanas.
Somado a isso, os
índices de umidade relativa do ar chegaram a ficar em nível semelhante ao do
deserto do Saara em 200 cidades, conforme dados do Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet) – o que demanda atenção redobrada em relação às doenças
respiratórias.
"A baixa umidade atua como fator irritativo das nossas mucosas,
contribuindo para o desenvolvimento de quadros de rinite, sinusite, bronquite,
asma e laringite", explica a Dra. Cristiane Passos Dias Levy,
otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias
respiratórias.
Nesse contexto, o frio, a poluição e alguns hábitos equivocados são fatores que
nos tornam ainda mais vulneráveis. "A falta de hidratação, o uso de
indiscriminado de descongestionantes nasais, o tabagismo e até mesmo a prática
de exercícios físicos, dependendo do horário e local, são aspectos agravantes e
que jamais podem ser ignorados", alerta a especialista.
Dessa forma, a adoção de uma rotina mais criteriosa é a melhor forma de evitar
tais desconfortos. A começar pela ingestão regular de água, que seria a dica
mais elementar em termos de prevenção a todas essas doenças.
"O ideal é beber, em média, oito copos de água ao longo do dia,
principalmente nos intervalos de exercícios físicos ou quando se faz o uso da
voz com muita intensidade, como é o caso de professores, radialistas e outros
profissionais que dependem da comunicação oral”, enfatiza Dra. Cristiane.
Evitar hábitos que potencializem a irritação das vias aéreas é primordial, ou
seja, fumar e fazer atividades físicas entre 10h e 16h (quando a umidade é
menor) e uso contínuo de descongestionante nasal. "Tudo isso contribui
para um ressecamento ainda maior das nossas vias aéreas, além de potencializar
eventuais problemas cardíacos. Portanto, devemos evitar sempre", observa a
médica.
Mesmo dentro de casa, a especialista explica que esses meses de tempo seco
requerem cuidados extras. "Nessa época do ano, é muito importante manter a
casa ventilada e livre de poeira, por conta dos ácaros, principalmente. Deixar
as janelas abertas sempre que possível e reforçar a limpeza de objetos como
tapetes, cortinas e bichos de pelúcia é também essencial.”
Abaixo segue o resumo das dicas:
- Tome bastante
água para manter as mucosas das vias aéreas hidratadas. O ideal é beber oito
copos ao longo do dia (1,6 litro);
- Evite os
descongestionantes nasais, sobretudo sem indicação médica. Eles ressecam as
mucosas nasais e potencializam irritações;
- Evite fumar,
pois a fumaça do cigarro provoca reações alérgicas, além de irritação das
mucosas;
- Escolha horários
de temperatura mais amena (início da manhã ou final de tarde) para realizar
suas atividades físicas;
- Mantenha a casa sempre
arejada e tenha atenção redobrada com a limpeza de itens que possam acumular
poeira, por conta dos ácaros.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
Nenhum comentário:
Postar um comentário