O seu alto nível no organismo aumenta o carinho e o prazer nas relações, segundo o Dr. Silas Soares, especialista em saúde integrativa e funcional
Na próxima
sexta-feira (06) é comemorado o Dia do Sexo, a data que celebra o carinho entre
casais, levanta um debate sobre a ocitocina, conhecida como o "hormônio do
amor". De acordo com um estudo feito por pesquisadores da Yale University (EUA)
em conjunto com a Bar-Ilan University (Israel) o nível do hormônio nos 60
casais participantes da pesquisa é maior do que o de pessoas que não possuem
qualquer tipo de vínculo estável, além disso, também perceberam um aumento
significativo de atividade no sistema produtor da ocitocina dos pares. Para o
Dr. Silas Soares, especialista em saúde integrativa e funcional, isso acontece
porque a ocitocina é responsável por provocar os sentimentos positivos nas
pessoas.
"A ocitocina
é um hormônio diretamente ligado ao bem-estar do paciente. Quando o seu nível
está alto no organismo, proporciona diversos benefícios à saúde, principalmente
à mental, já que é responsável pela sensação de felicidade, de amor, de
relaxamento e prazer. Esses sentimentos são atribuídos a ocitocina, já que ao
ser liberada, automaticamente os níveis de cortisol, o hormônio do estresse,
são diminuídos. Geralmente, essa liberação acontece quando estamos perto de
nossos parceiros, de amigos e parentes, ou seja, de pessoas que temos uma grande
afinidade", explica o médico.
Apesar de ser um
hormônio que está presente no organismo de ambos os gêneros, dr. Silas ressalta
que a ocitocina está muito mais presente no corpo feminino. Sua produção
costuma atingir um pico durante a gestação, no trabalho de parto e na
amamentação, principalmente porque uma de suas funções é estreitar o vínculo
afetivo entre a mãe o seu bebê. Já a sua queda pode estar relacionada ao uso
contínuo de pílulas anticoncepcionais, além de outros fatores comportamentais.
“O nível de
ocitocina no homem é menor, isso porque sua ação, muitas vezes, é bloqueada
pela testosterona, um dos principais e mais fortes hormônios masculinos. Porém,
quando atinge um alto nível no organismo, a ocitocina é capaz de deixá-los
menos agressivos, evitando atritos, além de também deixá-los mais amáveis e
empáticos”, o especialista em saúde integrativa e funcional afirma.
Silas também
explica que a ocitocina não é chamada de “hormônio do amor” por acaso, seus
níveis são dobrados quando nos apaixonamos, fazendo com que fiquem estáveis ao
firmar o relacionamento. O seu declínio, em contrapartida, acontece quando
relacionamentos esfriam ou quando há a separação, provocando os sentimentos de
tristeza, depressão e até mesmo de abandono.
A ocitocina também
está diretamente ligada ao orgasmo, sua falta provoca uma indisposição sexual
entre casais. A prova disso foi concluída pela Hannover Medical School, na
Alemanha, o estudo realizado pela instituição contou com a participação de 29
casais que já se relacionavam há mais de um ano. No experimento, um grupo de
participantes recebeu um spray nasal de ocitocina, o outro recebeu um placebo
antes de terem relações sexuais. Com isso, foi concluído que aqueles que
receberam o hormônio tiveram uma experiência mais positiva, com orgasmos mais
intensos e sensação de satisfação ampliada após o sexo.
“Vivemos numa
rotina corrida, muitas pessoas chegam em casa exaustas após o trabalho, ainda
tendo que cuidar da casa. Esse comportamento pode esfriar uma relação, acaba o
carinho, os programas para casais tirarem um tempo para ficarem juntos começam
a ficar mais escassos, o sexo também diminui, são diversos fatores que podem
deteriorar um namoro ou um casamento, assim diminuindo os níveis de ocitocina
no organismo”, dr. Silas pontua.
Se os níveis
elevados da ocitocina provocam a felicidade e o prazer, os principais sinais de
que o hormônio do amor se encontra em declínio estão ligados à apatia. Na lista
sintomas evidentes da queda está a falta de expressões emocionais, frieza ao
demonstrar sentimentos, a diminuição de libido, a falta de lubrificação durante
as relações sexuais, diminuição da capacidade de chegar ao orgasmo, nas
mulheres e a diminuição da capacidade de ejacular, nos homens.
Como aumentar a ocitocina no organismo
Silas explica que há diferentes formas de elevar o hormônio, entre elas, na mudança de rotina, no consumo de certos alimentos, e até mesmo por medicamentos. “Há a ocitocina sublingual, sua ação é mais rápida, possibilitando o aumento da biodisponibilidade dela no organismo. Também existe a ocitocina em comprimido, essa versão possui uma ação mais lenta, porém auxilia na melhora da ansiedade e do humor, pode também aumentar a sensação de bem-estar e a vitalidade.”
Além disso, o contato físico e o carinho, como abraços, beijos, cafunés, também
provocam o sentimento de gratidão, consequentemente, aumentando os níveis de
ocitocina no organismo. Praticar exercícios ou outras atividades provocam o
relaxamento físico e mental, com isso, o estresse e a ansiedade irão diminuir,
havendo uma diminuição do nível do cortisol, o hormônio que inibe a produção da
ocitocina.
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