Nas últimas semanas, a atenção global voltou-se para o
vírus Mpox (anteriormente conhecido como varíola dos macacos) após a
Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar novamente o vírus como uma
Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Essa decisão
foi motivada pela rápida disseminação da variante 1B, mais contagiosa, na
República Democrática do Congo, e pela confirmação de casos na Europa. Embora o
Brasil esteja atualmente em um nível 1 de emergência para a Mpox, conforme a
Ministra da Saúde, Nísia Trindade, é crucial que a população permaneça
vigilante.
Diferença entre Emergência de Saúde Pública e Pandemia
Antes de mais nada, é importante entender a diferença entre uma emergência de saúde pública e uma pandemia. A emergência de saúde pública de importância internacional é um mecanismo da OMS para alertar sobre crises de saúde que exigem atenção global, mas que ainda não se tornaram pandemias. Uma pandemia, por outro lado, é uma epidemia que se espalha por múltiplos continentes, afetando uma grande parte da população mundial.
"Embora o Brasil ainda não tenha registrado casos da nova variante mais grave do vírus Mpox, a vigilância constante e a preparação são essenciais para evitar um surto maior," afirma Dr. Marco Cesar, Diretor Clínico da Salus Imunizações. "A diferença entre uma emergência de saúde pública e uma pandemia deve ser compreendida para que possamos responder adequadamente a cada situação."
O Clado 2 do Mpox: Uma Ameaça Potencial
O vírus Mpox é dividido em diferentes clados, ou seja,
versões genéticas que evoluíram de forma independente. O clado 1, originado na
África Ocidental, foi responsável pelo surto na Europa em 2022, mas não causou
uma pandemia global significativa. Já o clado 2, proveniente da África Central,
é mais transmissível e perigoso.
"O clado 2 tem se espalhado rapidamente por países da
África Central, como a República Democrática do Congo, Uganda e Ruanda. O risco
de sua introdução no Brasil, devido ao tráfego internacional, não pode ser
ignorado," alerta Dr. Marco. "É vital que estejamos prontos para
identificar e isolar rapidamente quaisquer casos suspeitos."
Transmissão e Sintomas da Mpox
A Mpox faz parte da família dos poxvírus, a mesma que
inclui o vírus da varíola humana, erradicado em 1980. O vírus é transmitido
principalmente por contato direto com lesões na pele, fluídos corporais ou
objetos contaminados. Não é uma doença sexualmente transmissível, mas pode ser
transmitida por contato próximo durante atividades sexuais.
Os sintomas incluem:
- Erupções cutâneas ou lesões que evoluem de manchas
vermelhas para bolhas cheias de pus.
- Febre, dor de cabeça e dores musculares.
- Gânglios linfáticos inchados.
- Fraqueza e mal-estar geral.
"Embora a
maioria dos casos de Mpox seja leve, a doença pode ser severa em pessoas
imunocomprometidas, crianças e idosos. O isolamento de pacientes é fundamental
para evitar a disseminação," explica Dr. Marco.
Medidas de Prevenção e Vacinação
O Brasil está tomando medidas preventivas, incluindo a
vacinação de profissionais de saúde que lidam diretamente com casos suspeitos
de Mpox. "A vacinação contra a varíola oferece proteção cruzada contra o
Mpox, e essa estratégia tem sido essencial para controlar o número de
casos," destaca Dr. Marco. "Atualmente, existem duas vacinas
disponíveis no mercado: a Jynneos, que é mais segura e recomendada para a
maioria das pessoas, e a ACAM 2000, que possui mais contraindicações."
Com a recente declaração de emergência, o Ministério da
Saúde está negociando a compra de mais doses da vacina Jynneos para proteger a
população em caso de um surto maior. "Nossa prioridade é garantir que as
vacinas estejam disponíveis para aqueles que mais precisam, especialmente em um
cenário de emergência," afirma Dr. Marco.
Conclusão
Embora não haja indícios de que a variante mais grave do
vírus Mpox tenha chegado ao Brasil, a vigilância contínua e a preparação são
essenciais. "É crucial que a população siga as orientações das autoridades
de saúde e busque atendimento médico imediato em caso de sintomas compatíveis
com a Mpox," conclui Dr. Marco Cesar. "A calma e a informação são
nossas melhores aliadas para enfrentar essa possível ameaça à saúde
pública."
Clínica de
Vacinas Salus Imunizações
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