Dermatologistas desempenham papel crucial na
identificação precoce e controle da doença que se espalha globalmente
A Mpox, infecção
zoonótica anteriormente restrita à África, agora representa um desafio
crescente para a saúde pública e exige a expertise dos médicos dermatologistas
para uma identificação precoce e precisa. De acordo com a Dra. Regina Carneiro,
membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o manejo
adequado da doença é essencial para controlar a propagação.
“Com o aumento dos
casos de Mpox, os dermatologistas estão na linha de frente da detecção e
controle da doença, já que possuem o treinamento clínico que possibilita
identificar as lesões e fundamentalmente em fazer o diagnóstico diferencial com
outras doenças dermatológicas”, explica a médica.
O início da
infecção é geralmente marcado por sintomas inespecíficos como febre, dor no
corpo e aumento dos gânglios linfáticos principalmente na região cervical,
virilha e submandibular. Na pele podem surgir manchas vermelhas, pápulas
(bolinhas), vesículas (bolinhas de água), pústulas (bolinhas de pús), e crostas
(cascões), sendo comum uma umbilicação (depressão) na área central. Podem ser
únicas ou múltiplas e ocorrer dor no local ou coceira por mais de quatro semanas.
No surto atual, têm sido predominantemente localizadas na região genital.
Dra. Regina
ressalta que embora não exista um tratamento específico para a Mpox, alguns
antivirais podem ser utilizados para reduzir a severidade dos sintomas e
destaca as formas de prevenção, como o tecovirimat, que já foi aprovado para
tratamento de Mpox em janeiro de 2022.
“Como a
transmissão ocorre por contato com secreções infectadas das vias respiratórias,
feridas ou bolhas na pele, é essencial evitar o contato próximo com pessoas que
estejam com sintomas e não compartilhar objetos e material de uso pessoal, como
toalhas e roupas de cama, por exemplo”, conclui.
No que se refere a
vacina, existem atualmente duas disponíveis contra a Mpox. A primeira é a
Jynneos, produzida pela farmacêutica dinarmaquesa Bavarian Nordic, composta
pelo vírus atenuado, com efeitos colaterais considerados leves, como dor no
local da aplicação, vermelhidão e inchaço, podendo ocorrer dor muscular, dor de
cabeça e cansaço. Foi em 2023 que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) aprovou o uso provisório do imunizante no Brasil.
O segundo tipo de
vacina é a ACAM 2000, fabricada pela americana Emergent BioSolutions. É
composta pelo vírus ativo com inúmeras contraindicações e consequentemente mais
efeitos colaterais, se tornando assim menos segura.
“A estratégia de vacinação prioriza a proteção das pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença como pacientes que vivem com HIV/Aids com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses e profissionais que atuam diretamente em contato com o vírus em laboratórios. Além desses grupos, também está prevista a vacinação para pessoas que tiveram contato direto com os fluidos e secreções corporais de casos suspeitos ou confirmados para a doença”, esclarece Dra. Regina Carneiro.
Para saber mais sobre essa e outras doenças relacionadas a pele, cabelos e unhas acesse as redes sociais @dermatologiasbd e o site www.sbd.org.br. Se informe e encontre um especialista associado à SBD na sua região.
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