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sexta-feira, 23 de agosto de 2024

NEM SEMPRE É SÓ UMA GORDURINHA EXTRA: SAIBA IDENTIFICAR A CELULITE, LIPEDEMA E O LINFEDEM

Cirurgiã Vascular explica sobre os incômodos mais comuns nas mulheres, e destaca como reconhecer os sinais de cada condição 

 

Que atire a primeira pedra a mulher que nunca achou que estava um pouco acima do peso! Muitas vezes, não são nem os quilos a mais que realmente incomodam, mas aquela gordurinha localizada que fica à mostra nas áreas dos braços, barriga e, principalmente, nas pernas. Embora seja uma preocupação justa, é preciso entender que existem casos nos quais a “gordurinha extra” pode ser, na verdade, uma lesão linfática. 

Essas lesões ocorrem quando os vasos sofrem alguma obstrução que impede o líquido linfático de ser drenado e se acumule nos tecidos, causando inchaço no local. Elas podem ser denominadas como celulite, lipedema ou linfedema. 

Estima-se que uma em cada dez mulheres sofre com o lipedema no mundo e, no Brasil, 5 milhões provavelmente convivem com a condição e não sabem, segundo levantamento da Universidade de São Paulo (USP). Já a celulite, está presente no dia a dia de 95% das mulheres do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. 

Segundo Carol Mardegan, médica vascular, e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), as regiões afetadas por essas condições podem ser as mesmas, afetando tanto a saúde mental quanto a autoestima do paciente. No entanto, os sintomas são distintos, requerendo ambos os acompanhamentos médicos e atenção.
 

Como saber se tenho lipedema ou celulite? 

Segundo Mardegan, tanto o lipedema quanto a celulite são bem comuns e podem gerar confusão devido suas aparências no corpo, mas existe uma diferença entre os dois. 

“O lipedema é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura inflamada nos membros inferiores e braços. Também conhecida como a síndrome da gordura dolorosa e está relacionada ao hormônio feminino: estrogênio, por isso, momentos específicos da vida da mulher como puberdade, gestação, uso de anticoncepcionais, tratamentos para engravidar e menopausa tendem a ser gatilhos. Já na celulite o acúmulo de gordura é difuso pelo corpo e não se observa dor ou sensibilidade ao toque da pele”, esclarece.
 

Mas e o linfedema? Qual a diferença? 

"O linfedema tem o potencial de agravar a circulação sanguínea em regiões das pernas ou dos braços, resultando em perda parcial de mobilidade na área afetada. Por outro lado, o lipedema provoca uma sensação de peso adicional na região, tornando-a sensível ao toque, reduzindo a capacidade de realizar atividades físicas na área e, evidentemente, afetando a autoestima devido às implicações estéticas. Ambas condições merecem atenção e cuidados específicos, e, para tanto, é crucial reconhecer suas diferenças", esclarece Mardegan. 

Outra diferença essencial a ser compreendida é que o lipedema é uma é uma condição crônica que afeta principalmente mulheres e se caracteriza por uma distribuição irregular de gordura nas pernas, quadris e braços. Já o linfedema, a médica explica que é caracterizado por um inchaço crônico que ocorre devido ao mau funcionamento do sistema linfático, impedindo a drenagem adequada do excesso de fluido de uma área específica do corpo.
 

Agora que sei as diferenças, como posso cuidar? 

“Para ambas as condições, a mudança no estilo de vida, perda de peso, prática de atividade física, evitar o tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas são indispensáveis”, explica a Dra Carol, e para o Lipedema ainda é recomendado estimular uma alimentação anti inflamatória, drenagem linfática e em alguns casos, a possibilidade de cirurgias como a lipoaspiração.
 

No calor, as dicas da especialista para o lipedema são:

● Se hidrate;

● Evite o álcool e o tabagismo;

● Dieta balanceada, leve e evite os exageros.

● Mantenha-se em movimento - Uma partida de vôlei, uma caminhada não fazem mal a ninguém;

● As meias de compressão são suas melhores amigas - Não esqueça delas!

 

Carol Mardegan - Graduada em medicina pela Universidade de Taubaté, com residência médica em Cirurgia Vascular pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), especialização Fellowship em Cirurgia Endovascular. Carol Mardegan é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e tem como foco a Cirurgia Endovascular buscando sempre os melhores resultados através das modernas técnicas minimamente invasivas.www.carolmardegan.com



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