A LLC é considerada uma doença crônica em que o
acompanhamento médico e o tratamento adequado ao perfil do paciente podem
minimizar o impacto na qualidade de vida dos pacientes que são, em sua maioria,
idosos.1
“Longevidade e leucemia parecem palavras que,
inicialmente, não combinariam. Contudo, hoje existem tratamentos que conseguem
adicionar anos com qualidade para o paciente, principalmente quando falamos de
uma leucemia de característica crônica”, inicia a Dra. Mariane Mariane Gennari,
médica hematologista pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Esse é o
caso da leucemia linfoide crônica (LLC), um dos mais comuns tipos de câncer no
sangue[1] e que ocorre com mais frequência em pacientes com idade entre 65 e 74
anos[2].
A
médica especialista em câncer do sangue afirma: “É muito comum e compreensível
o paciente ter um choque ao receber um diagnóstico de leucemia. Contudo,
existem diversas formas que esse tipo de leucemia pode ser controlada. Hoje,
com a evolução na ciência, vemos pacientes de LLC mantendo expectativa de vida
sem perda de qualidade mesmo com a doença.” Entre os anos de 2020 e 2022, foram
diagnosticados cerca de 4,8 mil casos em mulheres e 5,920 mil em homens, que
são a maioria em todos os registros de LLC pelo mundo2.
Por
conta de seu desenvolvimento silencioso, o acompanhamento dos sinais e sintomas
é a principal maneira de evitar a evolução para casos mais agressivos, na
tentativa de manter a capacidade de controle da doença, garantindo ao paciente
o melhor prognóstico possível.[3]
Diagnóstico e sintomas: a constância é o melhor remédio
É
importante ter em mente que a LLC é uma doença crônica e que não é herdada
geneticamente. Os sintomas da doença – que incluem sensação de cansaço4,
infecções repetidas4, perda de peso sem razão aparente4,
dores pelo corpo4, dentre outros - são facilmente confundidos com
outras doenças comuns que pacientes que estão chegando à terceira idade, ou
seja, a população mais frequente entre os pacientes de LLC.4
A
Leucemia Linfoide Crônica é acometida pelo crescimento descontrolado de
linfócitos B que, geralmente, não impedem o crescimento de células normais4.
Por isso, pacientes com essa doença podem demorar meses, ou até mesmo anos, até
que a doença seja identificada.4
“Isso
acontece porque os linfócitos B são originados das células B, que possuem um
desenvolvimento lento.”explica a médica.
Os
principais sintomas são:
- Perda de peso inexplicável4;
- Sensação de cansaço4;
- Infecções repetidas4;
- Febre4;
- Suores noturnos4;
- Hematomas ou sangramentos4;
- Gânglios linfáticos ou baço aumentados4.
“Por
isso é de extrema importância estar com as visitas ao médico em dia, em
especial com o hematologista, que é o médico responsável por identificar
doenças no sangue. Quanto maior a constância de exames de rotina, mais rápido o
diagnóstico e o início do tratamento”, adiciona a especialista.
Tratamento:
a liberdade de viver não pode parar!
Nos
últimos anos, houve um avanço para tratamento de diferentes tipos de leucemia.
No caso da LLC, as opções de tratamento envolvem imunoterapias, quimioterapias,
terapias alvo e até mesmo a opção de tratamentos finitos. A escolha do
tratamento varia e depende de fatores como o estágio da doença, aptidão física,
mutações genéticas, condições médicas e outros diversos fatores.4
“O
tratamento para LLC precisa ser acima de tudo o mais preciso possível. Dentre
as opções disponíveis hoje, conseguimos trabalhar com muita personalização e
adaptação das abordagens à cada caso.” diz a médica. “Um exemplo disso é a
opção de tratamentos finitos, ou seja, em que o paciente não precisa fazer o
uso de um mesmo medicamento por longos períodos, com alguns intervalos no
tratamento sem a perda da eficácia. A ideia é, na verdade, que esse paciente
seja exposto a uma menor toxicidade a longo prazo, o que é muito importante se
levarmos em conta que a maioria das pessoas que vivem com LLC tendem a estar
com a idade mais avançada.”
Em
caso de diagnóstico positivo, o conselho do especialista é procurar manter a
calma e conversar com um médico sobre qual o tratamento mais indicado. "Algumas
perguntas, sobre como funciona o tratamento, por quanto tempo ele será
necessário, quais resultados são esperados, dentre outras, são essenciais para
manter um diálogo aberto com o médico, o que sempre impacta positivamente no
prognóstico do paciente.”
Por
ser uma leucemia considera crônica, a LLC é um dos cânceres de sangue com a
menor taxa de mortalidade.3 “Fazer acompanhamento médico e manter o
tratamento em dia são as maiores ferramentas para um prognóstico positivo e a
continuidade de um estilo de vida de qualidade”, adiciona a médica.
“Hoje,
falamos cada vez mais de LLC como uma doença crônica, ou seja, que precisará de
acompanhamento constante, mas que, junto com tratamento e de um diálogo claro e
aberto entre médico e paciente, a doença não precisa nem deve ser considerada
uma sentença de morte”, comenta. “Existe muita vida, com qualidade, para quem
vive com LLC”, finaliza.
[1] https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2024/05/20/leucemia-de-susana-vieira-nao-tem-cura-mas-tem-controle-entenda-o-caso.htm
[2] https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2023/sociedade/20230428_ReSoc_404_Rituximabe_LLC.pdf
[3] https://www.abbvie.com.br/our-science/therapeutic-focus-areas/oncology/llc.html#:~:text=Ela%20come%C3%A7a%20na%20medula%20%C3%B3ssea,chance%20de%20ocorrer%20em%20homens
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