Segundo
um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente
17,5% da população adulta – uma em cada seis em todo o mundo – sofre de
infertilidade. Atualmente existem diversas soluções para prevenção e tratamento
da infertilidade, como a reprodução assistida. A reprodução assistida é um
conjunto de técnicas médicas que visa a reprodução humana de maneira assistida.
Com
o avanço da tecnologia ao longo dos anos, a reprodução assistida tem sido
contemplada com novas técnicas e métodos avançados capazes de beneficiar o
paciente. Uma das ferramentas que ganha cada vez mais holofotes e pode ser uma
importante aliada da reprodução assistida é a Inteligência Artificial.
“A IA oferece diversos benefícios para a fertilização
assistida, como melhoria da precisão no diagnóstico de infertilidade e a
seleção de embriões. Algoritmos de IA podem analisar grandes quantidades de
dados para identificar os embriões mais viáveis, aumentando as chances de
sucesso da gravidez. Além disso, a IA pode ajudar a personalizar tratamentos
para indivíduos, levando em conta fatores genéticos”, explica Dickson Tangerino,
Sócio/Diretor da Tanger
Consult e um dos patrocinadores do AI Summit Brasil 2024,
evento que acontece em setembro em São Paulo e tem como objetivo debater as
principais mudanças advindas com a Inteligência Artificial.
Uma
questão que vem sendo debatida em decorrência do avanço da IA é sobre o futuro
do mercado de trabalho. Muitos profissionais temem que suas funções sejam
extintas e substituídas por máquinas e novas tecnologias. E esse é um assunto
recorrente entre os profissionais da área da reprodução assistida. Porém,
não é provável que a IA substitua completamente os profissionais da área de
fertilização assistida, pois embora possa automatizar e otimizar certos
processos, a experiência humana e o julgamento clínico são cruciais.
“Profissionais de saúde proporcionam o suporte emocional
necessário e tomam decisões complexas que vão além das capacidades atuais da
IA. Contudo, a IA certamente será uma ferramenta de suporte valiosa, melhorando
a eficiência e eficácia dos tratamentos”, pontua tangerino. Apesar dos
benefícios, assim como qualquer outra tecnologia, é necessário cautela para
conseguir tirar proveito das facilidades que a IA oferece sem que ela se torne
prejudicial.
Entre
os riscos que ela apresenta está a dependência excessiva em algoritmos para
tomada de decisões críticas. Há também preocupações com privacidade e segurança
de dados, especialmente dados genéticos e pessoais sensíveis. “Além disso, a falta de transparência
nos processos decisórios de alguns modelos de IA pode dificultar a compreensão
e o controle dos métodos utilizados para selecionar embriões”,
declara Tangerino.
Apesar
dos riscos, a expectativa é que a IA contribua para um futuro promissor em
relação à fertilização assistida e que ela consiga fornecer soluções cada vez
mais sofisticadas e personalizadas. “Espera-se
que a IA continue a melhorar em capacidades como análise preditiva e
diagnósticos mais precisos, o que pode levar a taxas de sucesso mais altas nos
tratamentos de fertilização. A integração ética e responsável da IA será
fundamental, garantindo que os benefícios da tecnologia sejam maximizados
enquanto os riscos são minimizados”, finaliza tangerino.
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