Cerca de 2 milhões de brasileiros descobrem a doença anualmente
Batimentos acelerados e descompassados
do coração podem ser sinais de uma doença comum que atinge cerca de 2 milhões
de pessoas por ano no Brasil: a fibrilação atrial. Trata-se de um tipo muito comum
de arritmia cardíaca, em que os átrios se contraem de maneira desordenada.
O técnico Tite, do Flamengo, sofreu
recentemente um mal-estar causado pela doença durante um jogo da Libertadores
em La Paz, Bolívia, cidade localizada a 3.600 metros acima do nível do mar. Foi
internado e já está liberado para o tratamento em casa.
“Na maioria das vezes, o tratamento é
clínico, com uso de anticoagulantes que impedem a formação de coágulos -
trombos no coração -, diminuindo a chance de ter AVC. O controle da arritmia
também pode ser tentado com remédios e até mesmo a cardioversão elétrica
(choque), um procedimento bastante seguro de ser realizado”, afirma o Dr. Guy
Prado, cardiologista do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES).
Ainda segundo o cardiologista, é importante
entender os casos de forma individualizada. Em alguns casos, pode ser indicado
o cateterismo cardíaco para avaliação da parte elétrica do coração (estudo
eletrofisiológico) e realizar uma espécie de cauterização de fibras específicas
do coração para “quebrar” o circuito da arritmia. Ou ainda, para aqueles
pacientes que não podem receber os anticoagulantes, é possível através de
cateteres (procedimento minimamente invasivo) implantar uma prótese em uma
região específica do coração e assim impedir a formação de coágulos na presença
da fibrilação atrial.
Sintomas mais comuns
As
palpitações (sensação de batimentos cardíacos rápidos) são os primeiros sinais,
acompanhadas, muitas vezes, de dor ou desconforto no peito e de falta de ar.
Em
casos de palpitações muito significativas (em que ocorrem batimentos cardíacos
muito rápidos), pode ocorrer queda da pressão arterial e até mesmo desmaio.
“São
menos comuns pacientes assintomáticos, ou seja, que não sentem nenhum desconforto.
Nesses casos, é detectada a doença através de exames complementares”, explica o
cardiologista do HES.
Fatores
de risco
A
fibrilação atrial está associada a vários fatores de risco que podem contribuir
para seu desenvolvimento. Entre os principais fatores estão a hipertensão
arterial, que sobrecarrega o coração e pode levar a alterações estruturais nos
átrios; doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca, doenças valvares e
doença arterial coronariana; e o diabetes. Outros fatores incluem o consumo
excessivo de álcool, que pode desencadear episódios de fibrilação atrial
isoladamente, e o histórico de apneia do sono, uma condição que afeta a
respiração e pode agravar problemas cardíacos.
Além
disso, fatores genéticos e o avanço da idade também desempenham um papel
significativo, uma vez que a probabilidade de desenvolver fibrilação atrial
aumenta com a idade. Identificar e gerenciar esses fatores de risco são
cruciais para prevenir a fibrilação atrial e reduzir a probabilidade de
complicações associadas.
Hospital Evangélico de Sorocaba
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