Nova parceria prevê discussões e ações conjuntas relacionadas ao desenvolvimento de imunizantes e à preparação para pandemias
O Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado
da Saúde de São Paulo, a Fundação Butantan e o Instituto de Vacinas Humanas da
Universidade Duke (DHVI, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, assinaram um
Memorando de Entendimento que visa a colaboração na pesquisa e no
desenvolvimento clínico de novos imunobiológicos. A parceria engloba discussões
e possíveis ações conjuntas relacionadas, principalmente, a vacinas contra HIV
(vírus da imunodeficiência humana) e influenza, além do estudo de plataformas
de RNA mensageiro e da preparação para futuras pandemias.
“Este acordo permite ao DHVI fazer o que fazemos de melhor
como um instituto único de pesquisa interdisciplinar, enquanto colaboramos com
outros cientistas renomados mundialmente para desenvolver vacinas e terapias
inovadoras”, diz o diretor de Operações da organização, Thomas Denny.
As duas instituições devem discutir linhas de pesquisa,
atividades, responsabilidades e outros aspectos envolvendo a pesquisa conjunta
de vacinas, a produção, o monitoramento de doenças e o desenvolvimento de
estudos clínicos. Além disso, o Butantan e o DHVI buscam estabelecer um
Programa de Pesquisa e Co-desenvolvimento de vacinas estratégicas contra
patógenos com potencial pandêmico.
“O Butantan está sempre buscando parcerias para aumentar
sua capacidade de pesquisa e desenvolvimento de vacinas. Este acordo com o DHVI
une dois líderes mundiais em pesquisa e produção de vacinas com a missão de
melhorar a saúde global”, afirma Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan.
Sobre o DHVI
O DHVI é um instituto de pesquisa interdisciplinar e
interdepartamental que faz parte da Universidade Duke. A instituição foi criada
em 1990 para apoiar os esforços da universidade no desenvolvimento de vacinas e
terapias para o HIV e outras infecções emergentes. A missão do DHVI é
desenvolver produtos para prevenir e tratar doenças de importância global e
atuar na formação da próxima geração de cientistas.
A instituição norte-americana foi criada, inicialmente,
com foco no desenvolvimento de um imunizante contra o HIV, na mesma época em
que a epidemia eclodia no mundo. Foi dos estudos do DHVI que surgiram algumas das
primeiras vacinas candidatas a serem testadas em seres humanos. Obter um
produto final, contudo, ainda é um desafio, devido à resistência que o vírus
adquire com suas frequentes mutações. Logo o DHVI passou a se dedicar ao
combate de outras infecções emergentes, como influenza, SARS-CoV-2,
tuberculose, sífilis e gonorreia, consolidando uma expertise no desenvolvimento
clínico de novos imunobiológicos.
O Butantan e a Universidade Duke já haviam unido esforços
em 2022, em um projeto para a descentralização dos soros antiofídicos em áreas
remotas da Amazônia, que resultou na publicação de um estudo no ano passado.
Iniciativa do Butantan e da Universidade do Estado do Amazonas, o projeto
também contou com o apoio do Ministério da Saúde, da Secretaria Especial de
Saúde Indígena (SESAI) e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas.
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