Desde criança, a mulher é incentivada a brincar de boneca e casinha, em menção ao cuidado com a família. Os desenhos infantis reafirmam ludicamente o ideal para uma princesa: encontrar seu príncipe encantado e viver feliz para sempre.
Quando adultas, a prática é outra. As mulheres
comumente estudam, trabalham, escolhem um parceiro, constituem família e esse é
ponto que pode mudar suas vidas para melhor ou, pior.
Por um lado, se a mulher encontra um companheiro
emocionalmente maduro e com sabedoria para apoiar e incentivar o seu sucesso
pessoal e profissional, entendendo que juntos poderão ir mais longe, há a
possibilidade de sucesso pleno em todas as áreas da vida do casal.
Por outro, muitos são emocionalmente imaturos e,
culturalmente, agem de forma abusiva quando acreditam ter o domínio do outro. A
escolha de um companheiro com essas características pode fazer a vida da mulher
andar para trás.
Depois do casamento, alguns maridos ainda acreditam
que lugar de mulher é na cozinha, pois lá, ela será apenas dele e estará a seu
serviço. Esse tipo de parceiro não apoia seu crescimento profissional, pois não
aceita a companheira em uma posição de destaque e superior a dele.
Ao “puxar o tapete” da companheira, o homem faz com
que ela assuma a administração do lar e da família, enquanto ele detém posse
das finanças, gerando conflitos entre o casal.
É uma questão egóica e a consequência pode ser
devastadora, porque, atualmente, as mulheres entendem seu valor e reconhecem
seu potencial.
No relacionamento disfuncional, ela se deprime e
por vezes adoece, enquanto almeja a separação. E, nessa hora, o príncipe vira
sapo.
A união normalmente é atrelada aos bens do casal e,
quando a mulher opta pela liberdade e desenvolvimento profissional, a
consequência é o divórcio. Este caminho pode ser árduo, porque um companheiro
com essência controladora potencializará seu domínio nessa fase.
Enquanto lutam judicialmente para desfazer a união,
dividir bens e acertar questões de filhos, a mulher continuará de alguma forma
unida àquele homem, em meio a conflitos, patrimônio bloqueado ou desviado e
filhos com desenvolvimento emocional e material comprometido.
O fato é que o casamento é a escolha mais
importante da vida da mulher. Essa bifurcação pode levá-la ao sucesso ou ao
retrocesso.
Hoje, mulheres buscam autonomia para conciliar
família, vida social e alcançar uma carreira bem-sucedida, afinal, lugar de
mulher é onde ela quiser.
Gab Saab - neuropsicanalista e especialista em psicologia jurídica, graduanda em Direito, palestrante e autora do livro “Abuso Guia Prático: como identificar e se libertar de relacionamentos abusivos”.
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