A coceira pode ser
causada por diferentes tipos de alergia e provocar até dermatite atópica. Veja
como proteger o seu pet
Ao longo do dia, os cães entram em contato com
inúmeros elementos que estão espalhados por todo o ambiente em que convivemos.
Esta interação causa curiosidade e seu pet acaba querendo “conhecer” tudo ao
seu redor, mas saiba que esta pode ser a causa de um problema para a pele do
seu animal. No nosso ambiente existem substâncias conhecidas como partículas
alérgenas, ou seja, que podem causar alergias no seu melhor amigo. Esta reação
é individual e depende do sistema imunológico e da predisposição racial do
animal, por isso, uma substância que causa alergia para um cãozinho, nem sempre
causará a mesma reação no outro.
Uma coceira ocasional e pontual pode ser algo
normal, por isso, não é incomum ver seu animalzinho coçar, lamber, mordiscar e
se esfregar em superfícies e/ou objetos. No entanto, essas ações nunca devem
interromper ou ser um empecilho para atividades habituais (brincar, comer,
dormir) ou causar perda de pelos e danos à pele. Se isso acontecer, é possível
que sejam sinais de dermatite alérgica. A dermatite alérgica em cães pode ser
causada por fatores ambientais, ectoparasitas, genéticos ou alimentos e causam
dor, lesões e incômodo para o pet, sendo necessário procurar um veterinário o
mais rápido possível para determinar a causa e ajudar seu amigo neste momento
difícil. Sem tratamento, a coceira pode se tornar uma doença séria e levar a
complicações adicionais, como infecções, otites, feridas, espessamento e
enegrecimento da pele , perda de pelo, descamações e odor desagradável.
O tratamento vai depender da causa e da severidade
da doença que o animal apresenta, por isso não é recomendado que você
automedique seu bichinho. Algumas opções de tratamento, como os corticoides,
quando administrados de forma indiscriminada e sem o acompanhamento do
profissional, por via oral ou parenteral, com o objetivo de controlar areação
alérgica, podem causar efeitos imunossupressores e metabólicos indesejáveis,
entre eles sede excessiva, obesidade, diabetes, danos ao fígado e aos rins.
Além disso, a frequência do uso desse tipo de medicamento pode também aumentar
a chance de novas infecções, perda de pelo, afinamento da pele, fraqueza e
problemas nos músculos e articulações. Por último, se o sistema nervoso central
for afetado, o cão pode demonstrar alterações no comportamento, ocasionado por
estresse, ansiedade e agressividade.
A alergia alimentar é uma importante
causa de dermatite pruriginosa entre os cães. Ela se manifesta sempre que o
animal apresenta uma resposta imunológica exagerada ao ingerir um determinado
alimento contendo potenciais alérgenos, devido a quebra da barreira mucosa ou
imunorregulação deficiente. Na maioria das vezes, as manifestações das alergias
alimentares surgem após diversos contatos com o nutriente em questão. Sendo
assim, o animal pode apresentar uma reação alérgica a um alimento que já tenha
sido ingerido diversas vezes anteriormente e que não havia causado nenhum
problema para ele. Dentre os principais alimentos responsáveis por causar esta
afecção estão as proteínas e os carboidratos complexos.
Os principais sintomas que podemos identificar são
o prurido intenso, otites, infecções secundárias na pele, pápulas, pústulas,
alopecia, fistula interdigital ou perianal, vômitos, flatulências, perda ou
falta de apetite, dor abdominal, diarreias, dentre outros Porém, em
determinadas situações, o diagnóstico torna-se complicado, pois os sinais
clínicos são inespecíficos e nem sempre perceptíveis, sendo necessário realizar
manejos alimentares para determinar se a causa é realmente alimentar antes de
iniciar o tratamento. O tratamento consiste em fornecer ao animal um manejo nutricional
balanceado e sem a presença do agente alérgeno na dieta por toda a sua vida e
tratamentos adicionais sintomáticos podem ser implementados. Lembrando que a
cooperação do tutor e de todas as pessoas que convivem com o pet diariamente é
fundamental para a melhora no quadro.
Ainda no campo das doenças alérgicas, existe a alergia por
picadas de ectoparasitas (DAPE), como pulgas e carrapatos, como
a causa mais comum de dermatites nos cães. Trata-se de uma reação de
hipersensibilidade aos componentes presentes na saliva de pulgas e carrapatos,
que durante a alimentação, causam lesões avermelhadas, pequenos edemas no local
da picada, coceira intensa, crostas e/ou descamações, além de diferentes níveis
de perda de pelo. As lesões são mais comuns no pescoço, na região da base da
cauda, costas, coxas e abdômen. Normalmente, os cães costumam lamber, coçar e
morder muito na região afetada, o que aumenta as chances de lesionar a pele,
deixando o animal mais susceptível a infecções secundárias no local. Nesse caso,
a profilaxia consiste no controle efetivo da infestação das pulgas e carrapatos
no animal e no ambiente, associado ao tratamento sintomático com uso de
medicamentos que visem à diminuição da reação de hipersensibilidade, o controle
do prurido e das infecções secundárias.
Há, ainda, a alergia que ocorre devido ao contato.
Nesse caso, a alergia acontece em decorrência da exposição de alguma região do
corpo a um componente que causa irritação na pele do animal. Este tipo de
alergia se manifesta principalmente nas regiões de pouco ou nenhum pelo, como
abdômen ventral, axilas, região inguinal, interdigital, nariz, boca e escroto.
O organismo dos cães pode reagir de diferentes formas dependendo do material ou
superfície, mas alguns tecidos (como lã e poliéster), produtos de limpeza,
grama, couro, plástico e/ou borracha podem causar uma reação na pele dependendo
da região afetada e do tempo de exposição, na qual é possível notar uma
vermelhidão intensa e prurido logo após o contato.
A frequência dos banhos no animal e o uso de
determinados tipos de shampoos e perfumes também podem ocasionar esse tipo de
reação alérgica, uma vez que afetam a oleosidade natural da pele e podem conter
alérgenos em sua composição. O tratamento, nesse caso, consiste em encontrar a
fonte da irritação, tirá-la do ambiente e da sua rotina e tratar os sintomas do
meu amigo com o medicamento mais adequado. É importante evitar deixar resíduos
de produtos de limpeza no ambiente, dar banhos com produtos específicos para as
necessidades do seu bichinho, secar bem a pele, pelo e as dobrinhas do corpo do
seu melhor amigo, além de fornecer uma alimentação de qualidade para fortalecer
a resposta imunológica dele frente às adversidades.
Por último, existe a dermatite
atópica, que é uma resposta inflamatória crônica que atinge a
pele de animais sensíveis e com predisposição genética, causada por alérgenos
ambientais como polens, plantas, poeira, bolores, ácaros, etc. Antigamente
acreditava-se que este tipo de dermatite era causado pela inalação do agente
alérgeno, porém em estudos mais recentes existem dados que mostram que esta
dermatite também pode ocorrer devido a absorção percutânea. Os sintomas são
todos decorrentes da inflamação e da coceira, como vermelhidão, descamação,
alopecia, hiperpigmentação, presença de pápulas e máculas, em alguns casos
perda de pelos, entre outros sinais. Algumas regiões podem ser mais acometidas
que outras, como por exemplo as patas, o abdômen, as faces internas das coxas e
a face do animal. Por se tratar de uma doença sem cura, o tratamento da
dermatite atópica deve ser uma abordagem múltipla sintomática e completa,
visando eliminar o contato com o alérgeno, melhorar o sistema imunológico do
animal, aumentar a qualidade da barreira cutânea e retirar infecções secundarias,
caso existam. Por isso, o acompanhamento do animal deve ser feito por um
veterinário.
VETBR
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