Lucas Costa, advogado especialista em Direito de Família, explica como mães devem negociar o acordo para que tenham o respaldo da Justiça
No Brasil, a
responsabilidade de prover sustento aos filhos vai além de acordos verbais e
exigências morais, assumindo contornos legais severos. O advogado Lucas Costa
(@escritorioparamaes no Instagram), especialista em Direito de Família,
esclarece que a pensão alimentícia, para ter força de lei, deve ser
estabelecida judicialmente. Acordos informais, por mais bem-intencionados que
sejam, não possuem respaldo legal.
Diante do não
cumprimento dessa obrigação, a orientação é que a mãe busque o quanto antes a
ajuda de um advogado especializado. "A primeira etapa é formalizar a
demanda por meio de um processo de execução, onde o valor devido será
calculado, considerando juros e correções," explica Costa. Uma vez
protocolada a ação, o devedor será intimado e terá um prazo que varia de três a
quinze dias úteis para quitar sua dívida, dependendo do tempo de inadimplência.
A tolerância
para com a inadimplência é mínima. Caso o pagamento não seja efetuado dentro do
prazo estipulado, a justiça brasileira tem mecanismos rigorosos à sua
disposição. Para dívidas recentes, de até três meses, a prisão do devedor é uma
possibilidade real. "É uma medida extrema, mas reflete a seriedade com que
a justiça encara a manutenção do bem-estar das crianças," afirma
Costa.
Para débitos
mais antigos, a penhora de bens se torna uma alternativa, garantindo que os
direitos da criança sejam preservados, mesmo que isso signifique a apreensão de
propriedades do devedor.
O advogado
explica que, em casos de prisão, existem apenas três caminhos para a liberação
do devedor: o pagamento integral da dívida, a celebração de um acordo aceito
pela parte credora, ou o cumprimento do tempo de prisão determinado pela
Justiça. Importante ressaltar que, mesmo após a liberação por tempo de prisão
cumprido, a dívida permanece ativa.
Lucas Costa
enfatiza a importância de não haver tolerância das mães quando houver inadimplência
dos pais. "A pensão alimentícia é mais do que uma obrigação financeira; é
um direito fundamental da criança, essencial para seu desenvolvimento e
bem-estar," ressalta. A Justiça brasileira, com sua postura rigorosa,
assegura que o descumprimento dessa responsabilidade não fique impune,
independentemente da idade ou classe social do devedor.
Este panorama
legal ressalta a imperatividade da responsabilidade parental e a disposição do
sistema judiciário brasileiro em garantir o cumprimento dessas obrigações,
demonstrando que, quando se trata de sustento infantil, a Justiça realmente não
dorme.
Famosos também sofrem a punição
A Justiça é rigorosa com todos os pais que falham com o pagamento de pensão alimentícia, até mesmo pessoas públicas. Existem dezenas de nomes de famosos que estiveram detidos ou que tiveram ordem de prisão decretada por deverem pensão alimentícia.
Entre eles, os
atores Dado Dolabella e André Gonçalves, o ex-jogador de futebol Romário, o
ex-jogador de vôlei Giba, os cantores Marcelo Falcão e Latino, além de tantos
outros. O caso mais recente é do ex-jogador do Palmeiras Cleiton Xavier, que
foi solto em janeiro após pagar dívida de R$31 mil de pensão alimentícia.
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