A ampla cobertura vacinal em crianças é uma das conquistas mais
significativas conduzida ao longo de décadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Quando se trata da saúde de bebês prematuros, esse tema se torna ainda mais
essencial. Notavelmente, eles são mais susceptíveis a doenças e infecções,
devido ao desenvolvimento incompleto de seus sistemas, incluindo o imunológico.
Sendo assim, as vacinas são fundamentais para garantir que os pequenos estejam
protegidos, favorecendo crescimento e desenvolvimento adequados.
Recentemente, o SUS tomou medidas importantes no que diz respeito
à ampliação dos critérios para a aplicação, em prematuros, da vacina
hexavalente (Hexa acelular -DTPa/Hib/HB/VIP), que protege
contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b,
poliomielite e hepatite B, em uma só injeção. Por meio do Programa Nacional da
Imunzações (PNI), foram ampliados os critérios de aplicação da vacina para
bebês prematuros; agora, os nascidos com menos de 33 semanas de gestação têm
acesso à imunização com a hexavalente – anteriormente, estava disponível para
menores de 31 semanas. A hexa pode ser encontrada nos Centros de Referência
para Imunobiológicos Especiais (CRIE), que estão presentes em todos os estados
brasileiros.
O esquema de vacinação com essa imunização consiste na aplicação
de três doses: aos 2, 4 e 6 meses de idade cronológica, com intervalo de 60
dias entre as doses. O primeiro reforço deve acontecer aos 15 meses de idade. O
segundo reforço deverá ser realizado aos 4 anos de idade, com a vacina DTP
acelular, se ainda persistir a indicação. A idade máxima para aplicação da
vacina hexa acelular e/ou DTPa é de 6 anos, 11 meses e 29 dias.
De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde e da
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), as vacinas contra meningite,
pneumonia, coqueluche, hepatite B, rotavírus, gripe e todas as demais imunizações
devem ser aplicadas de acordo com a idade cronológica da criança prematura.
Há pouco mais de dois meses, o governo federal abriu uma consulta pública sobre o acesso de bebês prematuros ao medicamento de alto custo, o imunobiológico palivizumabe. Estudos demonstram que, da mesma forma que os bebês nascidos com menos de 29 semanas, os prematuros abaixo de 32 semanas são muito beneficiados pelo uso do medicamento, ficando protegidos de infecções pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O VSR causa 80% dos casos de bronquiolite em crianças, doença extremamente perigosa para os prematuros, que nascem com a função pulmonar mais fragilizada.
Atualmente, com exceção da Bahia, Maranhão, Paraná e Distrito
Federal, os Estados liberam a profilaxia com esse medicamento apenas para
prematuros que nascem com menos de 29 semanas de idade gestacional, além de
casos de cardiopatia congênita e doença pulmonar crônica.
A consulta pública teve como objetivo registrar a opinião de
famílias, profissionais de saúde, organizações da sociedade civil e sociedade
em geral quanto à ampliação dos critérios de aplicação do palivizumabe pelo
SUS, que passaria a incluir os prematuros que nascem com menos de 32 semanas. O
resultado, no entanto, foi desfavorável à mudança nas especificações para
acesso ao imunobiológico.
“Apesar de ainda termos um longo caminho a percorrer, é importante
enaltecermos as conquistas no cenário da prematuridade, sendo a imunização um
tema imprescindível nesse contexto. Precisamos, com frequência, revisar e
atualizar os critérios para aplicação de vacinas específicas para prematuros,
visto que estudos têm demonstrado que bebês que estão fora dos critérios
atuais, seriam muito beneficiados pelo uso dos imunizantes. Sabemos que
internações hospitalares são frequentes entre essas crianças durante toda a
infância, por isso, a inclusão de mais prematuros nos protocolos de vacinação
tem o potencial de diminuir custos para a Saúde, para a Assistência Social e
impacta ainda o mercado de trabalho, uma vez que a família toda é afetada.
Seguiremos sempre buscando equidade no acesso às vacinas para todos os
prematuros”, argumenta Denise.
Campanha Novembro Roxo - Com
o tema “Pequenas ações, GRANDE IMPACTO: contato pele a pele imediato para todos
os bebês, em todos os lugares”, a campanha global do mês de
novembro reforça a importância da garantia dessa prática. Estudos têm
demonstrado que prematuros extremos, os mais vulneráveis, são ainda mais
beneficiados por esse contato quando feito de forma precoce. Diante disso, a
OMS (Organização Mundial de Saúde) e as instituições que compõem a Aliança
Global para o Cuidado do Recém-nascido (GLANCE), incluindo a ONG
Prematuridade.com, escolheram enfatizar a questão novamente em 2023.
No
Brasil, a campanha terá ampla programação, contando com audiências públicas,
simpósios, lives, ações nos hospitais, caminhadas, piqueniques, entre outras
atividades.
Nas
ações promovidas pela ONG, estão confirmadas participações de representantes da
Organização Panamericana de Saúde (OPAS), Ministério da Saúde, Sociedade
Brasileira de Pediatria e de outras importantes instituições no contexto da
prematuridade, além de famílias de prematuros, profissionais de saúde,
celebridades e formadores de opinião.
ONG
Prematuridade. com
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