Estudo, que será apresentado por especialistas da OC Precision Medicine no Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), mostra resultados animadores na sobrevida dos pacientes
Durante o
Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), que acontece entre
os dias 16 e 18 de novembro, no Rio de Janeiro, será apresentado um estudo
realizado por especialistas da OC Precision Medicine (laboratório de Medicina
de Precisão do Grupo Oncoclínicas) que aborda a testagem genômica e a sobrevida
de 2.162 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático
(CPNPCm) em todo o país, nos últimos 5 anos.
Os resultados de
estudo com dados de mundo real mostram que pacientes com CPNPCm tratados com
“terapia alvo molecular guiada por medicina de precisão” tiveram uma sobrevida duas vezes maior que aqueles tratados com quimioterapia combinada com imunoterapia
- passando, em média, de 16 meses para 32 meses. Como referência, há 10 anos, a
sobrevida média em CPNPCm era inferior a 12 meses com quimioterapia isolada.
É nítido que o
acesso a terapias alvo podem aumentar a sobrevida de pacientes com câncer de
pulmão avançado. Hoje, 1 a cada 4 pacientes com CPNPCm possui alterações
moleculares no tumor que guiam o uso destes tratamentos dirigidos, pois os
tumores apresentam uma mutação ou fusão específica.
“Esse é um avanço
importante para o tratamento desses pacientes, pois a terapia alvo molecular
pode abrir várias frentes e possibilitar uma sobrevida e qualidade de vida
maiores. Apesar de ainda serem necessárias mais pesquisas, com certeza é um
estudo otimista e desafiador no combate ao câncer de pulmão”, comenta Rodrigo
Dienstmann, diretor médico da OC Precision Medicine, unidade especializada em
análise patológica, genômica e big data da Oncoclínicas
Mas como
saber se um paciente é elegível a tratamentos dirigidos a alvos moleculares?
Por meio da
realização de painéis de sequenciamento genômico abrangente, que são testes que
avaliam alterações em múltiplos genes relacionados ao câncer, é possível
auxiliar na escolha do tratamento mais eficaz para bloquear a mutação ou fusão
gênica detectada.
“O teste GS Infinity é um painel
genômico abrangente desenvolvido pelo laboratório Oncoclínicas Precision
Medicine, que analisa, em paralelo, o DNA e RNA tumoral (para mutações e
fusões, respectivamente) em 463 genes do câncer”, explica o especialista. O
acesso ao teste é possível via programa de suporte aos pacientes oncológicos.
O cenário
É estimado que 80
a 85% dos tumores de pulmão sejam do tipo câncer de pulmão de não pequenas
células (CPNPC) e o diagnóstico ocorra, na maioria das vezes, entre 50 e 70
anos de idade. Além disso, segundo informações da Oncoclínicas, os tipos da
doença podem ser divididos em três:
Adenocarcinoma
– é o tipo mais predominante atualmente. Começa
nas células secretoras de substâncias, como o muco. Este tipo de câncer de
pulmão ocorre principalmente em fumantes ou ex-fumantes, mas também é o tipo
mais comum de câncer de pulmão observado em não-tabagistas. É mais comum em
mulheres do que em homens, e tem maior probabilidade de ocorrência em pessoas
jovens do que os outros tipos de câncer de pulmão. Grande parte das alterações
moleculares que guiam terapia alvo molecular são encontradas em
adenocarcinomas;
Carcinoma
de células escamosas (ou espinocelular) – começa nas células escamosas, que são células planas que revestem
o interior das vias aéreas. Geralmente está relacionado ao tabagismo e costuma
se localizar na parte central dos pulmões, próximo ao brônquio, que é a
principal via aérea do corpo humano; e
Carcinoma
de grandes células (indiferenciado) – pode
surgir em qualquer parte do pulmão. Tende a crescer rapidamente e de maneira
agressiva, o que dificulta o seu tratamento.
Dentre os fatores
de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão de células não pequenas, é
possível citar: tabagismo, doenças pulmonares, histórico familiar, exposição a
agentes tóxicos (como o amianto e o gás radônio) e poluição. Além disso, os
sintomas mais comuns são tosse persistente, com sangue ou chiado, dor no peito,
perda de peso sem motivo aparente, perda de apetite e infecções recorrentes.
De acordo com o
Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que o Brasil terá 32.560 casos
de câncer de traqueia, brônquios e pulmão para cada ano do triênio 2023-2025,
sendo em média 14.540 casos entre mulheres e 18.020 em homens.
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