Levantamento identifica outros gargalos da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, que é responsável pela morte de 40 mil brasileiros todos os anos[2]
Considerada a 5ª maior causa de internação no Sistema Único de Saúde (SUS) entre pacientes com mais de 40 anos¹, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ainda é desconhecida por muitos brasileiros, mesmo por quem apresenta sintomas clássicos da condição como tosse crônica, cansaço, catarro e falta de ar.
A pesquisa inédita “Retrato da DPOC na visão dos brasileiros”
ouviu 2141 pessoas em todas as regiões do país, entre pacientes (274),
cuidadores (55) e população (1812). De acordo com o levantamento, realizado
este ano pela biofarmacêutica Chiesi com o apoio técnico-científico da
Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, 26% da população em geral não
sabe do que se trata a sigla DPOC e mais da metade não procura atendimento
quando tem sintomas relacionados à doença1.
Ao mesmo tempo em que, no Brasil, cerca de 6 milhões de pessoas
vivem com DPOC², com média de 40 mil brasileiros morrendo por ano em
decorrência da doença², a pesquisa mostra negligência em relação à sua
gravidade. Quando perguntado o quanto as pessoas consideram a DPOC uma doença
grave, a condição aparece apenas em 5º lugar1, apesar do impacto
significativo na qualidade de vida dos pacientes e do alto índice de
internações e mortes.
Para a Dra. Margareth Dalcolmo, pneumologista, pesquisadora da Fiocruz e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a informação sobre a doença e a importância do diagnóstico e da adesão ao tratamento são urgentes. “É preciso que médicos, de todas as especialidades, comecem um diálogo mais criativo com a sociedade civil nesse sentido. E nós, como sociedade médica, temos que fazer com que o diagnóstico dessa doença seja realizado precocemente, bem como facilitar o provimento das medicações aprovadas para o tratamento, nas farmácias populares”, reflete.
A pesquisa “Retrato da DPOC na visão dos brasileiros” revela que mais de ¼ dos pacientes e cuidadores entrevistados acham que é “muito difícil” ou “difícil” ter acesso ao exame de espirometria, fundamental para detectar a doença1. Evidencia ainda que 30% dos pacientes já abandonaram o tratamento sem o consentimento do médico por dificuldade de obter os medicamentos no SUS, enquanto outros 24% deixaram de fazer o tratamento ao notar uma melhora dos sintomas1.
Os pacientes entrevistados sinalizaram que o abandono do tratamento ou mesmo a não adesão podem acontecer por barreiras como a baixa disponibilidade de medicamentos nos postos de saúde, informação sobre o uso do medicamento, acesso à consulta médica, mudança no estilo de vida e o preço do remédio – considerado por 55% dos entrevistados uma barreira “muito alta” para a adesão ao tratamento1.
“Nós, especialistas, estamos empenhados em oferecer ao Ministério da Saúde um programa integral, em parceria com a indústria, para o diagnóstico precoce, provendo avaliação funcional e facilitando, também, o acesso aos medicamentos”, diz Dra. Margareth Dalcolmo.
Para além das consequências na vida e na saúde dos pacientes, seus
familiares e cuidadores, a sensibilidade do cenário extrapola para o SUS,
impactando em um gasto anual aproximado de R$ 103 milhões³, com a média de 200.000
hospitalizações2.
Em resposta a esse cenário, a biofarmacêutica Chiesi submeteu
neste mês um dossiê à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
Sistema Único de Saúde (Conitec) para solicitar a inclusão da terapia tripla
fixa no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de tratamento da
DPOC. A partir da análise, a Comissão tem 180 dias para dar seu parecer
favorável ou desfavorável, e abrir uma Consulta Pública para ouvir a opinião de
profissionais de saúde, pacientes e toda a sociedade a respeito da incorporação
da terapia no Sistema Público de Saúde (SUS).
Chiesi Brasil
Para mais informações, visite Chiesi.
Referências
[1] O Retrato da DPOC na visão dos brasileiros [acesso em 21 de agosto de 2023]. Disponível em Link
[2] MINISTÉRIO DA SAÚDE. DATASUS. Mortalidade no Brasil? Óbitos por residência segundo Região. Categoria CID-10: J-44 Outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas, 2017.
[3] Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS [homepage na Internet]. Brasília: DATASUS; 2010. [acesso em 12 abr. 2010] Disponível em: Link
[4] Cruz MM, Pereira M. Epidemiology of Chronic Obstructive Pulmonary Disease in Brazil: a systematic review and meta-analysis. Ciênc saúde coletiva. 2020Nov;25(11):4547?57. Disponível em: Link
[5] Rabahi M. Epidemiologia da DPOC: Enfrentando Desafios. Pulmão RJ. 2013;22(2):4?8. Disponível em: Link
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