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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Dia Nacional do Riso: Os Desafios do Sorriso para Crianças Autistas

Na celebração da data, Marília Macêdo, fonoaudióloga da Clínica Médica Med Advance, lança luz sobre como sorrir pode ser um desafio para algumas crianças que vivenciam o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

 

A ciência afirma que o riso é um elixir para a saúde física e mental. Sorrir, apesar de ser um gesto simples, é uma expressão facial que mobiliza uma variedade de músculos faciais. Para sermos precisos, o simples ato de sorrir envolve a coordenação de aproximadamente 12 músculos faciais, enquanto o franzir da testa exige o dobro desse esforço. Estudos na área atestam que esse gesto de felicidade proporciona benefícios terapêuticos, como a redução do estresse, a diminuição da ansiedade, a melhoria da depressão, o reforço do sistema imunológico e a desaceleração do processo de envelhecimento. O Dia Nacional do Riso, celebrado anualmente em 6/11, é uma ocasião especial para celebrar o poder do sorriso e a sofisticada habilidade de imitação e expressão, que desempenham um papel vital no desenvolvimento motor e cerebral. 

Por trás do que parece ser um gesto simples, existe um processo complexo de desenvolvimento motor e cerebral. Marília Macêdo, fonoaudióloga da clínica médica Med Advance, destaca que a capacidade de sorrir se desenvolve em paralelo com o crescimento do cérebro e do sistema nervoso das crianças. Desde bem pequenos, os bebês começam a imitar as expressões faciais dos adultos à sua volta, um processo crucial para o desenvolvimento social e emocional. "Esse ato de imitar, incluindo o sorriso, é uma demonstração de uma habilidade cerebral em evolução," afirma. 

Entretanto, é importante reconhecer que o desenvolvimento motor e cerebral pode ser desafiador para algumas crianças. Algumas enfrentam atrasos no desenvolvimento, que podem afetar sua capacidade de sorrir. Esses atrasos podem estar relacionados a uma série de fatores, como condições médicas, genéticas ou ambientais. Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por exemplo, às vezes podem ter dificuldades em imitar expressões faciais, incluindo o sorriso, devido às características da condição. Marília enfatiza que o foco da terapia fonoaudiológica é tornar o sorriso mais natural e apropriado para o contexto em que a criança está inserida. "Algumas crianças com TEA têm dificuldade em discernir quando expressar suas emoções, o que depende do grau, nível e momento de desenvolvimento de cada criança. Cada caso é único e não pode ser generalizado”, destacou. 

Alguns casos são ainda mais desafiadores, com crianças que não sorriem. É o caso de Miguel Ferreira, de 5 anos, com TEA moderado. Ele começou a sorrir apenas aos 3 anos e meio. Sua mãe, Auricélia Ferreira, relata a jornada de Miguel e o papel essencial da Med Advance em seu diagnóstico e tratamento do TEA. "O Miguel não sorria de forma espontânea. Ele parecia gostar de algo, mas não expressava isso com sorrisos. Era como se ele estivesse indiferente a todas as situações. Após quase 3 anos de acompanhamento multidisciplinar, ele aprendeu a expressar emoções e sorrir. O primeiro sorriso intencional dele foi emocionante. Qualquer progresso é significativo para famílias que convivem com o autismo, e ver um filho sorrindo de forma espontânea não tem preço”, contou. 

É imperativo que essas crianças recebam o apoio necessário para desenvolver suas habilidades motoras e cerebrais, permitindo-lhes experimentar a alegria do sorriso e a conexão com os outros. Marília enfatiza que algumas crianças com TEA podem rir fora de contexto devido à dificuldade de compreender o momento apropriado para expressar suas emoções. O trabalho envolve a melhoria das habilidades sociais da criança, permitindo que ela expresse sentimentos de maneira mais adequada. "Todas as crianças, independentemente de sua condição, são únicas, transparentes e seu sorriso aparecerá naturalmente à medida que desenvolvem a capacidade de se expressar”, enfatizou, acrescentando que é importante reconhecer a complexidade e a importância do desenvolvimento motor e cerebral que tornam o sorriso possível. “O sorriso de qualquer criança, incluindo aquelas com TEA, é sempre sincero, puro e transparente”, finalizou.

 

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