Comemorado em 10 de novembro, a data tem o objetivo de conscientizar a população sobre medidas para evitar a perda auditiva
O fone de ouvido virou item corriqueiro. Para
assistir a vídeos e jogos, ouvir música e podcasts ou até, mesmo, falar ao
telefone esse acessório se popularizou ainda mais com o crescimento das redes
sociais. Mas vale o alerta para seu uso frequente, que pode estar associado a
casos de perda auditiva. Instituído pela portaria 1/2017, o Dia Nacional de
Combate à Surdez, lembrado no próximo 10 de novembro, chama a atenção para a
importância da prevenção a partir dos primeiros sinais de perda auditiva.
A otorrinolaringologista da Rede Mater Dei de
Saúde, Vanessa Ribeiro Orlando, explica que a surdez pode ocorrer de duas
formas. A primeira é congênita, com causas associadas à hereditariedade ou a
intercorrências na gravidez, no parto ou no puerpério. Mas a doença também pode
ser adquirida. Nesse caso, há perdas de audição ao longo da vida, que podem
estar associadas a doenças metabólicas não tratadas - como o diabetes,
dislipidemias, hipertensão arterial sistêmica, infecções auditivas e meningite
– ou, ainda, por condições genéticas, ambientais ou de trabalho.
É este o tipo de surdez que está associado ao
excesso de exposição a ruídos. “O sistema auditivo humano possui um órgão
chamado cóclea, que é justamente o afetado pela exposição ao ruído ocupacional
sem a devida proteção. Com a exposição contínua ao ruído elevado, as células da cóclea não resistem e se degeneram. A alteração pode ser prevenida, mas uma vez instalada, é irreversível”, explica. Para evitá-la, a médica orienta que são necessários alguns cuidados, como reduzir a frequência do
uso de fones de ouvido e usar protetores auriculares quando houver exposição a
sons muito altos.
Em caso de ruído ocupacional, é importante não
abrir mão do equipamento de proteção individual (EPI), fornecido pela empresa, de
acordo com a indicação da função desempenhada. Além disso, levando em
consideração as causas infecciosas, como otite e meningite, a vacinação
adequada das crianças, principalmente contra a meningite, também é uma ação
preventiva importante.
No caso das doenças congênitas, o exame pré-natal é
fundamental para detectar e tratar precocemente as alterações que possam levar
à surdez, como as infecções causadas pelo citomegalovírus, sífilis, rubéola e
toxoplasmose.
A perda gradativa da audição pode ocorrer sem que o
paciente perceba a gravidade da situação. Por isso é importante ficar atento
aos primeiros sinais para garantir o diagnóstico precoce e o tratamento mais
adequado. Dificuldade para se comunicar em lugares ruidosos e zumbido constante
no ouvido são sinais importantes, que devem ser avaliados. A médica ressalta
que ouvir deve ser uma prática simples e prazerosa, feita sem esforço. Do
contrário, algo deve ser investigado. “Procure um otologista -
otorrinolaringologista especializado em tratamento clínico e cirúrgico das
patologias que acometem o ouvido - para que seja feito diagnóstico correto para
um tratamento eficaz”, aconselha.
Tratamentos e avanços
tecnológicos
O tratamento da perda auditiva melhora a qualidade
de vida do paciente, pois interfere positivamente na memorização de informações
e evita fadiga física, exaustão mental, alterações do humor e estresse,
normalmente associados à surdez. Além disso, favorece a comunicação do paciente
com perda auditiva, facilitando seu convívio pessoal e profissional. Para isso,
há várias opções no mercado, como aparelhos auditivos, próteses auditivas
ancoradas ao osso, implante coclear e próteses de orelha média. A indicação
pode variar de acordo com a causa e grau da perda auditiva. “A Rede Mater Dei
de Saúde possui ambulatório com médicos otologistas, médicos especialistas em
diagnóstico auditivo eletrofisiológico e fonoaudiólogos. Além de infraestrutura
para realizar exames diagnósticos. O hospital também fornece acesso à
reabilitação auditiva dos pacientes, seja através de protetização auditiva,
como na realização das diversas cirurgias de reabilitação auditiva, como
estapedotomias, reconstruções de orelha média, implantes cocleares, implante de
próteses auditivas ancoradas ao osso”, recomenda.
A médica também enfatiza a importância da inclusão
de pessoas com perda e deficiência auditiva. “É necessário que haja um
comprometimento entre as pessoas ouvintes em incluir os surdos nas interações e
momentos de diálogo nos diversos ambientes sociais. Para que isso ocorra é
importante ter um olhar empático, conhecendo a Língua Brasileira de Sinais, por
exemplo. Ela também aborda a importância da inclusão no mercado de trabalho. “O
processo de inclusão de surdos na sociedade ainda está longe de se tornar o
ideal. O engajamento com a causa, seja de familiares, colegas de trabalho e
sociedade em geral ainda são muito limitados, principalmente porque é visto
como uma deficiência limitadora. Porém, quando internalizamos que essa
diferença é acima de tudo linguística, se torna possível pensar em diferentes
veículos de comunicação que podem ser utilizados para incluir e integrar a
pessoa surda e, assim, tornar o ambiente entre surdos e ouvintes sociáveis”,
diz.
Rede Mater Dei de Saúde
Unidades:
Minas Gerais: Hospital Mater Dei Santo Agostinho, Hospital Mater Dei Contorno, Hospital Mater Dei Betim-Contagem, Hospital Mater Dei Santa Genoveva, CDI Imagem e Hospital Mater Dei Santa Clara;
Bahia: Hospital Mater Dei Salvador e Hospital Mater Dei Emec;
Goiás: Hospital Mater Dei Premium;
Pará: Hospital Mater Dei Porto Dias.
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