Aproximadamente 8,5 mil novos casos são estimados anualmente
Em 23 de novembro, lembra-se o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, a data foi criada com o intuito de reforçar a importância do diagnóstico precoce nos casos de câncer que acometem crianças e adolescentes. Estima-se que anualmente ocorram aproximadamente 8,5 mil novos casos, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Conforme o Instituto OncoGuia, os cânceres mais comuns em crianças incluem Leucemia, Tumores cerebrais e do sistema nervoso central (SNC), Neuroblastoma, Tumor de Wilms e Linfomas.
A ginecologista Erika Krogh, integrante da comissão de ginecologia infanto-puberal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia(FEBRASGO), esclarece que os sintomas do câncer na população infantojuvenil frequentemente se assemelham aos sintomas de doenças comuns da infância e adolescência, como viroses.
“Isso torna o diagnóstico precoce desafiador. No entanto, alguns sinais de alerta que os pais e cuidadores devem observar incluem febre persistente, perda de peso inexplicada, dores ósseas prolongadas, hematomas pelo corpo sem histórico de quedas, sangramento, sangramento gengival, anemia sem causa aparente, anemia persistente, sintomas inespecíficos como dor de cabeça, tontura, falta de equilíbrio, distúrbios visuais, edemas nos olhos, alterações na coloração da pupila, presença de caroços pelo corpo, especialmente nos linfonodos nas axilas e virilha, com consistência mais rígida e aderida aos planos profundos. Tosse persistente, falta de ar, febre noturna com sudorese, fadiga fácil e dores nas pernas e braços também são sintomas que merecem atenção para um diagnóstico adequado”, alerta a especialista.
O processo de diagnóstico do câncer em crianças e adolescentes não é tão simples quanto no adulto, pois os sintomas que manifestam são inespecíficos e muitas vezes se assemelham aos de viroses e outras infecções. É uma questão de observação constante para identificar a persistência desses sintomas e, a partir disso, iniciar uma investigação. O diagnóstico precoce desempenha um papel crucial no aumento das chances de cura entre os mais jovens. É essencial contar com orientações específicas para cada tipo de câncer, uma vez que eles podem apresentar sintomas distintos, e o diagnóstico será realizado com base na manifestação de cada sintoma observado.
A diferença no tratamento entre câncer infantojuvenil e câncer em adultos reside, em grande parte, na questão das doses, que são ajustadas conforme a toxicidade. Frequentemente, a mesma medicação pode ser utilizada, dependendo da tolerância individual. Para cada tipo de câncer, entretanto, há uma abordagem medicamentosa específica, embora não seja possível mencionar todas.
“Ao lidar com crianças, é essencial tornar o tratamento o mais acolhedor possível. Muitas vezes, esses pacientes passam longos períodos internados em hospitais, tornando crucial a criação de um ambiente mais acolhedor e lúdico. Isso pode envolver a implementação de salas de recreação, realização de palestras informativas direcionadas às crianças, tornando o processo mais leve. Permitir visitas de colegas, evitando procedimentos desnecessários e dolorosos, é também parte integrante do cuidado destinado às crianças em tratamento ", pontua a médica.
As opções de tratamento variam de acordo com o tipo de câncer diagnosticado na criança, sendo preferível adotar abordagens menos invasivas sempre que possível. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza locais específicos para o atendimento desses pacientes, incluindo Centros de Alta Complexidade na maioria dos Estados. Esses centros hospitalares possuem recursos humanos e tecnológicos adequados para oferecer assistência de alta complexidade, desde o diagnóstico até o tratamento e o acompanhamento posterior do paciente.
“Para os pais e cuidadores, é fundamental que as crianças realizem
consultas periódicas com pediatras. Além disso, eles devem ser orientados a
observar sinais e sintomas persistentes e, caso notem algo diferente durante a
rotina, devem buscar atendimento médico. Os serviços de saúde proporcionam a
oportunidade de consultas regulares, permitindo um acompanhamento contínuo com
pediatras na atenção básica. A atuação efetiva da vigilância e promoção de
saúde nesse contexto visa disseminar informações tanto para os profissionais de
saúde quanto para as famílias, promovendo a prevenção e o diagnóstico precoce
", conclui a Dra. Erika.
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