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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Grupos de risco podem evitar a trombose com atitudes simples

Dia nacional de prevenção à doença é comemorado em 16 de setembro para reforçar a importância da atenção permanente aos hábitos preventivos


No mês de agosto, a funkeira MC Katia veio a óbito depois que seu quadro, já delicado, se complicou por conta de uma trombose. Há situações extremamente específicas como a da cantora, mas existem também aquelas em que é possível evitar a doença.

Por essa razão, em 16 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose Venosa, justamente para que seja do conhecimento de todos a importância do olhar atento e cuidados necessários, com ênfase aos grupos de risco.

O sangue precisa ser fluido dentro do vaso e, ao mesmo tempo, ter a capacidade de coagular, ou seja, interromper o escape fora dele, quando há, por exemplo, uma lesão de tecido, para que não haja uma hemorragia descontrolada. A trombose é uma disfunção dessa liquidez do sangue, que coagula dentro das veias, acometendo mais comumente as dos membros inferiores (cerca de 90% dos casos).

O sistema responsável pela coagulação apresenta dois mecanismos distintos que ocorrem simultaneamente, quase de forma antagônica, e, ao mesmo tempo, complementar, que são a formação do trombo propriamente dita e a dissolução do coágulo (chamada fibrinólise). Tais mecanismos funcionando em desarmonia favorecem a ocorrência da trombose patológica.

Algumas características e hábitos tornam o indivíduo mais elegível à trombose, como obesidade, idade avançada (mais de 75 anos), imobilidade no leito, gravidez, uso de anticoncepcional, reposição hormonal e doenças autoimunes, inflamatórias (como a Covid-19), cardíacas, câncer, diabetes e outras hereditárias que determinem a trombofilia. Tais condições preexistentes exigem uma vigilância permanente do paciente e do médico que o acompanha, uma vez que o risco de embolia pulmonar – deslocamento do coágulo para o pulmão – é ainda maior.

De acordo com o Dr. Marcos Müller, médico assistente no Hospital Municipal Evandro Freire (HMEF)/CER Ilha, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro, atitudes preventivas devem fazer parte do dia a dia dos grupos de risco, como estar sempre em movimento, com exercícios cotidianos e paradas de duas em duas horas para caminhar em caso de viagens longas; mudar periodicamente de posição, mesmo estando acamado; ter uma alimentação adequada; evitar o tabagismo; e usar meias elásticas apropriadas (que fazem a compressão gradual do membro inferior), sobretudo as pessoas que ficam de pé por longos períodos ou muito tempo sentadas.

“Na vigência de doenças preexistentes, como câncer, varizes, doença renal e cardíaca, a prevenção com remédios é necessária e, para isso, o paciente precisa de acompanhamento médico regular e adequado”, destaca.


Curiosidades do esforço físico e importância do diagnóstico correto

O acompanhamento médico é fundamental em situações suspeitas, uma vez que alguns sintomas mascaram uma possibilidade real de trombose. O contrário se verifica também num caso de esforço súbito da perna e do surgimento de ruptura venosa com sangramento – “Síndrome da Pedrada”, remetendo a uma confusão diagnóstica.

Um outro caso comum em esportistas que usam muito os membros superiores, como os arremessadores, por exemplo, é a formação de trombose nas veias da parte superior dos braços.

Em todos esses casos, o evento pós-esforço é relevante para a compreensão do problema ocorrido, necessitando de avaliação profissional, até para que se evite a automedicação e as questões decorrentes dessa prática.


Prevenção à moda antiga

Pacientes acamados são fortes candidatos à trombose, mas podem se prevenir com um exercício bastante simples e eficaz, segundo o médico do HMEF.

Ele explica que, no passado, era muito comum ver as pessoas acamadas amarrarem ataduras à ponta dos pés e elas próprias fazerem movimentos para puxar e empurrar aquela extremidade. Isso facilita a retomada da caminhada e consequente desospitalização.

“É um exercício imprescindível, que pode se apresentar como uma alternativa ao paciente que não pode fazer uso de anticoagulante e que tem previsão de permanecer no leito por um longo período. Em casos como esse, é preciso encontrar alternativas. O mercado, muitas vezes, apresenta dispositivos caros e complexos, enquanto ensinar o paciente a puxar e empurrar a ponta dos pés (dorso flexão e dorso extensão) continuamente, de forma a massagear a panturrilha, pode ser um      fator decisivo      para que não apresente trombose enquanto estiver acamado”, reforça Dr. Marcos.

Segundo o médico, grávidas, sobretudo aquelas com varizes, também precisam fazer o exercício. “Se compararmos uma mulher não grávida a uma gestante no último trimestre, a chance da segunda desenvolver trombose é quatro vezes maior”, finaliza. 



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial)
cejam.org.br/noticias


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