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Dados
referem-se apenas ao SUS e à capital paulista, de janeiro a julho; especialista
do HJSC explica o problema
O mês de
setembro reforça uma grave questão de saúde – o dia 13 é marcado pelo Dia Mundial
da Sepse, condição clínica complexa e potencialmente grave, desencadeada por
uma resposta inflamatória sistêmica acentuada diante de uma infecção, na maior
parte das vezes causada por bactérias. Segundo dados do DataSUS, a capital
paulista registrou 3.895 óbitos por septicemia no Sistema Único de Saúde, de
janeiro a julho.
A sepse pode ser
originada por infecção bacteriana, fúngica, viral, parasitária ou por
protozoários, mas os focos mais comumente relacionados à sepse são a pneumonia,
a infecção urinária e a infecção abdominal.
O infectologista
do Hospital Japonês Santa Cruz, Silvio Bertini, explica que a sepse é a forma
que o organismo encontra para combater o micro-organismo agressor. “O sistema
de defesa, então, libera mediadores inflamatórios em resposta à agressão
causada pelo microrganismo agressor e essa situação pode determinar a disfunção
ou a falência de múltiplos órgãos, causada pela baixa pressão arterial, má
oxigenação das células e tecidos e por alterações na coagulação do sangue”, fala.
De acordo com o
especialista, na sepse, a resposta inflamatória provocada pela infecção está
associada a pelo menos mais dois sinais, como, por exemplo, frequência
respiratória, estado mental e pressão arterial baixa. Já no chamado choque há
queda drástica de pressão arterial que não responde à administração de líquidos
por via intravenosa. “No choque séptico, o risco de morte é mais elevado que na
sepse”, ressalta o médico.
Bertini pontua
que o risco de desenvolver sepse é maior em pessoas hospitalizadas, com
predisposição genética e sistema imunológico debilitado. A Sociedade Brasileira
de Infectologia estima que a sepse é a principal causa de óbitos dentro dos
hospitais, com cerca de 670 mil casos em adultos por ano e 240 mil óbitos.
Portadores de doenças crônicas como insuficiência cardíaca, renal, portadores
de diabetes, usuários de álcool e drogas, além de áreas extensas de queimaduras
e ferimentos provocados por arma de fogo ou por acidentes de trânsito também
são considerados fatores de risco.
O médico
salienta que o diagnóstico precoce e início imediato do tratamento são medidas
fundamentais para o controle da sepse e suas complicações. O acompanhamento é
realizado em unidades de terapia intensiva e o Ministério da Saúde orienta que
os pacientes devem receber medicamentos antimicrobianos o mais rápido possível.
Para tentar identificar o agente causador da doença, amostras de sangue e de
locais com suspeita de infecção devem ser coletadas.
O infectologista
lembra que as infecções que podem causar a sepse não são adquiridas só em
hospitais, portanto, alguns cuidados essenciais devem ser mantidos em qualquer
situação. “Lavar as mãos e punhos com sabão ou álcool ao chegar da rua e/ou
visitar pessoas doentes ou hospitais; manter a caderneta de vacinação em dia e
não se medicar por conta própria, principalmente antibióticos, pois as
bactérias podem ser selecionadas tornando as bactérias resistentes aos
antibióticos”, conclui.
Hospital Japonês Santa Cruz - HJSC
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