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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Em sete meses, mais de 3 mil pessoas morreram por sepse

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Dados referem-se apenas ao SUS e à capital paulista, de janeiro a julho; especialista do HJSC explica o problema

 

O mês de setembro reforça uma grave questão de saúde – o dia 13 é marcado pelo Dia Mundial da Sepse, condição clínica complexa e potencialmente grave, desencadeada por uma resposta inflamatória sistêmica acentuada diante de uma infecção, na maior parte das vezes causada por bactérias. Segundo dados do DataSUS, a capital paulista registrou 3.895 óbitos por septicemia no Sistema Único de Saúde, de janeiro a julho.

 

A sepse pode ser originada por infecção bacteriana, fúngica, viral, parasitária ou por protozoários, mas os focos mais comumente relacionados à sepse são a pneumonia, a infecção urinária e a infecção abdominal.

 

O infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Silvio Bertini, explica que a sepse é a forma que o organismo encontra para combater o micro-organismo agressor. “O sistema de defesa, então, libera mediadores inflamatórios em resposta à agressão causada pelo microrganismo agressor e essa situação pode determinar a disfunção ou a falência de múltiplos órgãos, causada pela baixa pressão arterial, má oxigenação das células e tecidos e por alterações na coagulação do sangue”, fala.

 

De acordo com o especialista, na sepse, a resposta inflamatória provocada pela infecção está associada a pelo menos mais dois sinais, como, por exemplo, frequência respiratória, estado mental e pressão arterial baixa. Já no chamado choque há queda drástica de pressão arterial que não responde à administração de líquidos por via intravenosa. “No choque séptico, o risco de morte é mais elevado que na sepse”, ressalta o médico.

 

Bertini pontua que o risco de desenvolver sepse é maior em pessoas hospitalizadas, com predisposição genética e sistema imunológico debilitado. A Sociedade Brasileira de Infectologia estima que a sepse é a principal causa de óbitos dentro dos hospitais, com cerca de 670 mil casos em adultos por ano e 240 mil óbitos. Portadores de doenças crônicas como insuficiência cardíaca, renal, portadores de diabetes, usuários de álcool e drogas, além de áreas extensas de queimaduras e ferimentos provocados por arma de fogo ou por acidentes de trânsito também são considerados fatores de risco.

 

O médico salienta que o diagnóstico precoce e início imediato do tratamento são medidas fundamentais para o controle da sepse e suas complicações. O acompanhamento é realizado em unidades de terapia intensiva e o Ministério da Saúde orienta que os pacientes devem receber medicamentos antimicrobianos o mais rápido possível. Para tentar identificar o agente causador da doença, amostras de sangue e de locais com suspeita de infecção devem ser coletadas.

 

O infectologista lembra que as infecções que podem causar a sepse não são adquiridas só em hospitais, portanto, alguns cuidados essenciais devem ser mantidos em qualquer situação. “Lavar as mãos e punhos com sabão ou álcool ao chegar da rua e/ou visitar pessoas doentes ou hospitais; manter a caderneta de vacinação em dia e não se medicar por conta própria, principalmente antibióticos, pois as bactérias podem ser selecionadas tornando as bactérias resistentes aos antibióticos”, conclui.

 

Hospital Japonês Santa Cruz  - HJSC


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