Fatores
genéticos e complicações médicas estão entre as causas das deformidades
mamárias
Uma questão que
afeta muitas mulheres e frequentemente subestimada é a presença de deformidades
mamárias. Para esclarecer e fornecer apoio às mulheres que enfrentam essas
preocupações, o Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, reúne abaixo informações importantes
que visam orientar e esclarecer dúvidas sobre deformidades mamárias.
Quais
são as causas das deformidades mamárias?
Dr.
Fernando Amato - As deformidades mamárias podem ocorrer
por uma variedade de razões, incluindo fatores genéticos, desenvolvimento
anormal ou complicações médicas anteriores, como sequelas ou complicações de
traumas, cirurgias (estéticas, reconstrutivas ou reparadoras) e infecções
(mastites). Independentemente da causa, é fundamental que as mulheres entendam
que há recursos disponíveis para ajudá-las.
A
deformidade mamária pode acontecer apenas em uma mama?
Dr.
Fernando Amato - Sim. Quando unilateral é
uma das manifestações da Síndrome de Poland, que consiste na hipoplasia do
músculo peitoral associada à deformidade da parede torácica e anomalias dos
dedos ou mão do mesmo lado. Já a deformidade mamária bilateral
pode estar associada a outras anomalias congênitas.
Quais
são as deformidades mamárias e qual indicação de cirurgia para uma delas?
Dr.
Fernando Amato - As deformidades mamárias podem se
apresentar de diferentes formas e para cada uma delas há uma indicação
específica de cirurgia plástica:
● Assimetria
Mamária: É comum as mamas apresentarem algumas diferenças entre
elas, mas, algumas vezes, essa diferença fica muito a vista, causando
desconforto na mulher em diferentes graus. Para esses casos, pode melhorar com
tratamento cirúrgico e cada mama pode ter uma indicação de cirurgia diferente:
mamoplastia redutora, mamoplastia com ou sem prótese, mamoplastia de aumento
com prótese e até mesmo correção com lipoaspiração e enxerto de
gordura.
● Mamilo
Invertido: É uma condição relativamente comum, que pode não ter
interferência na amamentação e sensibilidade local na maioria dos casos. Mesmo
assim, pode gerar desconforto estético e psicológico na mulher. Pode ter causa
adquirida, proveniente de algum trauma local e câncer de mama. O tratamento é
variado, com liberação da fibrose local, realização de pontos para estruturação
do mamilo e até a realização de retalhos locais e enxerto de gordura.
● Politelia,
Polimastia e Mama Acessória: são termos utilizados para se
referir ao tecido mamário, com ou sem a presença do mamilo e aréola,
habitualmente localizados ao longo da linha embriológica do leite, que se
estende desde a região inguinal até à região axilar. Muitas vezes associado a
um componente gorduroso importante. O tratamento pode ser com lipoaspiração e
até com ressecção direta.
● Deformidade
Torácica: Devem ser observadas no exame físico mamário por
influenciar diretamente no formato das mamas. As mais conhecidas são pectus
scavatum e pectus carinatum, mas o mais comum são pequenas
alterações na projeção das costelas. A correção dependerá do defeito, que, se
for mais sutil, poderá ser ignorado ou corrigido com pequenos enxertos de
gordura. Nos casos mais deformantes pode ser necessário o envolvimento da
equipe de cirurgia torácica.
● Atelia:
Quando há ausência de mamilo. A reconstrução é semelhante a reconstrução de
papila e aréola em casos de mastectomia.
● Amastia:
É a ausência de tecido mamário. A reconstrução segue os princípios da
reconstrução de pacientes que fizeram mastectomia, podendo ser utilizados
implantes mamários.
● Mama
Tuberosa: Variante do desenvolvimento mamário, quando a base da
mama é limitada e a aréola e o mamilo estão superdesenvolvidos. A mama,
geralmente, fica com um formato cilíndrico. O tratamento pode ser feito com
mastopexia e/ou lipoenxertia e/ou prótese de mama.
● Nódulos
Mamários: A grande maioria dos nódulos mamários não são
malignos. Necessitam de investigação médica, que normalmente é complementada
por mamografia, ultrassom de mamas e, em alguns casos, biópsia e ressonância
magnética. Mesmo excluído o câncer de mama é válido lembrar que os nódulos às
vezes são palpáveis e geram incômodo. Podendo ser tratados cirurgicamente. Para
estes casos, as pacientes podem contar com o mastologista e o cirurgião
plástico para a reconstrução das mamas.
A
adolescência é uma fase de muitos questionamentos, principalmente com o corpo e
a autoimagem. Adolescente com deformidade mamária pode fazer o tratamento
cirúrgico?
Dr.
Fernando Amato - Muitas anomalias mamárias aparecem
na adolescência, como a ginecomastia e a hipertrofia mamária e podem estar
relacionadas com questões hormonais.
Mas esses tipos de
cirurgias plásticas que expliquei anteriormente devem ser
indicados, preferencialmente, após o término do desenvolvimento das mamas e, se
possível, depois dos 18 anos de idade.
Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
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