Especialistas
e sociedades médicas esclarecem que informar, alertar e conscientizar sobre
saúde sexual, principalmente, adolescentes e jovens, pode ajudar na prevenção
de infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV/Aids. (1-5)
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a saúde sexual é definida como um estado físico, emocional, mental e social de bem-estar em relação à sexualidade. E, para alcançar esse bem-estar, é preciso ter informações de boa qualidade; conhecer os riscos do sexo desprotegido; ter acesso a cuidados; e viver em um ambiente que promove a saúde sexual. (1,2)
E, no mês em que se celebra o Dia Mundial da Saúde Sexual, comemorado no dia 4 de setembro, é importante falar sobre as diversas questões relacionadas à saúde sexual, promovendo alerta e conscientização para prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo o HIV/Aids. (2)
“Em geral, os aspectos relacionados à saúde sexual levantam polêmicas e podem ser marcados por preconceitos e tabus. A adolescência, por exemplo, é um momento da vida que muitas dúvidas aparecem e também, geralmente, surgem as primeiras experiências sexuais. Por isso, é essencial que os adolescentes e jovens possam ter acesso às informações sobre sexualidade, sobre sexo seguro e conheçam o seu corpo. Sem informação e orientação, essas ações podem resultar, entre outras, em gestações não planejadas ou até em infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como o HIV”, alerta o Dr. Marcelo Lima, infectologista e Gerente Médico da GSK/ViiV Healthcare.
E os dados mostram isso. De acordo com a UNAIDS, cerca da metade de todas as novas infecções pelo HIV no mundo inteiro ocorre entre jovens de 15 a 24 anos. Mundialmente, as doenças relacionadas à Aids são a segunda principal causa de morte entre jovens, de 10 a 24 anos de idade. (5) No Brasil, segundo o Boletim Epidemiológico de 2022, entre 2007 e 2022 foi observado que 23,7% dos casos de infecções por HIV são de jovens entre 15 e 24 anos. (8)
Para ajudar a reverter isso, é importante que, já no início da puberdade, antes mesmo do início da vida sexual, adolescentes possam ter acesso aos serviços de saúde. Temas relativos a educação sexual, como, por exemplo, autonomia, direito de escolha, planejamento do futuro e métodos contraceptivos propriamente ditos são importantes de serem trabalhados. (4)
“A ocorrência de
novas infecções pelo HIV em mulheres jovens, por exemplo, também tem crescido,
e as mulheres nessa faixa etária encontram-se em idade reprodutiva, sendo
importante um planejamento reprodutivo, a oferta de teste anti-HIV para a
detecção precoce da infecção e o início de tratamento com antirretroviral, a
fim de evitar a transmissão vertical do vírus para o bebê. Ou seja, é muito
importante que políticas públicas sejam direcionadas a essa população jovem de
forma contínua”, afirma o Dr. Marcelo, que
complementa:
“É importante
dizer que a educação sexual não incentiva a sexualidade precoce. Pelo
contrário, informar o assunto de forma efetiva e qualificada tende a fazer com
que os adolescentes e os jovens façam escolhas mais conscientes do que os que
não tiveram informações.”
Principais formas de prevenção e tratamento para uma saúde sexual segura
O preservativo é o método mais conhecido, acessível e eficaz para prevenir a infecção pelo HIV e outras ISTs e doenças graves, como as hepatites virais. Segundo a OMS, a hepatite viral pode matar mais pessoas do que malária, tuberculose e HIV juntos até 2040, se as tendências atuais de infecção continuarem. (9) No SUS são distribuídos preservativos interno e externo gratuitamente para a população. (6)
Em relação ao HIV, uma das principais maneiras de se evitar a transmissão é com a Prevenção Combinada, que consiste no uso simultâneo de diferentes métodos de prevenção. Essas ações podem estar combinadas de acordo com as características individuais e o momento de vida de cada pessoa. (6) É importante frisar que os métodos de prevenção só têm sua eficácia garantida se forem usados corretamente.
O Dr. Marcelo explica um pouco mais sobre a Prevenção Combinada: “Cada pessoa ou grupo de pessoas vai ser orientado com relação ao conjunto de métodos preventivos para o HIV e para outras infecções sexualmente transmissíveis que sejam mais adequados pro seu estilo de vida. Além disso, a prevenção combinada também identifica comportamentos e situações de maior vulnerabilidade que possam ser modificáveis para aquela pessoa ou grupo de pessoas.”
Entre os métodos que podem ser combinados, estão, por exemplo, a testagem regular para o HIV, que pode ser realizada gratuitamente no SUS; a prevenção da transmissão vertical (quando a gestante vive com HIV e pode haver a transmissão do vírus para o bebê); a profilaxia pré-exposição (PrEP), que consiste no uso de antirretrovirais que são utilizados antes da exposição para reduzir o risco de infecção pelo HIV; o tratamento para todas as pessoas que já vivem com HIV; a profilaxia pós-exposição (PEP), que é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras ISTs, que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções, e ela deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio; entre outros. (6,10)
O infectologista alerta ainda que, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido, é importante que faça o teste de HIV e outras ISTs. “O SUS oferece gratuitamente testes para diagnóstico do HIV e para diagnóstico da sífilis e das hepatites B e C. Existem, no Brasil, dois tipos de testes: os exames laboratoriais e os testes rápidos. Os testes rápidos são práticos e de fácil execução; podem ser realizados com a coleta de uma gota de sangue ou com fluido oral e fornecem o resultado em 30 minutos”, esclarece.
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS os medicamentos antirretrovirais para todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento. (7)
“O programa
brasileiro de controle ao HIV é reconhecido mundialmente, e oferece
gratuitamente para a população os medicamentos modernos para prevenção e
tratamento ao HIV. É muito importante que você se previna e, caso tenha tido
alguma situação de risco, faça o teste de HIV para dar início imediato ao
tratamento. Uma pessoa com acompanhamento médico regular, boa adesão ao
tratamento é capaz de atingir níveis de carga viral tão baixos a ponto de ser
considerado não haver transmissão do HIV por via sexual, este é o conceito
chamado i=i, ou indetectável=intransmissível. Além disso, quem toma o
medicamento corretamente evita o adoecimento em decorrência do HIV e garante
boa qualidade de vida”, finaliza o Dr.
Marcelo.
Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico
GSK/ViiV Healthcare
Referências:
1. CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Sexual Health. Disponível em: <link>. Acesso em: 17 ago. 2023.
2. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Sexual Health. Disponível em: <link>. Acesso em: 17 ago. 2023.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica - Saúde sexual e saúde reprodutiva. Disponível em: <link>. Acesso em: 17 ago. 2023.
4. FIOCRUZ. Adolescentes e saúde sexual e reprodutiva. Disponível em:
<link>. Acesso em: 17 ago. 2023.
5. UNAIDS. Promoção da saúde sexual e reprodutiva de jovens é importante para melhorar resposta ao HIV. Disponível em: <link>. Acesso em: 17 ago. 2023.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Aids/HIV. Prevenção. Disponível em
<link>. Acesso em: 17 ago. 2023.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Aids/HIV. Tratamento. Disponível em
<link>. Acesso em: 17 ago. 2023.
8. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico 2022. Disponível em: <link>. Acesso em: 17 ago. 2023.
9. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO launches “One life, one liver” campaign on World Hepatitis Day. Disponível em: <link>. Acesso em: 17 ago. 2023.
10. BRASIL. Ministério da Saúde. DCCIST. Prevenção combinada. Disponível em <link>. Acesso em: 17 ago. 2023.
Nenhum comentário:
Postar um comentário