O País teve em média 44 suicídios
por dia. Invariavelmente são relacionados às doenças mentais, que podem ser
diagnosticadas e tratadas com um eficiente programa de medicina ocupacional
Segundo
levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, divulgado em julho último, o número de suicídios no Brasil
cresceu 11,8% em 2022 na comparação com 2021.
Em 2022, foram
16.262 registros, uma média de 44 por dia. Em 2021, foram 14.475 suicídios. Em
termos proporcionais, o Brasil teve 8 suicídios por 100 mil habitantes em 2022,
contra 7,2 em 2021.
Esse tema ganha
ainda mais importância no mês de setembro, quando vigora a campanha Setembro
Amarelo®, a maior campanha anti estigma do mundo! Em 2023, o lema é “Se
precisar, peça ajuda!” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas.
Embora os
números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na
contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a
OMS. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam
relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas
incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se
esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de
qualidade.
Causas e fatores de risco associados ao suicídio
O suicídio é um
assunto complexo e multifacetado, e as causas podem variar de pessoa para
pessoa. É importante ressaltar que o suicídio é um problema de saúde mental
sério, e não há uma única causa que o explique completamente.
Ricardo Pacheco,
médico, gestor em saúde e presidente da Oncare Saúde e da ABRESST - Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança
no Trabalho lembra que os transtornos mentais estão entre as principais causas.
“Muitas pessoas que cometem suicídio sofrem de transtornos mentais, como
depressão, transtorno bipolar, transtorno de ansiedade, esquizofrenia, entre
outros. Essas condições podem tornar difícil para a pessoa lidar com o estresse
e as emoções, aumentando o risco de suicídio”.
Mas esse ato
extremo também pode ser desencadeado por outros fatores, como ele descreve:
“Sentir-se desesperançado, impotente ou sem perspectiva de melhora em situações
de vida difíceis pode ser um fator de risco para o suicídio. Isso pode ser
agravado pela falta de apoio social ou familiar. É preciso considerar também a
história de tentativas anteriores, pois indivíduos que já tentaram o suicídio
no passado têm um risco aumentado de tentativas subsequentes. O abuso de
álcool, drogas ilícitas ou medicamentos prescritos também é um fator de risco
importante, pois pode diminuir os impulsos inibitórios e aumentar a
impulsividade” alerta o médico.
Outros fatores
podem levar pessoas mais suscetíveis ao suicídio, como a solidão e o isolamento
social, que podem contribuir para sentimentos de desespero e desamparo,
tornando alguém mais vulnerável. “Traumas significativos, como abuso sexual,
violência, perda de entes queridos ou eventos traumáticos na infância, podem
aumentar o risco. Ter fácil acesso a armas de fogo, medicamentos letais ou
outros meios de suicídio pode aumentar a probabilidade de uma tentativa
bem-sucedida. Dificuldades financeiras graves podem causar estresse intenso e
desesperança, tornando-se um fator de risco. Além de expectativas culturais ou
sociais não realizadas, como pressões acadêmicas, estigmas, discriminação ou
ostracismo podem contribuir; ou problemas de identidade de gênero e orientação
sexual, em que indivíduos LGBTQ+ podem enfrentar um risco aumentado devido à
discriminação, rejeição familiar e falta de apoio social”, afirma o presidente
da Oncare.
O papel da medicina ocupacional na prevenção dos
transtornos mentais
A medicina
ocupacional desempenha um papel fundamental na prevenção, diagnóstico e
tratamento dos transtornos mentais que podem levar ao suicídio, principalmente
quando relacionados ao ambiente de trabalho.
De acordo com o
gestor em saúde da Oncare, a medicina ocupacional pode ajudar a identificar os
fatores de risco no ambiente de trabalho. “Fatores que podem contribuir para o
desenvolvimento de transtornos mentais, como estresse crônico, assédio,
sobrecarga de trabalho, falta de apoio social, entre outros. Ao reconhecer
esses fatores, é possível implementar medidas preventivas”, afirma.
Ele lembra que a
medicina no trabalho pode colaborar na implementação de programas de prevenção
de transtornos mentais no ambiente laboral. “Isso pode incluir a promoção de um
ambiente de trabalho saudável, estratégias para gerenciar o estresse e a
sobrecarga de trabalho, bem como a conscientização sobre saúde mental.
Profissionais de medicina ocupacional podem conduzir avaliações regulares da
saúde mental dos funcionários para identificar problemas precocemente. Isso
pode envolver questionários de saúde mental, entrevistas clínicas e observação
de comportamentos no trabalho”, observa.
O médico
ressalta que quando um transtorno mental é identificado, a medicina ocupacional
pode ajudar a encaminhar os funcionários para tratamento adequado. “Isso pode
incluir a consulta a um psicólogo, psiquiatra ou terapeuta, dependendo da
gravidade do problema. Para os trabalhadores que estiveram afastados devido a
transtornos mentais, a medicina ocupacional pode desempenhar um papel
importante no apoio ao retorno gradual ao trabalho, com adaptações no ambiente
laboral e acompanhamento para garantir que o funcionário se reintegre de
maneira saudável. Esse suporte pode promover a educação e a conscientização
sobre saúde mental no local de trabalho, com treinamento para funcionários e
gestores sobre como reconhecer os sinais de problemas de saúde mental e como
oferecer apoio adequado. Pode ainda desempenhar um papel importante no
monitoramento contínuo da saúde mental dos funcionários, para garantir que as
medidas de prevenção e tratamento sejam eficazes e que o ambiente de trabalho
permaneça saudável” afirma Ricardo Pacheco.
Programa Bem-Estar Emocional da Oncare Saúde
A
Oncare Saúde dispõe de várias soluções para a Campanha Setembro Amarelo, com
palestras, acompanhamento profissional, atividades e dinâmicas em grupo e
oficinas práticas para orientar sobre os possíveis sintomas e como procurar a
ajuda específica para tratar a doença.
Tem
também o Programa Bem-Estar Emocional: um canal de atendimento focado no
suporte para situações de crise, com o objetivo de ajudar na motivação e
crescimento, onde os trabalhadores serão atendidos por um psicólogo
qualificado, que trabalhará aspectos e características como autoconhecimento,
instabilidade emocional, ansiedade, baixa autoestima, depressão, frustração,
inquietude, além de incentivar a lidar com sentimentos negativos e falta de
perspectiva.
Os
psicólogos da Oncare são qualificados para prestar todo o suporte necessário na
promoção do bem-estar emocional e da qualidade dos seus colaboradores.
A medicina ocupacional desempenha um papel crucial na promoção da
saúde mental no local de trabalho, prevenindo transtornos mentais,
identificando problemas precocemente e facilitando o acesso ao tratamento
adequado. Isso não apenas beneficia a saúde dos funcionários, mas também
contribui para um ambiente de trabalho mais produtivo e saudável.
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