Médica diz que
procedimento oferece mais riscos do que um simples botox para amenizar as rugas Shutterstock
Botox da Barbie ou TrapTox é uma prática de beleza
que viralizou principalmente nos EUA e foi vista e compartilhada milhares de
vezes nas redes sociais com a hashtag #barbiebotox. No Brasil, ainda são poucos
os relatos de quem aderiu, mas como a indústria da beleza é bastante aquecida e
o país está no topo da lista de procedimentos estéticos no mundo, há de se
esclarecer que trazer a aparência da Barbie afinando os ombros e alongando o pescoço
traz riscos - e eles devem ser considerados.
É o que explica a médica cirurgiã Patrícia Marques,
membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com
especializações em Barcelona e em Nova York. “A toxina botulínica enfraquece e
pode até paralisar o músculo, mas quando aplicada em uma dose inadequada, em
excesso, no caso, pode prejudicar a firmeza da cabeça e até a mobilidade dos
membros superiores”, diz.
De acordo com a médica, o uso da substância off
label - ou seja, de maneira diferente da prescrita na bula - não está
recomendado, pois ainda não há estudos sobre a indicação, contraindicação,
eficácia e, principalmente, a segurança. Trata-se de um procedimento que
oferece mais riscos do que um simples botox para amenizar as rugas, por
exemplo, que já é feito há décadas e tem bastante estudo, conhecimento e
segurança a respeito.
Segundo Marques, o procedimento não é indicado, mas
se fosse para recomendar a alguém, seria somente para quem têm o pescoço mais
curto e quadro de saúde saudável. Ela ainda alerta que pessoas que apresentem
alguma doença motora, algum tipo de paralisia ou déficit de força motora de
qualquer natureza, seja por acidente, seja por um AVC ou doença neuromuscular,
devem realmente passar bem longe do TrapTox, a aplicação de botox no
trapézio.
“Importante reforçar que isso sempre tem que ser
feito por um médico que tenha experiência nesse tipo de procedimento porque
envolve riscos, sim. A toxina tem um tempo de ação limitado, geralmente de 4 a
6 meses, e no caso de um problema, possivelmente ele teria um caráter
revogável, mas ainda assim, isso não deve ser feito de maneira imprudente e
impensada, mas sempre por médicos que tenham alguma experiência no assunto”,
enfatiza Marques.
A cirurgiã plástica finaliza reforçando que a
grande questão é que diferente dos procedimentos estéticos que são feitos no
rosto e alguns que são feitos com a toxina botulínica para paralisias e outros
problemas de saúde, a comunidade médica já tem conhecimento e uma segurança
maior nesses procedimentos, o que não se aplica ao TrapTox.
Patrícia Marques-- graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, é membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e tem especializações em reconstrução de mama e da face no Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, em Barcelona, e no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em NY, EUA. É referência nacional em frontoplastia e redução de testa e já transformou a vida de mais de 650 pessoas através das cirurgias realizadas. CRM-SP 146410. Também é tricologista, especialista em medicina capilar.
Instagram: @dra_patricia_marques
https://www.drapatriciamarques.com.br/
Avenida Moema, 300, conjunto 71, Moema, São Paulo/SP
Telefone: (11) 93206-0079
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