Entre
rixas políticas e a consolidação do italiano moderno, Dante ainda ressoa como
poeta na atualidade
Nascido em 1265, Dante se tornou um dos maiores
ícones culturais do ocidente devido a sua obra mais famosa intitulada Divina
Comédia. O autor morreu há 702 anos em Ravenna, na Itália. A obra é tão
relevante que é referenciada por outros artistas renomados como Sandro
Botticelli e Salvador Dalí, servindo também de inspiração para o jogo de vídeo
game Dante’s Inferno.
Além disso, Dante – que era o apelido para Durante
– ficou conhecido por atuar na política, pela vida como escritor e por ter se
tornado o pai da língua italiana moderna. Para rememorar a data e reiterar a
importância do autor, confira três curiosidades sobre o escritor.
- Além de escritor, Dante tinha uma vida
política ativa
Natural de Florença, passou a primeira metade da
vida naquela cidade, até que os acontecimentos políticos obrigaram Dante a
buscar abrigo no exílio. Longe de casa, escreveu poemas líricos em Vida Nova
(1293), dois tratados latinos: Sobre a Língua do Povo (1306) e No Governo do
Mundo; O Banquete (1304-1307), um trabalho filosófico não concluído e a Divina
Comédia iniciada em 1308, mas só concluída ao final da sua vida.
Com isso, a Divina Comédia tornou-se a principal
obra do autor, dividida em três partes, sendo: Inferno, Purgatório e Paraíso.
Buscando representar cada lugar descrito pela Igreja Católica, Alighieri
reflete sobre os pecados da humanidade e a construção do pós-vida pensada pelo
catolicismo.
O uso do termo “Comédia” no título faz referência a
uma definição da antiguidade do que era comédia, que era caracterizada por
percorrer um caminho trágico para um final feliz.
- A rixa com Papa Bonifácio VIII
No período de atividade política, Dante e o Papa
Bonifácio VIII mantiveram desavenças pessoais, religiosas e políticas. Com a
vitória dos aliados de Bonifácio VIII, devido às críticas à religiosidade
extrema, característica da Idade Média, Alighieri foi exilado de Florença e
caso retornasse a cidade, seria queimado vivo.
Considerado genial por escritores e historiadores
em todo mundo, o poeta florentino escreveu a Divina Comédia enquanto exilado em
Ravenna. Na obra, ele critica a religião por meio da representação de uma
viagem dele mesmo ao céu, inferno e purgatório, guiadas pelo pagão Virgílio e
sua musa Beatrice. No livro, Dante chega a representar o Papa Bonifácio VIII e
outras inimizades como condenados ao inferno.
- O idioma italiano moderno foi concretizado por
Alighieri
Dante também é considerado o pai da língua italiana
moderna após ter escrito Sobre a Língua do Povo (1306), obra que colocou o
italiano como idioma literário e até mesmo por meio de Divina Comédia, que
serviu como base para a língua italiana moderna e consolidou o dialeto
florentino como relevante para o país.
Divina Comédia em edição
bilíngue
Editora Landmark
editoralandmark.com.br
Buscando trazer a possibilidade de leitura da Divina Comédia tanto em português quanto no texto original em italiano, a Editora Landmark possui uma edição bilíngue da obra, traduzida pelo poeta e escritor português Vasco Graça Moura.
Considerada a mais fiel tradução da obra para a
língua portuguesa, a tradução resgatou todas as minúcias do texto original em
volume único, respeitando a construção poética da edição original do poeta
italiano, além de apresentar as necessárias notas explicativas para diversas
passagens da obra.
Vasco da Graça Moura (1942-2014) é poeta, escritor,
ensaísta, tradutor e cronista português. Foi autor de numerosos ensaios e de
excelentes traduções literárias, como as suas traduções da Vida Nova e da
Divina Comédia de Dante (1995), que lhe renderam o Prêmio Pessoa, em 1995, o
Grande Prêmio de Tradução do P.E.N. Club (1996) e o Prêmio Eça de Queirós da
Câmara Municipal de Lisboa, entre outros.
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