Muito tem se falado sobre proteção aos ataques de ransomware, desde manter atualizado seus ativos de TI até arquiteturas zero trust e soluções mais elaboradas (e caras).
Atualmente,
os ataques de ransomware migraram de alvos simples, como nas pequenas empresas,
para grandes corporações e, consequentemente, seus resgates saíram de poucos
dólares (bitcoins) para milhões, impactando diretamente na imagem das empresas
até prejuízos diretos e indiretos com as paralisações pós-ataques.
E como
proteger o que realmente importa: as informações? Antes de mais nada, o básico
deve ter sido preparado antes: ambiente de TI atualizado, uma boa solução de
detecção e resposta e, no mínimo, um monitoramento do seu ambiente crítico por
meio de um SOC especializado com report direto ao board da organização para
apresentação do risco operacional de TI.
Dito isso,
vamos focar no último recurso possível para uma organização continuar existindo
com seus dados, já que o ataque pode ter um nível de sofisticação que poderá
burlar todos os controles existentes.
O último
bastião de proteção para seus dados é adotar a abordagem de cofre de segurança,
no qual você guardará uma cópia, utilizando as três ações a seguir:
1 - Security by design
A ideia é que seu cofre de segurança não aceite conexões de entrada, apenas se
conecte com os ativos que copiará as informações, coordenando de forma granular
todas as conexões. Toda conexão de um administrador deve ocorrer somente por
meio de um jumpserver de forma muito controlada, monitorando toda
ação do administrador.
2 - Quanto mais dados temporais melhor
Ter um bom processo de cópia e armazenagem dos dados é fundamental, visto que
um backup também pode estar com a integridade comprometida. Assim, é necessário
ter um processo que guarde versões históricas completas e incrementais. Por
exemplo, cópia diárias para seus cofres incrementais, quatro cópias semanas
completadas e doze mensais armazenadas por um longo período. Isso faz com que
você sempre tenha no mínimo sete dias incrementais, um mês de cópias semanais
completas e um ano de cópias mensais para ter um grande leque de opções de
recuperação dentro do RTO e RPO requerido pelo negócio.
3 - Não usa? Desconecte
O que adianta ter o cofre junto com você? A premissa é que o cofre somente seja
conectado à rede quando os backups forem realizados, assim você protege a
integridade nos momentos que não está em uso. Lembre-se, o cofre é um bastião
dos dados da sua empresa e deve ser protegido como tal. Inclusive muitas
companhias levam as cópias semanais para guardar em outro site, para proteção
de outros desastres. Já se a escolha do seu cofre for um provedor de IaaS (Infrastructure
As a Service), que pode ser um bom candidato, pense em fornecedores
e localizações diferentes, com a mesma lógica acima.
Com essas
três premissas para seu cofre de dados, com certeza, quando tudo falhar, você
terá seus dados para continuar o seu negócio e, consequentemente, poupará
milhões de dólares frente a um ataque de ransomware ou qualquer outra situação
semelhante.
Umberto Rosti -
sócio-fundador e CEO da Safeway, empresa da plataforma de cibersegurança do
Grupo Stefanini.
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