A diferença entre sentimentos e emoções é um assunto frequentemente discutido na área de saúde mental. Embora esses termos sejam frequentemente usados de forma intercambiável, eles têm significados diferentes e entender essa diferença pode ajudar a orientar o comportamento humano de maneira mais eficaz.
Numa análise superficial, podemos conceituar
emoções como respostas psicofisiológicas imediatas a estímulos e emoções como
interpretações cognitivas dessas emoções.
As emoções são respostas automáticas e instintivas
que ocorrem em resposta a certos estímulos. São experiências psicofisiológicas
intensos que envolvem alterações no corpo como o aumento da frequência
cardíaca, elevação da sudorese e sentimentos de tensão ou relaxamento. exemplos
de emoções incluem raiva, medo, alegria e amargura. As emoções são universais e
têm fundamentos biológicos usuais em todas as culturas.
Os sentimentos por outro lado, são interpretações
cognitivas das emoções, é individual e depende de fatores pessoais como
experiências passadas, crenças, valores e percepções. Os sentimentos são mais
complexos e duradouros do que as emoções porque envolvem uma avaliação
consciente e uma atribuição de significado pessoal à experiência emocional. Por
exemplo, uma pessoa pode sentir amargura após uma perda, mas a forma como ela
interpreta e lida com essa amargura pode variar dependendo de seus sentimentos
individuais sobre a perda.
Saber a diferença entre sentimentos e emoções pode
ser benéfico para gerenciar melhor o comportamento. Ao reconhecer e compreender
as emoções podemos identificar os gatilhos que desencadeiam certas reações
emocionais e adotar estratégias de enfrentamento adequadas. Isso nos faz reagir
com mais confiança em situações desafiadoras.
Ao aumentar a consciência do que é sentimento ou
emoção, gera na pessoa a oportunidade de ter mais controle sobre a situação que
experimenta e com isso possibilita o alcance de melhores resultados
comportamentais. Essa consciência emocional permite que a pessoa, por exemplo,
reconheça suas reações automáticas e impulsivas, permitindo que ela refaça e
pense antes de agir. Isso é especialmente importante em momentos de estresse,
onde as emoções podem facilmente nos dominar e levar a comportamentos
impulsivos ou prejudiciais.
Além disso, a pessoa reconhecer como se sente, faz
com que ela trilhe a jornada do autoconhecimento, entendendo suas motivações,
preferencias e necessidades. Neste sentido, abrimos o leque de oportunidades
para o processo de tomada de decisões mais alinhadas com nossos valores e
objetivos pessoais, evitando comportamentos impulsivos e depreciativos.
Aprender a distinguir entre sentimentos e emoções
também nos faz desenvolver habilidades de comunicação e relacionamento mais
eficazes. Aprendemos a expressar nossos sentimentos com clareza e confiança, o
que facilita o entendimento recíproco e promove relacionamentos saudáveis. Além
disso, a “leitura de pessoas” que é a capacidade de reconhecer e validar as
emoções dos outros contribui para a empatia e para fazer conexões
significativas.
Conhecer o que é emoção e sentimento, pode ser
extremamente positiva no campo da inteligência comportamental, pois permite que
as pessoas tenham uma compreensão mais profunda de si mesmas e de suas reações
emocionais. Esse conhecimento certamente proverá uma base sólida para o autogerenciamento
emocional e uma tomada de decisão mais acertada.
Por fim, entender a diferença entre sentimentos e
emoções é a chave para uma maior autoconsciência e autogestão emocional. Isso
nos capacita a gerenciar o comportamento de forma mais eficaz, promover
relacionamentos saudáveis e uma melhor qualidade de vida. Ao cultivar esse
entendimento, podemos adotar uma abordagem mais consciente e equilibrada para
gerenciar nossas emoções e sentimentos, promovendo nosso bem-estar emocional e
crescimento pessoal.
Renato Lisboa - neuropsicanalista, especialista em
inteligência emocional, autor do best seller - 3 Segundos: Escolhas que
transformam a vida.
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