As mulheres estão
cada vez mais presentes no mercado de trabalho, no entanto, ainda representam
uma pequena parcela dos cargos de liderança nas empresas. Não é suficiente as
empresas contratarem mulheres em grandes quantidades, enquanto o conselho
executivo é formado apenas por homens, a diversidade deve estar presente em
todos níveis da empresa, não apenas nas postagens da
corporação.
Os esforços para
promover a inclusão nas empresas é efetivo, porém, deve ser melhor executado e
ter propósito. Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita pela Grant Thornton
mostrou que as mulheres ocupam apenas 38% dos cargos de liderança em empresas,
evidenciando a necessidade de inserir vozes femininas no comando das empresas
que ditam a economia brasileira.
Segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63% dos cargos
gerenciais são ocupados por homens. As mulheres atuam somente em 37%.
Acredito que
existem inúmeros obstáculos para a ascensão de mulheres no mercado. Por mais
que seja visível o movimento de desconstrução do machismo, nós mulheres sabemos
que ainda existem inúmeras barreiras para alcançarmos uma posição estratégica.
Estar imersa em ambientes organizacionais onde a dinâmica de gênero não é
pensada, só reforça o preconceito e dificuldade de ascensão feminina na
carreira.
Os
desafios a serem superados
O começo da
solução está em incentivar organicamente a inclusão de mulheres nos cargos
altos de empresas e que mulheres se apoiem em um cenário tão competitivo.
Entendo que o caminho mais efetivo é promover ambientes cada vez mais diversos
e com canais abertos de comunicação.
Ter o intuito de
buscar promover a igualdade de verdade. Misturar perfis, gêneros, localidades,
preferências, a diversidade nos levará a superar esses preconceitos. Penso que
estimular o convívio reflexivo do time também seja um ponto importante, para
que diante de qualquer situação suspeita, se perceba, se questione, se entenda
e não se leve adiante replicações preconceituosas e machistas da sociedade em
que estamos inseridas.
Por isso, é
importante criar uma rede de apoio e inspiração mútua entre mulheres. Além de
forças femininas super importantes do meu convívio familiar, como minha esposa,
mãe, avó e tias. Também tenho como inspiração as mulheres que estão presentes
no meu dia a dia corporativo: as desenvolvedoras, gestoras, e designers da
Workverse, as mulheres líderes das grandes entreprises em que atuamos. Juntas
conseguimos estabelecer uma rede de sucesso para o resultado de cada projeto
como também uma círculo de apoio e auto-inspiração.
Os fatos são que é
essencial que haja uma mudança nos processos atuais, com o intuito de dar mais
voz às lideranças femininas. A chave da transformação mais global das normas
culturais, passa pela mudança do que é incentivado e cultivado em ambientes
menores, como o meio corporativo.
Nesse sentido,
programas de formação e estímulo à capacitação feminina são extremamente
relevantes para que possamos ter condições de aumentar a representatividade das
mulheres em cargos de liderança.
O caminho para o futuro
A base da melhoria
da inclusão feminina nas empresas está na mudança do pensamento da sociedade,
que ainda possui o machismo estrutural em si, especialmente em setores
dominados por homens, como a engenharia e a tecnologia. Apesar de estar
mudando, o segmento de tecnologia ainda tem uma predominância de
desenvolvedores homens.
Para alterar essa
realidade é preciso termos um número cada vez maior de mulheres
desenvolvedoras, dessa forma, entendo que a transformação dessa realidade está
muito relacionada com a etapa de formação e educação básica feminina. O foco
está em aproximar as mulheres dos cursos de ciências da computação, tecnologia
de sistemas, engenharias, e para isso, se faz necessário despertar e estimular
a possibilidade dessa carreira nas estudantes do ensino fundamental e médio.
Uma das áreas que
já tem predominância feminina e pode servir de exemplo para as demais são os
Recursos Humanos, que possui 73% dos cargos de gerência do setor ocupados por
mulheres, de acordo com uma pesquisa da empresa Bureau of Labor Stati.
Por sua essência,
a área de RH demanda profissionais com destaque para habilidades de relacionamento,
gerenciamento de conflitos e comunicação eficaz, e, historicamente, como essas
são características atribuídas às mulheres, penso que existe uma tendência da
presença feminina nessa área.
Além disso, ter
uma maior diversidade no comando das empresas permite diferentes pontos de
vista e visões para suas decisões estratégicas. A sagacidade feminina me
inspira. A sabedoria de saber ser suave quando é necessário suavidade, de
firmeza quando é preciso rigidez, essa mistura e complexidade de atuação que acho
admirável.
Vejo que nós
mulheres conseguimos compor bem 3 ingredientes importantes para uma liderança
estratégica: 1 - a empatia, nos permitimos, mais facilmente que os homens, a
compreender diferentes perspectivas e necessidades; 2 - A inovação, temos um
olhar criativo para solucionar problemas e encontrar novas oportunidades; 3 - A
resiliência, não desistimos fácil e isso inspira os outros a persistirem em
meio a desafios.
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