O câncer no colo do útero foi responsável por 6.627 mortes no Brasil, em 2020. A estimativa do Ministério da Saúde é que, de 2023 a 2025, cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com o tumor, causado pelo papilomavírus humano (HPV). Esse vírus é facilmente transmitido na relação sexual; isso porque apenas o contato com a pele infectada já é o suficiente para a contaminação.
A Campanha Julho Verde-Escuro chama a
atenção para a importância de exames preventivos e do diagnóstico precoce dos
chamados cânceres ginecológicos – aqueles que afetam um ou mais órgãos do
aparelho reprodutor feminino. As ocorrências mais frequentes desse tipo de
câncer no Brasil são de tumores no colo do útero, no corpo do útero e no
ovário.
Além dos exames mais comuns como a colposcopia e o
Papanicolau, que identificam alterações nas células do útero por diferentes
causas, a captura híbrida pode ajudar a salvar milhões de vida, por ser capaz
de detectar o DNA do vírus, antes mesmo do surgimento da lesão
inicial.
É o que alerta Raphael Oliveira, Gerente de
Marketing Regional LATAM para Diagnósticos Moleculares da QIAGEN, multinacional
alemã. “Trata-se de um teste padrão ouro, robusto, que possui diversos
controles e calibradores, a fim de garantir um resultado preciso e confiável. A
captura híbrida já existe há mais de vinte anos, entretanto, ainda não foi
altamente adotada no Brasil, como em outros países mundo afora, por isso pode
ser considerada uma ‘tecnologia nova’ por aqui, que já apresenta cobertura
obrigatória por todos os planos de saúde”, destaca Oliveira.
Segundo ele, a testagem está entre os testes mais
utilizados pelos médicos para rastreio genético do HPV. “Milhões de mulheres já
realizaram a captura híbrida e muitas vidas já foram poupadas pela contribuição
dessa tecnologia. Cabe ressaltar, entretanto, que a captura híbrida ainda é
disponibilizada apenas no sistema de saúde privado, ou seja, para mulheres que
possuem planos de saúde, algo que representa em torno de 1% de todas as
mulheres brasileiras que são elegíveis ao teste”, aponta.
Considerando esse dado, torna-se urgente uma
inserção da captura híbrida, entre outras testagens moleculares, no Sistema
Único de Saúde (SUS), para maior precisão em diagnósticos tão importantes para
tantas mulheres, proporcionando tratamento precoce e cura de doenças como
essas.
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