CEO da RM Consulting fala sobre como
o tema ainda é, infelizmente, um tabu na vida profissional das mulheres
Mesmo com as mulheres ocupando cada vez
mais posições de liderança no mercado de trabalho, conciliar a carreira com a
maternidade ainda é um desafio. Em um mundo ideal, onde não existisse
desigualdade de gênero, todos seriam responsáveis pela criação dos filhos,
contribuindo de forma igual para que as mulheres e mães não precisassem fazer concessões durante sua trajetória profissional e nem
ficassem sobrecarregadas.
“Vale lembrar
que quando falamos em equilibrar trabalho, cuidado com filhos, inserção e
reconhecimento no mercado, equiparação salarial, divisão das tarefas
domésticas, trata-se de um recorte de feminismo branco.
Ao falarmos de
conquistas ou retrocessos, consideramos apenas aquelas que conseguiram avançar.
Temos uma sociedade onde nem todas chegaram a esse lugar e essas questões estão
em outro patamar, falta o básico, como saneamento e creche onde mães possam
deixar os seus filhos enquanto cuidam dos filhos de outras pessoas ou
operacionalizam engrenagem das empresas.” - conclui
Rachel Maia.
Para
mulheres com filhos, os desafios no mercado de trabalho podem começar mesmo
antes de uma contratação. A maternidade ainda é, infelizmente, um tabu na vida
profissional. Muito por conta de vieses inconscientes reproduzidos,
frequentemente, de forma não intencional.
As
empresas podem contribuir, e muito, na mudança desse cenário. O primeiro passo
é mudar a forma como os processos seletivos acontecem. Pessoas recrutadoras
devem possuir bons treinamentos para que não reproduzam preconceitos durante as
entrevistas. Além disso, elas também podem oferecer benefícios para ajudar a
diminuir essa sobrecarga das mães e ajudá-las a se manter no mercado de
trabalho, oferecendo, por exemplo, horários flexíveis. Uma ação já realizada
por algumas empresas é a licença parental de 6 meses para homens e mulheres,
que visa equiparar o cuidado com os filhos.
Além
disso, as instituições também precisam entender que as mães estão comprometidas
tanto com a organização quanto com os filhos, portanto, as colaboradoras sabem
de suas responsabilidades e entregarão o que for exigido pela empresa, mesmo
que tenham que fazer concessões em outras áreas da vida.
Mãe de
Sarah Maria e Pedro Antônio, Rachel Maia é CEO da RM Consulting e
fundadora do Instituto Capacita-me. Ela conta que apesar dos desafios,
preconceito e falta de oportunidade no mercado, ainda há esperança. A executiva
dá 3 dicas para que mulheres possam conciliar a ambição profissional e a
maternidade sem culpa entre o olhar cativante e radical sobre o trabalho.
São
elas:
Encontre
empresas que promovem a diversidade
Encontrar
empresas pró-diversidade também pode ser uma excelente alternativa, pois, em
geral, essas empresas entendem a importância dessa causa e promovem ações que
buscam diminuir essa desigualdade desde os processos seletivos até o dia a dia
do trabalho.
Busque
trabalhos mais flexíveis
Depois
da pandemia, o home office acabou se tornando uma realidade mais presente nas
empresas e ele pode ser uma alternativa muito interessante para quem tem
filhos, pois oferece maior flexibilidade tanto de horários quanto de locomoção,
além de poupar tempo e gastos para os pais.
Não se
culpe
Muitas
vezes as mães se culpam por não estarem 100% do tempo presentes na vida dos
filhos, justamente por causa da pressão social em cima das mulheres. Não se
culpe por também focar em sua carreira, pois a criação de filhos não é uma
responsabilidade exclusiva da mulher, portanto, divida esse trabalho com sua
rede de apoio e entenda que a pressão social é a principal responsável por essa
culpa.
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