Parecer
do Copom foi tomado em meio a incertezas políticas
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP), o parecer do Conselho de Política Monetária do Banco Central
(Copom) que decidiu manter a Selic, taxa básica de juros da economia, em
13,75% ao ano (a.a.), é assertiva em meio às indefinições sobre inflação e
arcabouço fiscal.
A FecomercioSP entende que os juros elevados têm prejudicado o ritmo da
atividade econômica, uma vez que encarecem o crédito para consumidores e
empresários. Consequentemente, inibem investimentos e tornam mais atrativa a
alocação de recursos para investimentos em renda fixa.
Por outro lado, a Federação acredita que a redução forçada da Selic, sem
clareza da trajetória de queda da inflação e da equalização dos gastos
públicos, pode trazer mais prejuízos do que benefícios, uma vez que o cenário
afetaria as expectativas dos investidores e levaria a uma resposta do mercado,
por meio da elevação da curva da taxa de juros de longo prazo.
Ainda segundo a Entidade, é notório que há uma pressão política para que a taxa
de juros seja diminuída. No entanto, é importante que o arcabouço fiscal — a
estrutura de despesas e receitas do governo — seja factível e apreciado pelo
Congresso. É sabido que esse plano fiscal é baseado no aumento de gastos via
expectativa de alta de receita, por meio de medidas como ampliação da
fiscalização, redução de subsídios, regulamentação de setores com inclusão de
taxas, entre outros. Como resultado, e frente a uma conjuntura incerta, a
FecomercioSP afirma que a decisão, neste momento, foi acertada.
A próxima reunião ocorrerá no fim do mês de junho. Serão mais dois meses de
divulgação de dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
tempo importante para avanços na negociação do arcabouço fiscal. Caso isso
ocorra, o cenário pode ser mais favorável para que o Copom, enfim, decida pelo
início do ciclo de quedas da taxa.
FecomercioSP
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