Os jogos eletrônicos podem ter diversos impactos, tanto negativos quanto positivos na vida de um adolescente.
Para Ana Erthal, professora de games da ESPM,
escola de negócios, os videogames têm papel relevante como forma de
socialização, de entretenimento e desenvolvimento de habilidades entre os
jovens. “ É uma atividade realizada hoje, com a disseminação dos telefones
celulares, por 5 milhões de pessoas, com a média mundial de exposição de 25
minutos por dia. Com isso, narrativas, mecânicas e estéticas de jogos hoje
constituem o cotidiano dos jovens, é tema de conversas na escola e fora dela, é
o que eles consomem nos streamings dos jogadores profissionais e comentam em
ferramentas e redes sociais voltadas para jogos. Os jogos são a linguagem
natural dos jovens e um meio em que eles interagem, fazem amigos, conversam e
não apenas consomem passivamente como as redes sociais ou séries e filmes”,
afirma a especialista.
Em questão de influência, a profissional alega que
os jogos contam os games influenciam tanto quanto as outras mídias digitais. “Assim
como as redes sociais e seus influenciadores, séries e filmes, quanto livros,
quanto conversas em chat, a influência em sua formação se dá na mesma medida
que as demais mídias que consome”, diz.
Segundo a especialista, assim como os filmes, os
jogos eletrônicos também possuem classificações etárias. “Existe regulamentação
de idade, recomendação da OMS sobre o tempo de tela. O que não existe, na
grande maioria das vezes, é um ambiente familiar positivo, que acompanha esse
jovem, entendo suas escolhas, a progressão das narrativas, as conversas que se
desenrolam nos chats”, afirma.
Na terça-feira(18/04), em pronunciamento, o
presidente Lula criticou os jogos eletrônicos afirmando que tais jogos resultam
em violência nas escolas. No entanto, para a pesquisadora, não há comprovação
científica para a acusação, “Já foram realizados muitos estudos nesse sentido,
mas nenhuma delas provou que jogos tornam crianças violentas. Sabemos que
"13 reasons why", motivou dezenas de suicídios, e que os autores de
massacres sempre revelam motivações como filmes ou jogos, mas não há
comprovação científica porque as pesquisas possuem falhas metodológicas”, alega
Ana Erthal.
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