Técnica
cirúrgica que remove tumores em estágio inicial foi conduzida em parceria com
IBCC Oncologia - São Camilo
A chegada do Dia das Mães em 14 de maio representa
para algumas mulheres o desejo ou sonho de engravidar. Esse sonho pode ser mais
difícil para aquelas diagnosticadas com câncer de colo de útero, uma vez que a
fertilidade pode ser comprometida devido aos procedimentos e tratamentos que
essas pacientes são submetidas durante o tratamento da neoplasia.
Mas uma pesquisa clínica proposta pela Universidade
do Texas - MD Anderson Cancer Center, que contou com a participação de pacientes
do IBCC Oncologia - São Camilo - no Brasil, mostrou, por meio do estudo
ConCerv, que é possível aumentar as chances de gestação e preservar a
fertilidade nessas mulheres.
A pesquisa avalia a segurança e viabilidade da
cirurgia conservadora e os resultados desse estudo, publicado em um dos mais
importantes periódicos científicos da área, International Journal of
Gynecological Cancer constatou que essa técnica segura e viável pode preservar
a fertilidade de mulheres com estágio inicial e baixo risco de câncer do
colo do útero. “Esse estudo, pioneiro no mundo, tem como proposta realizar uma
cirurgia menos radical que o tratamento atual, que, além da infertilidade,
também pode causar disfunção urinária, sexual e complicações próprias da
cirurgia”, destaca o médico do departamento de ginecologia do IBCC Oncologia -
São Camilo, Dr. André Lopes.
De acordo com o médico, quando a mulher é
diagnosticada com câncer de colo do útero em fase inicial, o tratamento
habitual para preservação da fertilidade é uma cirurgia com probabilidade de
gravidez entre 20% e 50%, além de um risco de perda fetal e parto pré-termo.
O especialista, que também é um dos investigadores
da Pesquisa Clínica do IBCC Oncologia - São Camilo, afirma que o projeto
recrutou 100 mulheres com diagnóstico em estágio inicial de câncer restrito ao
colo do útero (tumores de até 2 cm). Ele explica que as participantes
realizaram uma cirurgia de conização, com preservação do útero. “O procedimento
consiste na remoção dos tumores em formato de cone, sem a necessidade de
retirar o órgão.”
Para a paciente Candy Maria Garcia, 38 anos, o
sonho de ser mãe só foi possível graças ao estudo. Ela foi diagnosticada com o
tumor há cinco anos, em um exame de rotina. Apta a participar da pesquisa,
realizou a cirurgia e foi acompanhada de perto pelos especialistas
envolvidos.
“Saber que seria um procedimento menos agressivo e
que conservaria meu útero, pronto para receber um bebê, parecia um sonho diante
de um pesadelo”, lembra. Candy teve sua primeira filha em fevereiro de 2021,
dois anos após a realização da cirurgia.
“Sempre agradeço a Deus por ter me colocado no
lugar certo, na hora certa, e por ter colocado os médicos do IBCC Oncologia -
São Camilo em meu caminho, sem isso eu não estaria com meu milagre em meus
braços hoje”, conta.
Para o médico, estudos clínicos como este reforçam
a importância da pesquisa para o futuro da medicina em prol do bem-estar da
humanidade. “Investir na ciência, em busca do constante aprimoramento das
técnicas e procedimentos médicos, é parte fundamental para nossa evolução, cujo
resultado é a melhoria da qualidade de vida”, ressalta.
No Brasil, cerca de 51 mil mulheres terão câncer de
colo de útero até 2026, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), sendo
que 90% dos casos podem ser prevenidos com a vacina nonavalente do HPV. O
Brasil terminou o ano passado sem cumprir a meta de vacinar 80% do público
entre nove e 14 anos contra o papilomavírus humano (HPV).
“Acredito que eu tenha sido um instrumento para
participar deste estudo e possibilitar que muitas outras mulheres se sintam
mais acolhidas e fiquem menos angustiadas ao descobrir o diagnóstico do câncer.
Apesar da notícia tirar o nosso chão, existem profissionais sempre em busca de
meios para que nosso sonho de ser mãe não seja tirado de nós”, finaliza Candy.
Como participar de um estudo
clínico?
Para fazer parte de uma pesquisa, não é necessário
ser paciente da instituição, basta que se enquadre nos critérios estabelecidos
pelo Centro de Pesquisa Clínica do IBCC Oncologia - São Camilo.
Os interessados devem encaminhar o relatório médico
e os exames que comprovam seu diagnóstico para o e-mail recrutamento.pesquisa@hospitalsaocamilosp.org.br.
Caso o paciente esteja apto a receber o tratamento com segurança, a equipe de
recrutamento entrará em contato, agendando uma consulta, onde será feita a
orientação e o encaminhamento para o estudo clínico proposto.
Vale frisar que, durante todo o estudo, o paciente
receberá acompanhamento assíduo, sempre alinhado ao tratamento padrão, não
oferecendo, portanto, quaisquer prejuízos à sua saúde.
Sobre o IBCC Oncologia - São
Camilo
Fundado em 1968, o IBCC Oncologia - São Camilo é
conhecido por ser um Centro de Tratamento Oncológico de alta complexidade e
possuir um Centro de Pesquisa Clínica renomado. É pioneiro no combate ao câncer
de mama e ginecológico e trouxe o primeiro mamógrafo para o Brasil em 1971.
Durante a década de 70 e 80, atuou com o maior
programa de prevenção do câncer do colo uterino e de mama já realizado por uma
instituição, com atendimento a mais de 2 milhões de pessoas, tendo trazido o
primeiro mamógrafo para o Brasil, em 1971..Foi considerado pela Secretaria de
Estado da Saúde do Estado de SP o melhor hospital em atendimento humanizado e
classificado entre os 10 melhores hospitais do estado, assim como, entre os anos
de 2004 a 2007, recebeu, consecutivamente, o Troféu “Hospital Best” na
categoria Instituição Filantrópica e desde 1995 o IBCC é detentor da Campanha
“O Câncer de Mama no Alvo da Moda”.
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