Fique de olho no
ronco durante a gestação
O sono é fundamental para vários tipos de funções
vitais do corpo e sabemos que muitos fatores interferem na sua
qualidade. Mas e durante a gravidez , como será que fica o sono das
mulheres? Na gestação, são tantas as mudanças que é impossível não haver
um impacto na rotina de sono. Tem o volume abdominal, os desconfortos causados
pela azia ou refluxo, a pressão no diafragma e o aumento da
frequência urinária.
Helena Hachul, ginecologista responsável pelo Setor
de Sono na Mulher da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP e membro da
Associação Brasileira do Sono, destaca que no primeiro trimestre as gestantes
sentem muito sono porque há um aumento do hormônio beta HCG: “Em geral, as
pacientes sentem muita sonolência, cansaço e vontade de dormir à tarde. Além dos
enjoos, que ajudam a ter o sono mais fragmentado”, explica. Para ajudar a lidar
com esses fatores, a ginecologista recomenda que as mulheres – na medida do
possível, tentem descansar durante o dia, tirando cochilos e até deitando-se
por meia hora ou quarenta minutos.
O segundo trimestre da gravidez é a fase em que
as mudanças no corpo costumam ficar mais visíveis, mas os enjoos e o
cansaço costumam diminuir. Nesta etapa, muitas mulheres relatam um período de
calmaria e, como a barriga ainda não cresceu muito, o peso e o desconforto para
dormir não incomodam a ponto de afetar o sono.
Dicas para o último trimestre
Dormir no último trimestre da gravidez não é uma
tarefa das mais fáceis. O sono volta a ficar mais fragmentado, pois há o
aumento abdominal impactando o diafragma e dificultando a respiração, uma
pressão maior do útero na bexiga fazendo com a gestante precise urinar mais
vezes e a ansiedade porque o parto está chegando.Para este período, a
especialista tem uma recomendação que é fundamental: “A grávida deve procurar
dormir sempre virada para o lado esquerdo, pois isso descomprime a veia cava e
facilita a circulação. Também pode deitar virada para o lado direito, mas
evitar ao máximo dormir de barriga para cima”, explica a ginecologista.
Fique de olho no ronco
Cada gravidez é única e todas as questões devem ser
sempre tratadas com a ajuda de médicos especialistas. Helena, que também é uma
das autoras da pesquisa “Dormindo por dois: a importância de dormir bem durante
a gravidez”, chama a atenção para um ponto importante que pode aparecer no
decorrer dos nove meses: o ronco. Principalmente, se vier associado à
hipertensão.
“Temos muitos estudos que já mostraram que as
pacientes que roncam têm maior probabilidade de ter desfechos neonatais
desfavoráveis. Por isso, é importante observar os casos de ronco e apneia”,
destaca. Para a ginecologista, é importante mencionar para o médico se a
paciente apresenta alguma dessas situações. A presença do companheiro ou
companheira durante a consulta pode ajudar a trazer estas informações.
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