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quinta-feira, 11 de maio de 2023

Dia das mães, o 14 de maio vira lei e simboliza a luta de mulheres que têm filhos com transtorno de fala


 Apraxia de Fala na Infância é pouco conhecida no país e afeta 2 a cada mil crianças 

  

É um desafio maior ser mãe de uma criança que não consegue falar como as outras da pracinha, da escola ou mesmo da própria família.  O diagnóstico é complicado e elas costumam passar por vários médicos e fonoaudiólogos até ouvirem o nome Apraxia de Fala na Infância (AFI) – que atinge 2 a cada mil crianças no país. Um transtorno neurológico, em que o cérebro falha ao enviar os comandos da fala.   

Para encurtar esse sofrimento e trazer orientação a outras mães e pais, três mulheres tem movimentado uma enorme engrenagem através da Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância, a ABRAPRAXIA.  Elas fundaram a entidade em 2016 e reuniram ali todo conhecimento que encontraram em muitas idas aos Estados Unidos. “A apraxia é pouco conhecida até entre profissionais de saúde no Brasil. Nos Estados Unidos, encontramos mais respostas e tratamento. Ao voltarmos, fundamos a associação”, conta Fabiana – presidente da ABRAPRAXIA, que atua ao lado de Juliane Tosin, vice-presidente; e Mariana Chuy, Diretora.   

Com a mobilização da ABRAPRAXIA e ajuda de parlamentares, elas conseguiram recentemente que alguns estados e municípios aprovassem a lei que instaurou o 14 de maio como "Dia da Conscientização da Apraxia de Fala na Infância". Paraíba , Pernambuco e as cidades do Rio de Janeiro, Porto Alegre e Blumenau sancionaram a lei. Agora a meta é fazer tramitar no Congresso Nacional o projeto de lei federal (PL 1274/22) que inclui o 14 de maio no calendário nacional.   

"Precisamos alertar o poder público, profissionais de saúde e a sociedade sobre a existência desse distúrbio. O quanto antes as crianças recebem o tratamento adequado, maiores as chances de elas atingirem seu melhor potencial de desenvolvimento", conclui a Diretora da ABRAPRAXIA, Mariana Chuy.  

 Com mais de 60 mil seguidores no Instagram, a associação já capacitou quase 20 mil pessoas, entre fonoaudiólogos, pais e familiares, além de oferecer cursos regulares para esses públicos.  

  

Mas o que é a Apraxia de Fala na Infância?   

A AFI é um transtorno que acomete a aprendizagem dos sons da fala. De acordo com a Dra.  Elisabete Giusti, fonoaudióloga experiente em transtornos do desenvolvimento da fala e da linguagem, a apraxia é considerada uma disfunção neurológica que atinge o planejamento e a programação das sequências de movimentos necessários para produzir a fala, pois o cérebro não envia os comandos adequados para os articuladores, dificultando a produção das palavras. “A precisão e a consistência dos movimentos necessários para produzir os sons da fala estão alteradas, na ausência de déficits neuromusculares. É uma alteração funcional e que nem sempre é detectada em exames para o estudo do cérebro, como ressonância e tomografia”, explica. 

O diagnóstico deve ser realizado por um fonoaudiólogo que possua experiência em transtornos de fala e de linguagem, incluindo os distúrbios motores de fala. O profissional será o responsável por avaliar, diagnosticar e determinar o melhor plano de tratamento. O transtorno pode acontecer em conjunto com outras comorbidades, por isso é fundamental que as crianças sejam acompanhadas por uma equipe multidisciplinar. O tratamento torna possível que as crianças atinjam seu melhor potencial, dentro dos limites que a apraxia impõe a cada uma delas.  

 

Onde buscar informação: 

Site: www.apraxiabrasil.org 

Instagram: @apraxiakidsbrasil 

Facebook: www.facebook.com/ApraxiaKidsBrasil 

LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/apraxia-brasil-abrapraxia/ 

 

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