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A maternidade, com certeza, é uma alegria indescritível para as mulheres, mas sabemos que também é um desafio, principalmente quando vivem a jornada dupla de mãe e profissional. As pessoas as vêem pra lá e pra cá e se perguntam como conseguem dar conta de tudo e ainda manter a vida em equilíbrio. Com mãe de dois pequenos e psicoterapeuta, costumo dar uma resposta bem simples para essa questão: nem sempre eu dou conta de tantas tarefas e está tudo bem!
A grande verdade é que nós mães nos perdemos em
meio a uma pressão social associada à crença de que a maternidade nos abastece
de super poderes para que sejamos capazes de fazer mil coisas ao mesmo tempo.
Isso, além de obviamente ser um mito, não é saudável, só nos enche de culpa e
faz com que a nossa saúde mental fique em segundo plano. Ficamos frustradas,
exaustas e nos sentimos desvalorizadas em meio a tantas tarefas e
responsabilidades. E, ainda, podemos desestimular aquelas mulheres que sonham e
esperam ansiosamente por viver a maternidade.
A saúde mental das mães precisa ganhar holofotes e
ser um ponto de atenção, não apenas pelo bem delas mesmas, mas também pelas
crianças que são afetadas diretamente pelo estado psíquico e emocional das
pessoas com quem convivem, as fazem sentir seguras, amadas e acolhidas.
Precisamos estar atentas ao nosso bem-estar para
conseguir oferecer o melhor apoio e amparo possível para os nossos filhos. Eles
dependem de nós e, se não estamos bem, como poderemos cuidar deles de forma
completa e amorosa? O prejuízo na saúde mental materna pode dificultar e
atrapalhar, sobretudo, o vínculo com a criança e o desenvolvimento dela.
A vida da criança é plenamente impactada pela saúde
mental e física da mãe. Desde o humor dela até como ela lida com as suas
questões, frustrações, tristezas, dores, como ela se posiciona, impõe limites
lida com todos os aspectos de sua própria vida. As crianças aprendem muito por
imitação, pelo o que veem dentro de casa e nos ambientes em que convivem. Tudo
isso deve nos fazer pensar em qual exemplo queremos de ser para os nossos
filhos e como estamos cuidando da saúde mental deles. A família como um todo
pode ser afetada se uma mãe não estiver bem.
No meu consultório, em que atendo crianças e
adolescentes, fica nítido como as crianças absorvem demais os sentimentos,
pensamentos e comportamentos de seus pais e, principalmente, de suas mães. É
interessante como elas observam, sentem e compartilham das mesmas emoções que a
mãe expressa. Unsplash - Johann Walter Batz
Para cuidar dos nossos filhos, precisamos cuidar de
nós também e, um bom ponto de partida para isso é nos organizarmos melhor. Uma
dica bacana é listar as prioridades para cada dia ou semana e definir o que é
de fato mais importante em cada momento. Assim, conseguimos colocar energia
naquilo que é essencial e aprendemos a nos cobrar menos e diminuímos a
percepção de que deixamos de fazer algo que parecia ser urgente, mas talvez nem
era. Há diversas maneiras de baixar a ansiedade, reduzir essa sensação de
sempre estar na correria e sonhando com um dia de 30h para cumprir com tantas
atividades.
Lembre-se de que a sua atenção, disponibilidade e tempo de qualidade é o que de melhor e mais primordial que você pode e deve oferecer ao seu filho. Você não precisa ter todo tempo do mundo, mas quando estiver com ele, esteja por inteiro, dê importância, tenha atenção plena, demonstre afeto e valide os sentimentos e as ações dele. Com certeza, não há nada de melhor do que isso para o desenvolvimento de um vínculo consolidado entre mãe e filho.
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