O nutricionista Lucas de Albú explica que existe uma relação direta entre hábitos alimentares com a função cognitiva
Ter uma boa memória é fundamental para o cotidiano. Afinal, precisamos lembrar-nos de compromissos importantes, onde guardamos objetos e manter a rotina pessoal e profissional em ordem. Mas muitas pessoas reclamam que andam esquecidas demais. Uma ajuda para a mente pode estar na alimentação.
De acordo com o nutricionista Lucas de Albú, existe uma relação direta entre hábitos alimentares x função cognitiva, e há alimentos que ajudam a nos manter mais concentrados, melhorar a memória e prevenir diversos distúrbiosneurológicos.
“O cérebro necessita de nutrientes para sua formação, e manutenção das funções, e há nutrientes específicos para cumprir diferentes papéis dentro da estrutura do cérebro. Importante lembrar que, não há conclusões científicas que determinados alimentos isolados melhoram a memória, foco ou concentração. A principal recomendação nutricional é ter um padrão alimentar saudável todos os dias, e manter uma alimentação equilibrada e variada”, esclarece.
Lucas pontuou o papel de alguns nutrientes na função cognitiva:
“Carboidrato: A privação de carboidratos está diretamente ligada a falta de energia do corpo, fadiga, inquietação e falta de atenção, portanto, diminuindo desempenho cognitivo. O ideal é que haja um consumo de carboidratos complexos. Alguns benefícios da ingesta de carboidrato são: benefícios na memória a curto prazo e no processamento rápido de informações, atenção e habilidade matemática”.
“Proteína: Participam das conexões das redes neuronais, servindo para construção de novas sinapses, processo necessário para comunicação entre os neurônios”.
“Gordura trans: Esse tipo de nutriente pode causar efeito
reverso sobre o desempenho cerebral, visto que, pode contribuir para estado de
demência, déficit de atenção, ansiedade e depressão”.
Ômega 6 e 3: “O Ômega 6 pode influenciar na habilidade
dos neurônios em utilizar a glicose, auxiliando a concentração. Baixos níveis
de ômega 3 podem causar problemas no aprendizado, e motivação”.
“Vitaminas do complexo B: Essas estão associadas à
produção de neurotransmissores responsáveis pela atenção e diminuição da
excitabilidade. Além disso, a deficiência pode causar nervosismo e falta de
energia”.
Lucas elencou alimentos que ajudam a melhorar a memória:
“Vegetais: As hortaliças concentram um mix de nutrientes
que auxiliam no sistema nervoso. Eles apresentam ácido fólico, vitamina que
resguarda a massa cinzenta e ajuda a reduzir o risco de demências.
Ex:Espinafre, couve, rúcula, e brócolis”.
“Abacate: Abacate é rico em vitaminas B6,B12, C e E, além
de selênio, luteína, colina e outros compostos importantes para os neurônios.
Abacate é um alimento que possui gordura monoinsaturada, que protege as
artérias, garantindo um bom fluxo sanguíneo para o cérebro. Alguns outros que
possuem funções parecidas são: azeite de oliva, amêndoa, amendoim, castanhas,
gergelim e óleo de canola”.
“Peixes: Salmão, atum, sardinha, arenque e cavalinha são
ricos em Ômega 3, que atuam na conexão entre os neurônios”.
“Ovo: Excelente fonte de proteína. A gema do ovo
especificamente, que muitas vezes é o vilão da história por possuir colesterol,
está repleta de colina, uma das vitaminas do complexo B, que atua na memória”.
Quem quer melhorar as funções cognitivas pode optar
também pela dieta 'Mind'. Dieta que predomina nutrientes que garantem a melhor
fluidez da ligação entre os neurônios, o aumento da plasticidade dessas células
cerebrais e a diminuição da inflamação e da oxidação – ou seja, tudo que
garante um bom funcionamento cognitivo.
“Essa dieta prevê o consumo de pelo menos três porções de grãos integrais (aveia, centeio, grão de bico, feijão, ervilha, quinoa, entre outros),uma porção de salada e uma porção de vegetal diariamente, junto com um copo de vinho. Os lanches devem incluir frequentemente oleaginosas, isto é a turma das nozes, castanhas e amêndoas. Peixes são indicados, no mínimo, uma vez na semana, enquanto as aves são bem-vindas pelo menos duas vezes por semana”, destaca.
Lucas diz que nesse cardápio alimentar devem ser evitados
alguns alimentos. “Como carne vermelha, manteiga, margarina, queijos, doces,
fritura e fast food. Isso não significa que você deve cortar completamente os
itens da sua lista, mas deve consumi-los com pouca frequência. Converse com o
seu médico ou nutricionista para entender em qual intensidade você deve comer”,
finaliza.
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