Head de psicologia da orienteme aponta
que existe um caráter cultural que fomenta essa realidade
De acordo com uma pesquisa realizada pela Catho, em 2021, 98% das mulheres entrevistadas que trabalham em home office realizam multitarefas para dar conta das demandas profissionais, do lar e dos filhos. Esses dados evidenciam um cenário importante de que, independente do modelo de trabalho exercido, a mulher exerce a jornada tripla.
A Head de Psicologia da orienteme, Renata Tavolaro, explica que a
jornada tripla é o acúmulo de responsabilidades que as mulheres assumem em suas
rotinas diárias, que afetam diretamente na saúde mental feminina, desenvolvendo quadros de estresse, ansiedade, baixa autoconfiança, depressão, entre outras. O
que a difere da jornada dupla é o adicional das demandas maternas além do
trabalho, enquanto a tripla se caracteriza pelas responsabilidades
profissionais, de cuidado com o lar e também com os filhos.
Como resultado desses riscos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que as mulheres estão mais expostas aos riscos de sobrecarga física e mental, como a Síndrome de Burnout.
Mas como chegamos a esse ponto? A Head de Psicologia explica que existe também um viés cultural ligado à jornada tripla, enraizado em nossa sociedade. “Observamos que as mulheres têm uma cobrança, que pode ser interna ou externa sobre os afazeres domésticos e cuidado com os filhos. É fato que esta jornada tripla de trabalho ainda acontece muito e esta situação faz com que as mulheres percam a qualidade de vida, pois acabam sacrificando suas horas de lazer, autocuidado e qualificação profissional”, comenta a profissional.
Para evitar seus efeitos, o cuidado deve vir de
diversas frentes. Quanto à atuação das empresas e como elas podem auxiliar na
melhora da qualidade de vida, Renata explica que é um grande desafio, pois é
necessário um olhar muito tangente da organização para esse cenário.
“Considero que o mais importante é realizar
trabalhos de conscientização, por meio de rodas de conversas, lives, etc. Além
disso, mostrar para as mulheres que elas têm que mudar sua mentalidade, ou
seja, não existe “super-heroína" que precisa dar conta de tudo. O
acompanhamento psicológico é essencial nesses casos, para que as mulheres
obtenham apoio para mudar essa realidade. É importante entender que ela deve
aprender a se respeitar, se valorizar, delegar tarefas e não se cobrar em
demasia.”, finaliza a especialista.
orienteme
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