Essa é uma das perguntas que mais temos ouvido nos
últimos tempos, principalmente porque temos investido muito tempo nesta prática
e ao contrário do que as pessoas possam acreditar, a influência sobre os
pacientes não diminui com isso, aumenta! Um dado importante para entender esse
fenômeno é que nos últimos anos o entendimento sobre os sintomas das doenças
tem mudado completamente.
As dores, formigamentos ou qualquer sensação
estranha, que você eventualmente possa ter dificuldade de explicar para as
pessoas, como pressão ou alteração de sensibilidade, não são mais entendidas
apenas como sinais de que existe uma lesão ou algum tipo de inflamação,
infecção ou tumor local. Muitas vezes estes sinais e sintomas podem ser
resquícios de problemas que já existiram ou ainda uma somatória de informações
que provocaram interferências na comunicação de partes do corpo com o cérebro,
provocando assim somação de estímulos mal interpretados e transformados em
memórias, as quais continuamos identificando como sintoma, mesmo não havendo
mais a doença ou lesão tecidual.
Estudos como, Um ensaio controlado de cirurgia artroscópica para
osteoartrite do joelho (Moseley et al, 2002), mostram que
independentemente de existir um desgaste articular e que parte dos pacientes
estudados acreditavam que realmente somente com a cirurgia fosse possível
chegar a cura de suas dores, mesmo os pacientes do grupo que recebeu o
procedimento cirúrgico “placebo”, no qual apenas a pele foi cortada para
simular o procedimento cirúrgico, referiram melhora dos sintomas, mostrando
assim a importância de avaliar mais a fundo o caso de cada paciente, pois
muitos casos que eram operados no passado poderiam ter bons resultados a partir
da mudança da percepção do problema, que neste caso foi provocada por uma
cirurgia placebo, mas que possamos provocar esta mudança de percepção através
de conscientização do problema real, que muitas vezes está mais ligada ao
entendimento do problema do que a algum tratamento seja este comprovado
cientificamente ou não.
Todo o conteúdo que temos desenvolvido nos últimos
anos tem sido direcionado para chegar a mais pessoas e impactar de maneira mais
profunda, diferente do que seria possível em uma sessão presencial de
fisioterapia por possuir tempo limitado. As pessoas estão sedentas por
informação, pesquisam nas redes sociais e nas ferramentas de busca o tempo todo
por tratamentos mais eficientes e dicas que resolvam suas dores e sintomas de
doenças.
Pensando nisso começamos a produzir já antes da
pandemia um conteúdo em formato de livros (Cura pelo hábito e Cura pelo hábito – Guia prático),
Ebooks e cursos online (Cura pelo hábito na plataforma Eduzz), mas quando é
necessário ir fundo em uma questão e avaliar o caso individualmente a sessão
online é de extrema importância. O mais curioso é que as pessoas contam com
textos escritos por desconhecidos na internet, acessam dicas em vídeos de
pessoas, as quais nem mesmo possuem referência ou autoridade para falar de
assuntos que exigem normalmente especialidade e experiência, mas quando pensam
em passar em consulta com um profissional bem indicado, por ser online eventualmente
desconfiam do resultado.
Claro que a sessão presencial continua tendo seu
valor e sempre terá, pois nada substitui as técnicas de manipulação,
equipamentos e o contato físico, as pessoas precisam ser tocadas, pois esta é
uma questão fisiológica, quando somos tocados liberamos substâncias reguladoras
pelo nosso organismo, como a ocitocina, o que potencializa o resultado da
sessão de fisioterapia, mas a verdade é que percebemos que uma boa parte do
resultado que a fisioterapia proporciona para os pacientes ocorre através das
orientações que provocam mudança de comportamento de forma definitiva.
Quando o paciente entende “o porquê” da importância na mudança de comportamentos que estão reforçando seus sintomas e começa a adquirir hábitos mais saudáveis de forma definitiva, conseguimos então entrar verdadeiramente em um ciclo virtuoso de cura, quebrando padrões de comportamento que reforçavam o ciclo vicioso da doença.
Claudio Cotter - ex-fisioterapeuta da CBF, pós
graduado em Medicina Psicossomática e desde a pandemia realiza tratamentos de
pacientes e treinamentos de fisioterapeutas online com alto índice de
performance.
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