“Sim, diabetes
emocional existe. Há vários estudos que mostram a influência do estado
emocional no controle do diabetes. Inclusive, algumas evidências remetem o
início da doença após um forte abalo emocional, ou seja, o fator emocional pode
desencadear o início da doença”, explica a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.
Os dados (leia aqui) da
Federação Internacional do Diabetes (IDF) apontam que o Brasil ocupa o 6º lugar
entre os 10 principais países com adultos (20 a 79 anos) com diabetes em 2021
(e nas projeções para 2045); Somos o 3º país com maior prevalência de diabetes
tipo 1 (92.300 pessoas), em pessoas abaixo dos 20 anos de idade, atrás apenas
da Índia e Estados Unidos.
Segundo a
especialista, é muito comum os médicos notarem que pacientes que já
apresentavam fatores de risco para o diabetes tipo 2, após um abalo emocional,
acabam desenvolvendo a doença. “Isso pode acontecer também com diabetes tipo 1,
aquele que é autoimune, e que surge ainda na infância. Um balo psíquico grande,
pode abrir o quadro o diabetes tipo 1”, detalha Dra. Lorena.
Após um impacto
emocional importante, o paciente tende a piorar os hábitos do dia a dia,
podendo se tornar sedentário, mesmo que por um curto período, começar a se
alimentar de forma desequilibrada, o que contribui para o ganho de peso. Todos
esses fatores contribuem para o surgimento do diabetes.
“Fatores hormonais
também podem estar envolvidos nesse desenvolvimento da doença, já que pode
ocorrer o aumento de alguns hormônios, como o cortisol por exemplo, que
dificulta a ação da insulina e eleva a glicose no sangue”, conta a médica.
Ela comenta ainda
que pacientes que já têm diabetes sabem que quando estão estressados, quando
passam por um evento emocional intenso, eles pioram o controle da doença devido
a esses mesmos fatores que fazem com que desencadeia o início do diabetes em
pessoas que não tinham esse diagnóstico ainda.
“Por isso, é muito
importante controlar a questão psíquica para um bom controle do diabetes. “Eu
sempre falo para os meus pacientes que o controle da doença não é só a
glicemia, fazer exame de sangue. Trata-se também do bem-estar psíquico do
paciente e da qualidade de vida com um todo, com alimentação saudável e a
prática frequente de atividade física, uma das ferramentas imporatntes para o
alívio do estresse”, indica Dra. Lorena.
Insuficiência
renal, problemas cardiovasculares, amputação de membros, cegueira e acidente
vascular cerebral (AVC) são algumas das complicações causadas pelo diabetes mal
controlado.
Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
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