Com o aumento das tensões entre Estados Unidos
e Rússia, e uma ameaça nuclear que paira no horizonte, podemos dizer que a
Guerra Fria, de fato, nunca acabouUnsplash
Esses
acontecimentos têm repercussões inclusive no Brasil, assim como a Guerra Fria
teve influência por aqui desde seu nascimento, em 12 de março de 1947. Neste
aniversário de 76 anos, é importante revisitar uma época cruel e aterrorizante
não apenas para a Europa, mas para todo o mundo.
O
período após o fim da Segunda Guerra Mundial foi caracterizado por uma corrida
armamentista, agressiva e cara entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética
(URSS). O então presidente dos EUA, Harry S. Truman, proferiu
diante do Congresso Nacional um forte discurso. Afirmou ele que os países
capitalistas deveriam se defender da ameaça socialista. Para Truman, os
estadunidenses tinham a obrigação de liderar a luta contra o avanço do
comunismo no continente europeu e no mundo.
A
chamada Guerra Fria, que de fria nada tinha, culminou na separação do mundo em
dois grandes blocos: o comunista (liderado pela União Soviética) e o
capitalista (liderado pelos Estados Unidos). Uma das consequências mais
marcantes desse período foi a construção do Muro
de Berlim, em 1961, uma cooperação entre Alemanha Oriental e União
Soviética para impedir a fuga de sua população para o lado Ocidental.
Após
40 anos do famoso discurso de Truman, em meados da década de 1980, a vida atrás
da Cortina de Ferro havia mudado. Revoltas democráticas se infliltraram nas
nações do bloco soviético, e a própria URSS lutava contra o caos econômico e
político. A queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, durante a
Revolução Pacífica, marcou uma série de eventos que precipitaram a queda do
comunismo na Europa Central e Oriental, precedida pelo Movimento Solidariedade
na Polônia.
Em
1991, a União Soviética havia perdido a maior parte de seu bloco para
revoluções democráticas e o Pacto de Varsóvia foi formalmente dissolvido.
Mikhail Gorbachev, o último líder da URSS, abriu o país para o Ocidente e
instituiu reformas econômicas que enfraqueceram as instituições que dependiam
de bens nacionalizados. Em dezembro de 1991, a URSS foi dissolvida em nações
separadas.
A
Guerra Fria continua a afetar a geopolítica dos nossos tempos. Estados Unidos e
Rússia, bem como a China e a Europa, ainda têm interesses divergentes, grandes
orçamentos de defesa e bases militares internacionais. A Organização do Tratado
do Atlântico Norte (Otan) ainda exerce grande poder político. Cresceu para
incluir 30 estados-membros e agora se estende até as fronteiras com o maior
país do mundo.
Desde
a década de 1990, a Rússia vê a expansão da Otan para o leste como uma grave
ameaça à sua segurança. Alguns especialistas compararam a crise atual com o
início de uma nova Guerra Fria, ou mesmo a extensão daquela que nunca esfriou.
Por isso, vale a pena revisitarmos essa época fundamental da nossa história
para compreender como chegamos à situação atual.
Divulgação/Edvaldo Silva |
Edvaldo Silva é Mestre em Artes e Multimeios pela Unicamp, e autor do romance de suspense "Além da Fumaça" (Editora Labrador), que tem como pano de fundo a Alemanha e o Brasil do final dos anos 80.
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