Fertilizantes organominerais, produzidos no Brasil, além de melhorar o desempenho da produção agrícola, estão contribuindo para a redução da dependência de importações de fertilizantes
A utilização de fertilizantes organominerais na
agricultura brasileira tem crescido significativamente nos últimos anos. As
principais razões são o reconhecimento pelos agricultores dos resultados
agronômicos diferenciados obtidos a partir da sua utilização e por ser
alternativa aos fertilizantes convencionais (NPK) do ponto de vista econômico,
considerando a instabilidade na oferta e nos preços dos fertilizantes
convencionais nos últimos anos.
Além disso, os fertilizantes organominerais tem
contribuído de forma efetiva para a redução da dependência de importação de
fertilizantes pelo Brasil, que hoje é de 85% do volume consumido.
Diante desta conjunção positiva de fatores para as
indústrias brasileiras, para os agricultores e para o País, esta categoria de
fertilizantes viu o seu faturamento multiplicar por três, entre os anos de 2019
e 2021. Para 2022, o setor espera um crescimento próximo de 50%.
“No campo, os agricultores constatam que, além de
fornecer os nutrientes essenciais, os fertilizantes organominerais proporcionam
melhorias importantes nas características químicas, físicas e biológicas do
solo e na eficiência de absorção dos nutrientes pela planta”, analisa o
Presidente do Conselho da Abisolo, Roberto Levrero.
Ao falar da conjuntura favorável aos fertilizantes
organominerais, Levrero ressalta ainda a importante contribuição do setor para
a economia circular, a destinação segura e a agregação de valor aos resíduos.
Turfa, resíduos de atividades como avicultura, suinocultura, pecuária,
agroindustriais, além de lodo desidratado, são alguns exemplos de resíduos
orgânicos aproveitados na produção destes fertilizantes.
Dados da Embrapa
apontam que, no Brasil, anualmente são produzidos cerca de 8 milhões de
toneladas de cama de aviário e mais de 100 milhões de m³ de dejetos líquidos de
suínos. Somando apenas esses insumos, seria possível obter 680 mil toneladas de
nitrogênio (N), 660 mil t de pentóxido de fósforo (P2O5) e 440 mil t de óxido
de potássio (K2O), o que representam aproximadamente 27%, 21% e 12% do total
anual consumido de N, P e K pela agricultura brasileira, respectivamente.
“Temos tecnologias no Brasil para processar muito
mais resíduos agroindustriais, que seriam passivos ambientais nas empresas e
nas propriedades. O processamento e a aplicação de fertilizantes organomineiras
nas lavouras fecham o ciclo da economia circular”, explica o conselheiro da
Abisolo, Giuliano Pauli. Ele acrescenta que, para o produtor rural, a opção
pelos organomineirais, além do aumento da produtividade, traz equilíbrio
biológico para o solo. “O manejo agrícola tem olhado o solo de forma mais integrada
ao meio ambiente. Os componentes orgânicos presentes nesses fertilizantes
favorecem a diversidade de microorganismos no solo, que contribuem, em última
instância, para a sanidade das plantas”, comenta Pauli.
O presidente da Abisolo complementa que a melhora
da biodiversidade do solo auxilia no enfretamento dos desafios impostos à
agricultura tropical. “Vivemos em um país com clima atípico e com solos
diferentes em uma mesma região. A fração orgânica dos fertilizantes
organominerais evita perda por fixação do fósforo ou por lixiviação e ajuda a
planta a absorver melhor os minerais”, afirma Levrero, ao ressaltar que uma
planta mais saudável é menos suscetível às pragas e às variações climáticas,
produzindo frutos melhores, com mais rendimento.
Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia
em Nutrição Vegetal - Abisolo
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