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segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Cinco motivos que explicam o atraso menstrual

Causas podem estar relacionadas as taxas de hormônio da mulher


 

Se você é um reloginho quando o assunto é ciclo menstrual, apenas um dia de atraso se torna motivo de preocupação. Agora, se você é daquelas mulheres que sofrem com ciclos mais irregulares, talvez demore até uma semana para perceber que algo está diferente.

 

Quando falamos de alterações do ciclo menstrual é preciso pensar na relação direta entre a saúde integral da mulher e suas taxas hormonais, pois a menstruação depende de um equilíbrio perfeito dos hormônios que vem do sistema nervoso central, que comandam os ovários e podem sofrer interferências de diversas partes.

 

A menstruação é um indicador de como está a sua saúde, então, independentemente do tipo de atraso, o importante é estar atenta a frequência do seu ciclo e acender um sinal de alerta a qualquer mudança.

 

Mais do que uma gestação, o atraso menstrual pode ser um sintoma que esconde alguma doença ou desequilibro no seu organismo. Por isso, a ginecologista e uroginecologista da Faculdade de Medicina da USP e Hospital das Clínicas, Dra. Débora Oriá, separou 5 motivos que podem estar bagunçando o seu ciclo e você nem imagina.


 

Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)


Uma das doenças que mais alteram o ciclo menstrual, por exemplo, é a Síndrome dos Ovários Policísticos, mais conhecida como SOP. Nessa condição, a paciente sofre de um distúrbio hormonal que causa o aumento no tamanho dos ovários e o surgimento de pequenos cistos ao redor deles. Isso desencadeia alguns sintomas, como o atraso menstrual, acne, excesso de pelos, obesidade e até problemas de infertilidade.


 

Hipertireoidismo


A glândula da tireoide é a responsável por controlar diversas funções do nosso organismo, inclusive, a regularidade do ciclo menstrual.

“Nos casos de hipertireoidismo, a tireoide trabalha mais e produz hormônio em excesso, o que acelera todo o metabolismo do corpo, causando intervalos maiores entre os ciclos, diminuição do fluxo menstrual e até ausência de menstruação”, explicou a Dra. Débora Oriá. 


 

Fatores emocionais


Sim, as emoções também interferem no seu ciclo menstrual e isso não é uma lenda familiar. Quando passamos por um período de estresse e ansiedade é normal que o corpo libere na corrente sanguínea um hormônio chamado cortisol. Mas, quando essa quantidade é grande e constante, ela pode alterar a menstruação. 

Isso porque o cortisol é um dos hormônios que participa da regulação hormonal no hipotálamo. E caso ele esteja em excesso pode desequilibrar a produção de vários hormônios, inclusive os sexuais femininos estrogênio e progesterona, produzidos nos ovários e responsáveis por regular a menstruação.


Medicações antidepressivas


O uso de antidepressivos é outra causa comum para o atraso menstrual. Isso ocorre porque esse tipo de medicação pode fazer com que a hipófise, glândula endócrina, produza mais prolactina do que deveria, alterando o seu próprio funcionamento.

 

“Sem uma hipófise equilibrada, de onde vem os hormônios reguladores dos ovários (LH e FSH), não somos capazes de produzir os hormônios que mantêm o ciclo natural da mulher na quantidade correta. Então, se você é uma paciente que toma antidepressivos e percebeu algum atraso, não pare sua medicação. Procure por um médico ginecologista que possa cuidar de você em sintonia com o seu psiquiatra”, falou a especialista.


 

Restrição alimentar


Você pode não ter pensado nessa relação, mas a alimentação também pode mexer com o ciclo menstrual da mulher quando a dieta se torna muito restritiva. A falta ou redução brusca de certos nutrientes conseguem gerar desequilíbrios hormonais ou, até mesmo, obrigar o organismo a priorizar algumas funções. Ou seja, com uma quantidade insuficiente de nutrientes, o corpo usa sua energia para funções mais essenciais e deixa de regular o ciclo menstrual. 

A especialista ressalta ainda que a melhor prevenção é cuidar muito bem do corpo e da mente, alimentando-se de maneira adequada, mantendo consultas e exames em dia, praticando atividades que proporcionem relaxamento e nunca se esquecendo de monitorar o calendário menstrual.

 

Dra. Débora Oriá - se especializou em Cirurgia Ginecológia e Uroginecologia no Hospital das Clínicas (USP). Trabalha como médica da equipe de Uroginecologia do Departamento de Ginecologia do Hospital das Clínicas, médica preceptora da Residência Médica em Ginecologia do Hospital das Clínicas, ginecologista do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês e obstetra do corpo clínico da Pro Matre Paulista. @dradeboraoria

 

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