Causas podem estar relacionadas as taxas de hormônio da mulher
Se você é um
reloginho quando o assunto é ciclo menstrual, apenas um dia de atraso se torna
motivo de preocupação. Agora, se você é daquelas mulheres que sofrem com ciclos
mais irregulares, talvez demore até uma semana para perceber que algo está
diferente.
Quando falamos
de alterações do ciclo menstrual é preciso pensar na relação direta entre a
saúde integral da mulher e suas taxas hormonais, pois a menstruação depende de
um equilíbrio perfeito dos hormônios que vem do sistema nervoso central, que
comandam os ovários e podem sofrer interferências de diversas partes.
A menstruação é
um indicador de como está a sua saúde, então, independentemente do tipo de
atraso, o importante é estar atenta a frequência do seu ciclo e acender um
sinal de alerta a qualquer mudança.
Mais do que uma
gestação, o atraso menstrual pode ser um sintoma que esconde alguma doença ou
desequilibro no seu organismo. Por isso, a ginecologista e uroginecologista da
Faculdade de Medicina da USP e Hospital das Clínicas, Dra. Débora Oriá, separou
5 motivos que podem estar bagunçando o seu ciclo e você nem imagina.
Síndrome
dos Ovários Policísticos (SOP)
Uma das doenças
que mais alteram o ciclo menstrual, por exemplo, é a Síndrome dos Ovários
Policísticos, mais conhecida como SOP. Nessa condição, a paciente sofre de um
distúrbio hormonal que causa o aumento no tamanho dos ovários e o surgimento de
pequenos cistos ao redor deles. Isso desencadeia alguns sintomas, como o atraso
menstrual, acne, excesso de pelos, obesidade e até problemas de infertilidade.
Hipertireoidismo
A glândula da
tireoide é a responsável por controlar diversas funções do nosso organismo,
inclusive, a regularidade do ciclo menstrual.
“Nos casos de
hipertireoidismo, a tireoide trabalha mais e produz hormônio em excesso, o que
acelera todo o metabolismo do corpo, causando intervalos maiores entre os
ciclos, diminuição do fluxo menstrual e até ausência de menstruação”, explicou
a Dra. Débora Oriá.
Fatores
emocionais
Sim, as emoções também interferem no seu ciclo menstrual e isso não é uma lenda familiar. Quando passamos por um período de estresse e ansiedade é normal que o corpo libere na corrente sanguínea um hormônio chamado cortisol. Mas, quando essa quantidade é grande e constante, ela pode alterar a menstruação.
Isso porque o
cortisol é um dos hormônios que participa da regulação hormonal no hipotálamo.
E caso ele esteja em excesso pode desequilibrar a produção de vários hormônios,
inclusive os sexuais femininos estrogênio e progesterona, produzidos nos
ovários e responsáveis por regular a menstruação.
Medicações
antidepressivas
O uso de
antidepressivos é outra causa comum para o atraso menstrual. Isso ocorre porque
esse tipo de medicação pode fazer com que a hipófise, glândula endócrina,
produza mais prolactina do que deveria, alterando o seu próprio funcionamento.
“Sem uma
hipófise equilibrada, de onde vem os hormônios reguladores dos ovários (LH e
FSH), não somos capazes de produzir os hormônios que mantêm o ciclo natural da
mulher na quantidade correta. Então, se você é uma paciente que toma
antidepressivos e percebeu algum atraso, não pare sua medicação. Procure por um
médico ginecologista que possa cuidar de você em sintonia com o seu
psiquiatra”, falou a especialista.
Restrição
alimentar
Você pode não ter pensado nessa relação, mas a alimentação também pode mexer com o ciclo menstrual da mulher quando a dieta se torna muito restritiva. A falta ou redução brusca de certos nutrientes conseguem gerar desequilíbrios hormonais ou, até mesmo, obrigar o organismo a priorizar algumas funções. Ou seja, com uma quantidade insuficiente de nutrientes, o corpo usa sua energia para funções mais essenciais e deixa de regular o ciclo menstrual.
A especialista
ressalta ainda que a melhor prevenção é cuidar muito bem do corpo e da mente,
alimentando-se de maneira adequada, mantendo consultas e exames em dia,
praticando atividades que proporcionem relaxamento e nunca se esquecendo de
monitorar o calendário menstrual.
Dra. Débora Oriá
- se
especializou em Cirurgia Ginecológia e Uroginecologia no Hospital das Clínicas
(USP). Trabalha como médica da equipe de Uroginecologia do Departamento de
Ginecologia do Hospital das Clínicas, médica preceptora da Residência Médica em
Ginecologia do Hospital das Clínicas, ginecologista do corpo clínico do Hospital
Sírio Libanês e obstetra do corpo clínico da Pro Matre Paulista. @dradeboraoria
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