Sonho
de consumo de muitas mulheres e sinônimo de elegância, o salto alto também já
foi traduzido como símbolo de resistência e emancipação feminina. Acessório
indispensável em eventos sociais e em situações de trabalho que exigem mais
formalidade, o salto alto pode ocasionar problemas à saúde da coluna e deve ser
utilizado com moderação.
Ainda
há controvérsias científicas em relação o uso do salto alto - se pode ou não
alterar as curvaturas da coluna, no entanto, diferentes tipos de problemas,
dentre eles, dor cervical, dor lombar e dor nos joelhos podem estar associados
ao uso do calçado.” Parece que as mulheres se adaptam à mudança do centro de
gravidade provocada pelo salto alto de formas diferentes. Algumas tendem a
realizar esses ajustes através das extremidades inferiores e outras utilizam a
curvatura cervical para essa adaptação”, explica o Dr. Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista
em coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna.
Mas,
quais os principais problemas que o uso diário de salto alto pode acarretar?
Além
das dores cervicais, lombares e nos joelhos, como o salto altera a pisada
natural, fazendo com que o peso seja concentrado nos dedos, pode causar dor nos
pés e, também, o encurtamento dos músculos da panturrilha, fazendo com que a
circulação de sangue nesta área seja limitada. “Exercícios para a
panturrilha no decorrer do dia podem ajudar a ativar a circulação, evitar o
encurtamento e dores nessa região”, afirma o Dr. Amato.
Outra
alteração causada pelo salto alto é a posição do corpo: com os ombros para trás
e a cabeça para frente, o que pode trazer desconforto nos ombros e parte
superior das costas. Exercícios de alongamento e relaxamento dessa região podem
prevenir tais problemas. Para as mulheres que costumam apresentar dor lombar,
exercícios específicos de fortalecimento de core e alongamento de cadeia
posterior podem ajudar no controle das dores. Mas é sempre importante pensar no
corpo como um todo, pois ajustes articulares na coluna cervical podem estar
vindo por uma adaptação incorreta dos joelhos ou dos quadris.
Além do salto alto, as rasteirinhas e as sapatilhas também podem ocasionar problemas à saúde da coluna e não são a melhor indicação para uso. Os calçados sem salto, não proporcionam apoio aos calcanhares, forçam os joelhos e podem desencadear dor lombar, tendinite e fascite plantar. “Tanto o salto alto quanto as sandálias e rasteirinhas aumentam a possibilidade do surgimento de entorses nos tornozelos”, revela o especialista.
Calçados com saltos baixos e médios, tais como o modelo plataforma e meia pata, são os mais indicados e seguros para quem sofre de dores articulares. Além disso, também podem ser uma alternativa viável para quem deseja aumento de estatura com um pouco mais de estabilidade.
O uso frequente de salto alto requer a prática de exercícios físicos, sem esquecer de alongamento e relaxamento nos grupos musculares mais impactados durante as caminhadas. Nestes casos, é indicado utilizar sapato mais baixo em situações que exijam mais esforços ou até mesmo andar em superfícies irregulares.
O recomendável
para quem precisa ficar muito tempo com salto alto é fazer períodos de descanso
durante o trabalho ou atividade de lazer.
Dr. Marcelo Amato - Graduado pela USP Ribeirão Preto e doutor pela USP São
Paulo, o médico neurocirurgião Marcelo Amato é especialista em endoscopia de
coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio e coluna. Doutor em
neurocirurgia pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Especialista em
neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela
Associação Médica Brasileira (AMB). Neurocirurgião referência do Hospital de
Força Aérea de São Paulo (HFASP) desde 2010. Possui publicações nacionais
e internacionais sobre endoscopia de coluna, neurocirurgia pediátrica, tumores
cerebrais, cavernomas, cistos cerebrais, técnicas minimamente invasivas, entre
outros. É diretor do Centro Cirúrgico do Amato – Hospital Dia.
https://www.instagram.com/dr.marceloamato/
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