A ginecologista Denise Gomes explica
sobre o método anticoncepcional emergencial com efeito em até 72h
Atualmente é possível encontrar no mercado diversos métodos anticoncepcionais e marcas, para todas as rotinas, além disso também podemos encontrar para situações que não estão programadas. A pílula do dia seguinte não é um método contraceptivo que pode fazer parte da rotina da mulher, pois ele é um método emergencial que deve ser usado somente quando houver relação sexual desprotegida e há chance de engravidar.
Isso porque é justamente quando a mulher adota a pílula do dia seguinte como método anticoncepcional de forma rotineira que a chance de falha aumenta. Tem quem use esse método em sua rotina, é esse costume que expõe o organismo a uma grande carga hormonal e que faz com que a eficácia do medicamento diminua.
A doutora Denise Gomes, Ginecologista Obstetra e youtuber do Canal Mamãe Plena, explicou sobre o funcionamento da pílula do dia seguinte. "O medicamento age para adiar a locomoção dos espermatozoides e impedir a fecundação do óvulo no sistema reprodutivo feminino, mas deve ser ingerido em até 72 horas após o ato sexual desprotegido", reforça a médica.
É importante reforçar que diferente do que muitos acreditam, a pílula não é abortiva, isso é um grande mito. O medicamento atua para impedir a fecundação no sistema reprodutivo feminino. Assim, ainda que a ingestão do medicamento aconteça após o ato sexual, ele só funciona caso a fecundação ainda não tenha acontecido. Do ponto de vista médico, não há evidência científica que a ingestão possa causar infertilidade.
Ela possui efeitos colaterais imediatos, sendo os mais comuns dor de cabeça, dor abdominal, cansaço, náuseas, vômitos, alteração de humor, menstruação irregular e sangramento -- que acontece de acordo com o ciclo menstrual.
A doutora Denise Gomes comenta que tanto em seu consultório quanto em seu canal sempre fala que a pílula do dia seguinte deve ser utilizada apenas em casos de relação sexual sem prevenção à gravidez. Alguns exemplos como sexo sem preservativo, quando a camisinha rompe ou sai, uso errado do método contraceptivo, deslocamento ou expulsão do DIU, penetração sem consentimento e outros casos de violência sexual.
"É importante lembrar que nenhum método contraceptivo é 100% eficaz e com a pílula do dia seguinte não seria diferente: a probabilidade de evitar uma gestação é ainda menor, entre 88 a 90%", comenta a médica que reforça ainda que a eficácia do tratamento depende da periodicidade que se faz uso dele e do tempo de ingestão.
Apesar de não recomendado para uso de forma periódica, este é um método que ajuda muito em todas essas situações e permite à mulher ter controle sobre o momento que deseja ou não engravidar. Principalmente em casos de sexo sem consentimento -- vale destacar que o uso da pílula do dia seguinte faz parte do protocolo de atendimento médico em casos de estupros.
Não é obrigatório apresentar receita médica para comprar o medicamento em qualquer farmácia ou para pegar gratuitamente nos Postos de Saúde. O SUS disponibiliza os remédios e não precisa passar por consulta.
Doutora
Denise Gomes - formada pela PUC Campinas, com residência em Ginecologia e
Obstetrícia pela mesma instituição, é especialista em Genitoscopia e
Histeroscopia e Coordenadora de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Municipal
do Campo Limpo (SP). Em paralelo à rotina médica, é mãe de dois filhos e mantém
um canal no Youtube chamado Mamãe Plena, que foi criado para compartilhar sua experiência com a
maternidade e saúde feminina, atualmente possui mais de 100 mil inscritos e
produz conteúdo semanalmente. Em 2021 lançou o curso
Gestação Plena para gestantes e tentantes a baixo
custo em uma plataforma online com o objetivo de impactar ainda mais mulheres
nesse processo.
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