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quarta-feira, 6 de julho de 2022

Julho verde: campanha de prevenção e conscientização dos cânceres ginecológicos

Os tumores no colo do útero e ovário estão entre os mais comuns e se apresentam sem sintomas específicos

 

Julho é o mês da conscientização sobre os cânceres ginecológicos. Popularizado com o laço verde escuro, o período é utilizado para despertar a importância da realização de exames preventivos e do diagnóstico precoce de neoplasias malignas em mulheres que, conforme dados do último censo do IBGE, representam mais 51% da população brasileira. Este tipo de tumor pode se manifestar em cinco áreas: colo do útero, endométrio, ovário, vulva e vagina. Dentre os mais graves, alguns costumam apresentar-se de forma silenciosa e com prognósticos gravíssimos, por isso, especialistas defendem que a prevenção é sempre o melhor remédio. 

Classificado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) como o tumor ginecológico mais comum entre as brasileiras, a partir dos mais de 7 mil casos anuais, o câncer de colo de útero é uma doença de complexa idwentificação, por apresentar sintomas inespecíficos, como: corrimento vaginal, sangramento vaginal irregular ou sangramento após as relações sexuais. “É fundamental, deste modo, prestar atenção aos exames preventivos. Testes clínicos, laboratoriais, radiológicos periódicos e, principalmente, a partir do acompanhamento de pessoas com sintomas sugestivos da enfermidade que é causada pelo HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano). O exame preventivo chamado papanicolau é um método fundamental para detectar sinais deste tipo de cisto. A recomendação de coleta de citopatológico de colo de útero é a partir do primeiro ano da primeira relação sexual, de forma anual, pelo menos até os 50 anos de idade”, pontua Caio Neves, médico oncológico do Instituto de Câncer de Brasília (ICB). 

O câncer de ovário é o segundo tipo de tumor ginecológico mais comum e, conforme o Inca, a estimativa é que só neste ano sejam identificados mais de 6 mil novos casos. A doença não apresenta sintomas característicos e não há um exame específico de rastreamento que permita a detecção. Por isso, cerca de 75% das pacientes são diagnosticadas em estados avançados. “À medida que o cisto cresce, a mulher pode sentir pressão, dor ou inchaço no abdômen, na pelve, nas costas ou nas pernas, gases e mudanças na atividade intestinal (constipação ou diarreia) e cansaço constante. São manifestações que se confundem com outras condições, mas que exigem atenção e devem ser relatadas ao ginecologista ou médico de confiança nas consultas regulares”, explica o médico oncológico. 

Caio explica que para quaisquer cânceres, o tratamento depende do estágio em que foi descoberto. “A diagnose prévia é a principal estratégia para uma maior chance de cura. Com a descoberta em fase inicial, atuamos com altas taxas de cura para as duas doenças, a partir de intervenções cirúrgicas, quimioterapia e radioterapia, que serão indicadas a depender da fase na qual o cisto se encontra. No ICB, temos tratamentos disponíveis para tumores malignos nas cinco áreas ginecológicas e realizamos o acompanhamento com a nossa equipe multidisciplinar que acolhe o paciente nos vários aspectos e demandas que o mal oferece. No caso do HPV, ressalto a existência da vacina que faz parte do calendário vacinal do Ministério da Saúde desde 2017, podendo ser encontrada no SUS para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos”, defende.

 

Instituto de Câncer de Brasília - ICB


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