Os tumores no colo do útero e ovário estão entre os mais comuns e se apresentam sem sintomas específicos
Julho é o mês da
conscientização sobre os cânceres ginecológicos. Popularizado com o laço verde
escuro, o período é utilizado para despertar a importância da realização de
exames preventivos e do diagnóstico precoce de neoplasias malignas em mulheres que, conforme
dados do último censo do IBGE, representam mais 51% da população brasileira.
Este tipo de tumor pode se manifestar em cinco áreas: colo do útero,
endométrio, ovário, vulva e vagina. Dentre os mais graves, alguns costumam
apresentar-se de forma silenciosa e com
prognósticos gravíssimos, por isso, especialistas defendem que a prevenção é
sempre o melhor remédio.
Classificado pelo
Instituto Nacional de Câncer (Inca) como o tumor ginecológico mais comum entre
as brasileiras, a partir dos mais de 7 mil casos anuais, o câncer de colo de
útero é uma doença de complexa idwentificação, por apresentar sintomas inespecíficos, como: corrimento vaginal,
sangramento vaginal irregular ou sangramento após as relações sexuais. “É
fundamental, deste modo, prestar atenção aos exames preventivos. Testes
clínicos, laboratoriais, radiológicos periódicos e, principalmente, a partir do
acompanhamento de pessoas com sintomas sugestivos da enfermidade que é causada
pelo HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano). O exame preventivo
chamado papanicolau é um método fundamental para detectar sinais deste tipo de
cisto. A recomendação de coleta de citopatológico de colo de útero é a partir
do primeiro ano da primeira relação sexual, de forma anual, pelo menos até os
50 anos de idade”, pontua Caio Neves, médico oncológico do Instituto de Câncer
de Brasília (ICB).
O câncer de ovário é o
segundo tipo de tumor ginecológico mais comum e, conforme o Inca, a estimativa
é que só neste ano sejam identificados mais de 6 mil novos casos. A doença não apresenta sintomas
característicos e não há um exame específico de
rastreamento que permita a detecção. Por
isso, cerca de 75% das pacientes são diagnosticadas em estados avançados. “À medida que o cisto cresce, a
mulher pode sentir pressão, dor ou inchaço no abdômen, na pelve, nas costas ou
nas pernas, gases e mudanças na atividade intestinal (constipação ou diarreia)
e cansaço constante. São manifestações que se confundem com outras condições,
mas que exigem atenção e devem ser relatadas ao ginecologista ou médico de
confiança nas consultas regulares”, explica o médico oncológico.
Caio explica que para
quaisquer cânceres, o tratamento depende do estágio em que foi
descoberto. “A diagnose prévia é a principal estratégia para uma maior chance de
cura. Com a descoberta em fase inicial, atuamos com altas taxas de cura para as
duas doenças, a partir de intervenções cirúrgicas, quimioterapia e
radioterapia, que serão indicadas a depender da fase na qual o cisto se
encontra. No ICB, temos tratamentos disponíveis para tumores malignos nas cinco
áreas ginecológicas e realizamos o acompanhamento com a nossa equipe
multidisciplinar que acolhe o paciente nos vários aspectos e demandas que o mal
oferece. No caso do HPV, ressalto a existência da vacina que faz parte do
calendário vacinal do Ministério da Saúde desde 2017, podendo ser encontrada no
SUS para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos”, defende.
Instituto de Câncer de Brasília - ICB
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