Ir ao cinema, sair
com amigos ou dedicar-se a um hobby ajudam a manter o equilíbrio e previnem
contra o aparecimento de doenças como a depressão e a ansiedade; dr. Ariel
Lipman, diretor da SIG Residência Terapêutica, explicaCrédito: Canva
Você sabia que alguns pequenos hábitos saudáveis,
se inseridos na rotina, ajudam a manter a saúde mental? Parece corriqueiro, mas
atitudes simples do dia a dia são grandes “aliadas” quando o assunto é
prevenção de doenças mentais. Isso inclui desde bater papo com um amigo até
comer em um restaurante ou ir ao cinema em boa companhia.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
23 milhões de brasileiros - cerca de 12% da população - apresentam algum tipo
de transtorno mental, número que aumentou com o início da pandemia da Covid-19,
principalmente quando falamos de duas doenças comuns dentro da psiquiatria:
depressão e ansiedade.
Ainda segundo dados da OMS, desde março de 2020,
quando a pandemia se instalou no mundo todo, os casos de depressão e ansiedade
aumentaram 25%, o que pode ser explicado pelo isolamento social, de acordo com
o psiquiatra Ariel Lipman, diretor da SIG Residência Terapêutica.
“Entre os diversos problemas psíquicos que a pandemia contribuiu a produzir, o
afastamento das pessoas foi um dos piores, sem dúvida”, afirma o psiquiatra.
É fato que a grande maioria das pessoas possui a
necessidade de fazer coisas que as façam sentir bem - como ir ao cinema, ao
shopping, se reunir com amigos em um bar ou em um restaurante. “Esse contexto
faz parte da socialização, uma ação simples, porém extremamente importante e eficaz
no combate de transtornos mentais. Uma pessoa que não socializa tem maiores
chances de diminuir o seu bem estar psíquico, e isso pode contribuir para o
adoecimento. Depressão e ansiedade estariam entre os transtornos de maior
risco”, explica o Dr. Ariel.
A depressão afeta cerca de 4% das pessoas de todas
as idades em todo o mundo e tem origem multifatorial, mas totalmente controlada
junto a um tratamento certeiro e eficaz. Já a ansiedade, um distúrbio na saúde
mental que consiste em extrema preocupação a ponto de interferir na vida
cotidiana do indivíduo que a obtém, pode até gerar ataques de pânico e TOC
(Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Depressão e ansiedade aumentaram com isolamento
social
Não é segredo para ninguém que, com a pandemia,
cresceram os casos de depressão e ansiedade no mundo todo, principalmente por
conta do isolamento social, o que mostra que sair, encontrar amigos e
socializar faz bem à saúde.
Os transtornos psiquiátricos tiveram um “boom” no
período: 25% a mais, de acordo com um estudo científico da OMS. “Sem dúvida, a
pandemia de covid-19 foi um dos fatores mais estressantes que as últimas
gerações já vivenciaram”, avalia o Dr. Ariel.
Depressão atinge mais as pessoas que moram sozinhas
Homens e mulheres que moram sozinhos têm até 80%
mais chances de desenvolver depressão quando comparados com pessoas que moram
com mais gente, de acordo com um estudo da BMC Public Health, desenvolvido no
Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional.
A pesquisa deixa explícito que, até mesmo quando
falamos de pequenos e simples contatos do dia a dia, como com os pais, marido e
filhos, estamos falando também de uma poderosa arma no combate a doenças
mentais.
Amizade aumenta a felicidade
É claro que estar perto dos amigos é a melhor forma
de socializar-se. Por isso, estar em um bar, no cinema, no shopping, sair com
os amigos para um almoço, ou encontrá-los em diferentes lugares - academia,
trabalho, faculdade - são momentos de bem-estar, onde a pessoa é capaz de
esquecer seus problemas e tirar um tempo para se divertir.
Respeitando os limites
Manter a socialização é essencial, mas é importante
não “forçar” uma situação, já que a interação deve acontecer de forma
confortável e de acordo com a capacidade e possibilidade de cada um. “Um
paciente ainda fragilizado por alguma doença, por exemplo, provavelmente
suportará um tempo menor e ‘programas’ mais simples e que exigem menos
deslocamento”, comenta o Dr. Ariel.
O especialista ressalta que as pessoas não são
iguais e possuem interesses e características distintas. “É fundamental
entender o porquê da pessoa não querer socializar. Houve uma mudança? Antes a
pessoa gostava e de repente parou de gostar? Há outros sintomas associados? Ao
responder essas perguntas, conseguimos entender se há algum quadro psiquiátrico
envolvido e dessa forma abordar de maneira correta”, esclarece o médico
psiquiatra.
Por outro lado, se uma pessoa socializa pouco e se
sente bem dessa forma, não é necessário que ela se force a fazer algo que não é
do seu agrado. “Portanto, se há alguma dúvida nesse sentido, o melhor é sempre
procurar ajuda especializada”, conclui ele.
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