Por conta do processo de vasoconstrição periférica,
inerentes a baixas temperaturas, no inverno, aumenta a incidência de infarto,
AVC e morte súbita
Em dias de frio, para ajustar a perda de calor, o
organismo coloca em ação um mecanismo para manter a temperatura do corpo
constante. Esse processo é denominado de vasoconstricção periférica.
“Sabiamente, o corpo humano diminui o calibre (a
grossura) das artérias nas mãos, pés, orelhas, nariz, para diminuir a perda de
calor. Isso ocorre para privilegiar e manter a temperatura adequada do coração,
cérebro e outros órgãos nobres”, explica Dr. Caio Henrique, cardiologista e
arritmologista pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.
Como consequência da
diminuição do calibre das artérias e veias, a pressão arterial aumenta,
ou seja, ocorre o mesmo quando você aperta a ponta de uma mangueira e a água
sai com mais pressão ao permitir que ela volte a fluir pela mangueira.
“Por essa razão, digamos, mecânica ou física, a
pressão arterial tende a subir no frio e, por conta disso, no inverno, existe
um aumento da incidência de angina (dor no peito causada pela diminuição do
fluxo de sangue no coração), infarto e AVC”, alerta o cardiologista.
Dicas para seguir à risca e manter a pressão arterial normal em dias
frios:
- Agasalhe-se bem. Evite exposição ao frio extremo,
se possível;
- Mantenha alimentação saudável (evite os excessos
típicos do frio e a ingestão de produtos industrializados);
- Mantenha seu peso adequado (não ganhe aqueles quilos
a mais nesse período);
- Realize exercícios físicos regularmente, se
possível, em ambientes com temperaturas mais controladas;
- Não fume;
- Caso tome remédios, mantenha o uso regular.
“O desempenho cardíaco fica comprometido com as
baixas temperaturas e, por isso, quem sofre maior risco são aqueles que já são
doentes, com pressão alta, diabetes e, assim, devem medir sua pressão e se
medicar corretamente”, insiste Dr. Caio.
O médico traz dados como o da American Heart
Association (AHA), que indicam aumento de arritmias
cardíacas e morte súbita, infarto agudo
do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC), que sobem em
até 25% em períodos de queda de temperatura.
“Na capital inglesa, estudiosos do London School of
Hygiene and Tropical Medicine confirmam que a queda repentina dos termômetros
leva a uma relação em que para cada grau a menos, em um único dia, ocorrem 200
casos de infarto a mais. E, aqui em São Paulo, uma análise da Sociedade
Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, com base em dados do Cadastro
Nacional de Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS), de junho a agosto, indicou
que sobem em 30% o número de internações em São Paulo causadas por infarto e
arritmia, se comparada com os três meses de verão na capital paulista”,
finaliza.
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